sábado, 21 de junho de 2025

Missão do Japão 22/06/2025: 12º Domingo do Tempo Comum | ANO C (Lc 9,18-24) Homilia



Meus irmãos e minhas irmãs,


O Evangelho deste domingo nos convida a refletir sobre uma pergunta fundamental para a nossa vida de fé:
“E vós, quem dizeis que eu sou?”

Essa pergunta que Jesus faz aos discípulos não é apenas uma curiosidade d’Ele, mas um chamado para que cada um deles – e cada um de nós hoje – se pergunte: quem é Jesus para mim?

É interessante perceber que, antes de fazer essa pergunta, Jesus estava em oração, a sós com Deus. É da intimidade com o Pai que brota essa questão essencial, que toca o mais profundo do coração humano.

Os discípulos começam respondendo com aquilo que escutam por aí:
— Uns dizem que és João Batista, outros, Elias, outros, algum dos antigos profetas que ressuscitou...
Mas Jesus quer mais. Ele não quer saber o que os outros dizem. Ele quer saber o que cada discípulo carrega no coração.

E Pedro, movido pelo Espírito, responde com firmeza:
“Tu és o Cristo de Deus.”
Pedro acerta, mas não entende ainda completamente. Porque, na cabeça dele – e dos outros – o Messias seria um rei poderoso, alguém que iria livrar o povo do domínio dos opressores, que restauraria Israel com força e glória.

Mas Jesus surpreende e desconcerta. Ele anuncia, pela primeira vez, algo que ninguém esperava:
“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar.”
O Messias que eles esperavam não combina com o Messias que Deus quer.

O escândalo da cruz

A primeira leitura, do profeta Zacarias, já preparava o povo para isso. Ela fala de alguém que será transpassado, e que o povo olhará para ele com dor, como quem chora a morte de um filho único. E, no entanto, desse sofrimento, brota uma fonte de salvação, de purificação.

O sofrimento e a cruz, aos olhos do mundo, são fracasso. Mas, aos olhos de Deus, são caminho de vida, de redenção, de amor levado até o fim.

Seguir Jesus: um caminho de amor e entrega

Depois de anunciar a sua paixão, Jesus não deixa dúvidas sobre o que significa segui-lo:
“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me.”
Não é um caminho fácil. Não é uma vida de facilidades, de milagres à disposição, de bênçãos automáticas. É um caminho de amor, de doação, de serviço.

Renunciar a si mesmo não significa negar quem somos, mas deixar de lado o egoísmo, o orgulho, o desejo de ser o centro de tudo. É colocar Deus no centro, e servir aos irmãos, especialmente os mais fracos e sofridos.

Tomar a cruz cada dia não é buscar sofrimento, mas é assumir, com amor e fé, as dificuldades que a vida traz — especialmente aquelas que vêm por causa do Evangelho: quando lutamos pela justiça, quando defendemos os pobres, quando somos fiéis à verdade, quando amamos mesmo sendo rejeitados.

Todos somos um só em Cristo

E aqui entra a belíssima segunda leitura, da Carta aos Gálatas, que completa essa reflexão:
“Vós todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo.”
E não há mais distinção: não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher. Todos somos um só em Cristo.
Esse é o horizonte do seguimento: uma humanidade reconciliada, sem divisões, sem discriminação, onde todos se reconhecem irmãos, filhos e filhas do mesmo Deus.

Conclusão: quem é Jesus para mim?

Queridos irmãos, hoje Jesus continua nos perguntando:
“E para você, quem sou eu?”
Será que Jesus é só uma ideia? Uma tradição? Um costume de ir à missa de vez em quando?
Ou Ele é, de fato, o centro da minha vida? O Senhor, o Salvador, aquele que me ama, que me chama a amar, servir, carregar a cruz com fé, esperança e amor?

Que essa Eucaristia nos fortaleça. Que olhando para Jesus, o Cristo que dá a vida por amor, também nós tenhamos coragem de segui-lo, tomando nossa cruz de cada dia, certos de que quem perde sua vida por Ele, na verdade, a encontra em plenitude.

Amém.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Missão do Japão 15/06/2025: Solenidade da Santíssima Trindade | ANO C (Jo 16,12-15) Homilia



Queridos irmãos e irmãs,

Hoje celebramos um dos maiores mistérios da nossa fé: o mistério da Santíssima Trindade — um só Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

Muitos podem se perguntar: “Como entender esse mistério?” Na verdade, não se trata de entender completamente, mas de acolher com amor esse Deus que se revela a nós como comunhão, amor e relação. Mesmo assim, a Igreja, ao longo da história, tem usado muitas comparações para nos ajudar a compreender um pouco mais.

1. Deus é como o Sol: luz, calor e energia.

O Sol é um só, mas dele vêm três realidades que experimentamos: a luz que ilumina, o calor que aquece e a energia que dá vida. Assim é Deus:

  • O Pai é a fonte, como o Sol em si.
  • O Filho é a luz, que ilumina o mundo e nos mostra o caminho.
  • O Espírito Santo é o calor e a energia, que aquece os corações e impulsiona a vida da Igreja.

São três manifestações inseparáveis, mas é um só Sol, como é um só Deus.

2. A Sabedoria do Pai, a Graça do Filho e o Amor do Espírito (Pr 8,22-31; Jo 16,12-15)

Na primeira leitura, vemos a Sabedoria de Deus, presente desde a criação. Essa sabedoria é expressão do amor do Pai, que cria tudo com cuidado e beleza.

No evangelho, Jesus diz que o Espírito nos conduzirá à verdade completa, porque tudo que o Filho tem vem do Pai, e tudo que o Espírito comunica vem do Filho. É uma comunhão perfeita onde ninguém guarda nada para si. É como uma fonte de amor que transborda constantemente.

3. Deus é como a água: líquido, vapor e gelo.

Água é sempre água, mas pode se manifestar em três formas:

  • Líquido que sacia e lava.
  • Vapor que sobe, envolve e aquece.
  • Gelo que sustenta, refresca e dá forma.

Assim é Deus: um só na essência, três nas formas de se manifestar e agir no mundo.

4. Trindade: uma família perfeita de amor

Quando olhamos para uma família onde há amor verdadeiro — pais, filhos e irmãos —, vemos ali um reflexo da Trindade. O amor não existe sozinho. O amor precisa de alguém para amar e alguém que responda a esse amor.

O Pai ama o Filho, o Filho ama o Pai, e o amor entre eles é tão perfeito, tão pleno, que é o Espírito Santo.

5. O que isso tem a ver conosco? (Rm 5,1-5)

Na segunda leitura, São Paulo nos lembra que, justificados pela fé, temos paz com Deus, por meio de Jesus Cristo, e o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo.

Isso quer dizer que a Trindade não é um mistério distante, teórico ou abstrato. A Trindade habita em nós! Cada vez que amamos, que perdoamos, que servimos, que buscamos a paz, tornamo-nos reflexo desse Deus que é amor, comunhão e unidade.

Conclusão:

Celebrar a Santíssima Trindade é celebrar que Deus não é solidão, Deus é comunhão. E nós, criados à imagem e semelhança desse Deus, somos chamados a viver também em comunhão — na família, na comunidade, na Igreja, no mundo.

Onde houver amor, unidade e partilha, aí está Deus presente.

Que possamos, ao fazer o sinal da cruz — em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo —, lembrar que carregamos em nós esse mistério de amor que nos dá vida, sentido e missão.

Amém.


sexta-feira, 6 de junho de 2025

Missão do Japão 08/06/2025: Solenidade de Pentecostes | ANO C (Jo 20,19-23) Homilia



Queridos irmãos e irmãs,

Hoje celebramos a grande festa de Pentecostes, o dia em que o Espírito Santo, prometido por Jesus, desceu sobre os discípulos reunidos em oração. É o cumprimento da promessa de Deus: “Não vos deixarei órfãos...”. Pentecostes é a certeza de que Deus permanece conosco, nos conduz, nos fortalece e nos envia em missão.

No Evangelho de hoje (Jo 20,19-23), vemos os discípulos trancados, dominados pelo medo. E é nesse lugar fechado, nesse coração paralisado, que Jesus entra e sopra sobre eles o Espírito Santo. Assim também acontece conosco: é nos nossos medos, nas nossas dúvidas, nos nossos cansaços que o Senhor entra e sopra vida nova.

Jesus sopra sobre os discípulos o Espírito Santo como um novo sopro da criação, como no Gênesis. Ali nasce uma nova humanidade: homens e mulheres renovados, capazes de amar, perdoar, anunciar a paz.

Na primeira leitura (At 2,1-11), o Espírito se manifesta com vento e fogo: sinais de força, de purificação e de transformação. E algo extraordinário acontece: todos começam a falar em línguas diferentes, mas todos se compreendem. Isso é o que o Espírito faz: une os corações, gera comunhão na diversidade, transforma o medo em coragem missionária.

E como essa presença continua viva em nós? São Paulo responde na segunda leitura (1Cor 12,3b-7.12-13): é pelo Espírito que somos membros de um só corpo. Cada um recebe dons diferentes, mas todos para o bem comum. Somos diferentes, mas animados pelo mesmo Espírito, chamados a viver como irmãos e irmãs.

Hoje, nesta celebração, queremos agradecer a Deus por permanecer conosco através do Espírito Santo, e queremos também abrir nosso coração para receber os sete dons do Espírito. Vamos refletir brevemente sobre cada um deles:

1. Sabedoria

É o dom que nos faz ver o mundo com os olhos de Deus. Não se trata apenas de conhecimento, mas de uma luz interior que nos ajuda a distinguir o que é eterno do que é passageiro.
Peçamos: Espírito Santo, dá-nos o dom da sabedoria, para que vivamos com os olhos fixos no céu, mas os pés firmes no chão, amando com maturidade e fé.

2. Entendimento (Inteligência)

É o dom que nos ajuda a compreender as verdades da fé, a penetrar no mistério de Deus e da vida.
Peçamos: Espírito Santo, ilumina nossa mente, para que possamos compreender tua Palavra e aplicá-la no dia a dia.

3. Conselho

É o dom que nos orienta nas decisões difíceis. Ele nos ajuda a discernir o que é certo, o que agrada a Deus.
Peçamos: Espírito Santo, guia nossos passos, ajuda-nos a aconselhar e a buscar conselhos com humildade e discernimento.

4. Fortaleza

É o dom que nos dá coragem diante das dificuldades, que sustenta nossa fidelidade nas provações.
Peçamos: Espírito Santo, fortalece-nos nas lutas, para que nunca desanimemos, mesmo quando tudo parecer difícil.

5. Ciência (Conhecimento)

É o dom que nos faz perceber a presença de Deus nas coisas criadas e usar corretamente os bens da criação.
Peçamos: Espírito Santo, ensina-nos a cuidar da criação e a reconhecer a tua presença em tudo que existe.

6. Piedade

É o dom que nos leva a amar a Deus como um Pai e aos irmãos com ternura e misericórdia.
Peçamos: Espírito Santo, aquece nosso coração para vivermos com mais compaixão, oração e serviço ao próximo.

7. Temor de Deus

Não é medo, mas respeito profundo, reverência, amor que reconhece a grandeza de Deus.
Peçamos: Espírito Santo, dá-nos um coração humilde, que jamais se afaste de Ti e que te adore com confiança e amor.

Irmãos e irmãs, o Espírito Santo não é uma ideia abstrata, mas uma presença viva e ativa em nossa vida. Ele nos foi dado no batismo, nos confirmou na crisma e nos acompanha todos os dias. O mundo precisa ver cristãos cheios do Espírito: corajosos, sábios, misericordiosos, firmes na fé e ativos no amor.

Hoje é o nosso Pentecostes! Que o Espírito Santo renove a face da terra… e comece renovando cada um de nós.

Vinde, Espírito Santo! Enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor! Amém.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Missão do Japão 01/06/2025: Solenidade da Ascensão do Senhor| ANO C (Lc 24,46-53) Homilia



Irmãos e irmãs, a paz do Senhor ressuscitado esteja convosco!

Hoje celebramos com alegria a Solenidade da Ascensão do Senhor. Pode parecer, à primeira vista, uma despedida. Jesus sobe ao céu, afasta-se dos olhos dos discípulos, e, aparentemente, os deixa sozinhos. Mas esta festa é muito mais do que uma partida. É uma elevação da humanidade até Deus. Um passo essencial no mistério da nossa salvação.

1. Ressurreição e Ascensão: duas etapas do mesmo mistério

A Ressurreição e a Ascensão não são o mesmo, embora estejam intimamente ligadas.

  • Na Ressurreição, Jesus vence a morte, rompe as cadeias do túmulo e se manifesta vivo aos discípulos.
  • Na Ascensão, Ele retorna ao Pai, leva consigo a nossa humanidade glorificada, e se senta à direita de Deus. Ascende ao lugar onde estava antes.
  • Na Assunção, Maria subiu aos céus com a força de Jesus. Assumiu um lugar novo.

Jesus não abandona o corpo humano que assumiu no ventre de Maria. Ele sobe aos céus com Ele. É a nossa carne que Ele eleva. E isso tem um significado profundo: em Jesus, a humanidade foi divinizada.

Como disse São Leão Magno: "A ascensão de Cristo é a nossa elevação". Ele, cabeça do Corpo, sobe primeiro. Nós, membros do Corpo, subiremos com Ele.

2. Jesus sobe, mas não se ausenta

No Evangelho segundo Lucas, ouvimos que Jesus, antes de subir ao céu, abençoou os discípulos. E eles, longe de ficarem tristes, voltaram a Jerusalém cheios de alegria (cf. Lc 24,52). Por quê? Porque compreenderam que Jesus não os deixava sós. Ele subia ao céu, mas sua presença se tornava mais profunda e universal.

Não está mais limitado por um corpo físico num lugar específico. Agora Ele está presente em todos os lugares, especialmente na Igreja, na Eucaristia, na Palavra e nos pobres.

3. Somos chamados à esperança e à missão

A carta aos Efésios nos ajuda a entender o alcance desse mistério. São Paulo reza para conhecermos "a esperança à qual fomos chamados" (Ef 1,18). E essa esperança é esta: um dia estaremos com Cristo, onde Ele está.

Ao mesmo tempo, o livro dos Atos nos lembra que não podemos ficar olhando para o céu sem agir (cf. At 1,11). O anjo diz aos discípulos: “Por que estais olhando para o céu?” É como se dissesse: agora é com vocês! Levem adiante a missão. Sejam testemunhas até os confins da terra.

A Ascensão, portanto, não é o fim da história de Jesus, mas o início da missão da Igreja. Ele sobe para o céu, e nos envia ao mundo.

4. Somos participantes da glória de Cristo

Queridos irmãos e irmãs, ao celebrar a Ascensão do Senhor, somos convidados a erguer o olhar, não para fugir da realidade, mas para reencontrar o sentido da nossa vida aqui.

Cristo, que subiu aos céus, nos atrai para junto do Pai. E mais: Ele leva consigo nossa condição humana. Isso significa que o céu já não é só o lugar de Deus: é também o nosso lugar.

A Ascensão é, por isso, uma festa da esperança cristã. E também uma festa da nossa dignidade. Em Cristo, nossa humanidade é chamada à glória. Nosso corpo, nossa história, nossa vida concreta — tudo isso está destinado a ser elevado em Deus.

Conclusão

Por isso, hoje nos alegramos. O Ressuscitado, que venceu a morte, é também Aquele que sobe ao céu levando-nos consigo. Ele nos promete o Espírito Santo e nos envia em missão. Não estamos sós. Ele está conosco "todos os dias, até o fim dos tempos" (Mt 28,20).

Que essa celebração reacenda em nós o desejo do céu, sem nos afastar do mundo, mas tornando-nos mais comprometidos com a transformação da terra.
E que, como os discípulos, voltemos hoje para a nossa “Jerusalém” cotidiana cheios de alegria, certos de que o céu nos espera, e de que Cristo caminha conosco até lá.

Amém.

sábado, 24 de maio de 2025

Missão do Japão 25/05/2025: 6º Domingo de Páscoa | ANO C (Jo 14,23-29) Homilia



Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

Estamos nos aproximando da grande festa de Pentecostes. A liturgia deste 6º Domingo da Páscoa já nos prepara para acolher o Espírito Santo que o Pai nos enviará. E nos convida a um caminho de paz, amor e serviço. Essas são as marcas da verdadeira comunidade cristã, sinais da presença de Deus entre nós.

No Evangelho de hoje, Jesus diz aos seus discípulos:

"Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23).

Vejam que Jesus liga diretamente o amor à obediência da Palavra. Não se trata de um amor abstrato ou apenas emocional. Amar Jesus é viver conforme o que Ele nos ensinou. E qual é o maior ensinamento de Jesus? O amor fraterno, que se traduz em serviço humilde, em perdão sincero, em cuidado com os pobres, em compromisso com a verdade.

Quem ama de verdade, torna-se morada de Deus. Deus não habita em templos de pedra, mas no coração de quem ama. Isso nos conecta com a visão do Apocalipse de hoje:

"Não vi templo na cidade, pois o seu templo é o Senhor, o Deus todo-poderoso, e o Cordeiro" (Ap 21,22).

A nova Jerusalém, a cidade santa que desce do céu, é símbolo da comunidade cristã unida, luminosa, sem necessidade de templo, porque Deus está presente em cada irmão e irmã que vive no amor. Quando vivemos como irmãos, Deus está entre nós. Quando servimos uns aos outros, ali está o Espírito de Deus.

Na primeira leitura, vemos a Igreja nascente enfrentando um conflito. Havia tensão entre grupos diferentes sobre a necessidade de se seguir a Lei de Moisés. Mas a comunidade, guiada pelo Espírito, reúne-se, dialoga, discerne e decide não impor fardos desnecessários. Isso é um sinal do Espírito: a unidade na diversidade, o respeito à cultura dos outros, a busca da paz.

A carta que os apóstolos enviam termina com esta frase:

"O Espírito Santo e nós decidimos não impor a vocês nenhum fardo, além do indispensável" (At 15,28).

O Espírito não impõe pesos, mas liberta. Onde está o Espírito, há leveza, há paz, há comunhão. Essa paz é diferente da paz do mundo, como diz Jesus:

"Eu vos deixo a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo a dá" (Jo 14,27).

A paz do mundo é frágil, baseada em interesses, em silêncio forçado, em ausência de conflito. Mas a paz de Jesus brota da confiança, do amor, do perdão. Mesmo em meio às dores e incertezas, quem ama e confia em Deus tem paz no coração.

Queridos irmãos e irmãs, esse tempo pascal é tempo de abrir o coração ao Espírito Santo. É tempo de preparar nossa vida para ser morada de Deus. Como fazemos isso?

  1. Guardando a Palavra de Jesus: lendo, meditando, colocando em prática o que Ele nos ensina.
  2. Vivendo o amor como serviço: ajudando quem precisa, sendo sinal de misericórdia no mundo.
  3. Promovendo a paz verdadeira: sendo construtores de pontes, pacificadores nos lares, nas comunidades, nas redes sociais.
  4. Deixando-se conduzir pelo Espírito: discernindo juntos, com humildade, como a Igreja de Atos dos Apóstolos.

Que esta Eucaristia nos fortaleça nesse caminho. Que o Espírito Santo, que o Pai nos enviará em nome de Jesus, encontre em nós corações preparados, comunidades fraternas, e nos renove com seus dons.

Amém.

 

domingo, 18 de maio de 2025

Missão do Japão 18/05/2025: 5º Domingo de Páscoa | ANO C (Jo 13,31-33a.34-35) Homilia



Queridos irmãos e irmãs em Cristo

Celebramos hoje o 5º Domingo da Páscoa, e a liturgia nos conduz a uma compreensão profunda do que significa ser discípulo e missionário do amor. O Ressuscitado nos envia a anunciar o Evangelho com a vida, especialmente a partir de nossas realidades cotidianas.

Na primeira leitura, os Atos dos Apóstolos nos mostram Paulo e Barnabé, que, após enfrentarem muitos desafios, retornam às comunidades para fortalecê-las na fé. Eles nos ensinam que a vida missionária não é fácil: há provações, perseguições e dificuldades. No entanto, animados pela certeza de que o Senhor está com eles, continuam firmes.

No Evangelho, ouvimos as palavras de Jesus na última ceia: "Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amei." Esse é o coração da vida cristã: o amor que não se contenta com teorias, mas que se torna visível e concreto.

A comunidade do Apocalipse também experimenta a presença de Deus fazendo novas todas as coisas. O novo céu e a nova terra se constroem a partir de corações que vivem o amor fraterno.

Discípulos e Missionários do Amor

Amar como Jesus amou não é uma tarefa simples. Muitas vezes, nos deparamos com nossas fragilidades: orgulho, egoísmo, indiferença. Contudo, o amor cristão é mais do que um sentimento passageiro; é uma decisão de fazer o bem, mesmo quando isso exige sacrifício.

Hoje, somos chamados a viver o amor onde estamos: na família, no trabalho, na comunidade. Talvez pensemos que só os grandes missionários, como Paulo e Barnabé, são capazes de transformar o mundo. Mas a transformação começa em casa, nos pequenos gestos: um perdão sincero, uma palavra de encorajamento, um ato de solidariedade.

Quantas vezes deixamos de testemunhar o amor porque nos sentimos incapazes? Jesus nos mostra que não se trata de sermos perfeitos, mas de estarmos dispostos a amar de verdade. O mundo precisa desse amor transformador, e ele começa em nós.

A missão em nossa realidade

O chamado para sermos discípulos missionários do amor não é para tempos ideais ou lugares perfeitos. Ele se dá na rotina, nos desafios do dia a dia. Que tal começarmos hoje mesmo? Que possamos cultivar o amor dentro de nossas casas, promovendo a paz, o diálogo e a partilha.

Em nossa comunidade, que sejamos conhecidos não só pelo que fazemos, mas principalmente pela maneira como amamos. Que nossos vizinhos, amigos e colegas vejam em nós sinais vivos de Cristo Ressuscitado, pois, como Ele mesmo disse: "Nisto todos saberão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros."

Conclusão

Peçamos ao Senhor que nos dê a graça de amar como Ele amou, de nos tornarmos missionários do amor que transforma e renova. Que nossa comunidade, fortalecida pela Palavra e pela Eucaristia, se torne um espaço onde o amor fraterno é vivido e testemunhado.

Que a Virgem Maria, Mãe da Igreja, nos ajude a seguir firmes neste propósito, construindo juntos um mundo mais justo e fraterno. Amém.

sábado, 10 de maio de 2025

Missão do Japão 11/05/2025: 4º Domingo de Páscoa | ANO C (Jo 10,27-30) Homilia

 


Homilia para o 4º Domingo da Páscoa

Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

Hoje celebramos o 4º Domingo da Páscoa, conhecido como o "Domingo do Bom Pastor". As leituras deste dia nos convidam a refletir sobre a figura do pastor que guia, protege e dá a vida por suas ovelhas. Coincidentemente, neste ano de 2025, celebramos também a eleição do novo Papa, Leão XIV, e o Dia das Mães, o que nos proporciona uma rica oportunidade de meditar sobre o cuidado, a liderança e o amor incondicional presentes em nossas vidas.

Na primeira leitura dos Atos dos Apóstolos (At 13,14.43-52), vemos Paulo e Barnabé enfrentando rejeição por parte de alguns judeus, mas também testemunhamos a alegria dos pagãos que acolhem a Palavra de Deus com entusiasmo. Essa passagem nos lembra que o verdadeiro pastor não se deixa abater pelas adversidades, mas continua a missão de levar a salvação a todos, sendo luz para as nações.

O Evangelho de João (Jo 10,27-30) nos apresenta Jesus como o Bom Pastor que conhece suas ovelhas, e elas o seguem. Ele nos assegura que ninguém pode nos arrancar de suas mãos, pois Ele e o Pai são um. Essa imagem nos transmite segurança e confiança no amor de Deus, que nos acompanha e nos sustenta em todos os momentos.(Liturgia Diária)

Na segunda leitura, do Livro do Apocalipse (Ap 7,9.14b-17), João descreve uma multidão de todas as nações diante do trono do Cordeiro, que é também o Pastor. Eles passaram pela grande tribulação, mas agora são consolados, pois o Cordeiro os conduz às fontes da água da vida e enxuga todas as lágrimas de seus olhos. Essa visão nos enche de esperança na promessa de vida eterna e na presença constante de Deus em nossas vidas.(Liturgia Diária)

Neste contexto, recordamos a eleição do Papa Leão XIV, nascido Robert Francis Prevost, um agostiniano de origem americana com profunda ligação à América Latina, especialmente ao Peru, onde serviu como missionário e bispo por muitos anos. Sua eleição representa um sinal de esperança e renovação para a Igreja, destacando a importância de uma liderança pastoral próxima, humilde e comprometida com os mais necessitados. (El País)

O Papa Leão XIV traz consigo a experiência de um pastor que conhece suas ovelhas, que escuta suas vozes e que está disposto a guiá-las com amor e dedicação. Sua trajetória reflete o chamado de Jesus para que sejamos pastores segundo o coração de Deus, atentos às necessidades do povo e comprometidos com a justiça e a paz.

Hoje também celebramos o Dia das Mães, ocasião especial para reconhecer e agradecer o amor incondicional, o cuidado e a dedicação das mães, que são verdadeiras pastoras em suas famílias. Assim como o Bom Pastor, as mães conhecem profundamente seus filhos, os guiam, protegem e estão dispostas a sacrificar-se por eles.

Que possamos, inspirados pelo exemplo de Jesus, do Papa Leão XIV e das mães, viver nossa vocação de pastores em nossas comunidades, famílias e ambientes de trabalho. Que sejamos instrumentos do amor de Deus, guiando e cuidando uns dos outros com ternura e compaixão.

Que o Senhor, nosso Bom Pastor, continue a nos conduzir pelos caminhos da vida, fortalecendo nossa fé e nossa esperança na promessa da vida eterna. Amém.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Boas Vindas, Papa Leão XIV

 

Robert Francis Prevost



1º Discurso do Papa Leão XIV:

"Que a paz esteja com todos vocês! Irmãos e irmãs, caríssimos,

Esta é a primeira saudação do Cristo ressuscitado, bom pastor que deu a vida para o rebanho de Deus. Eu também gostaria que essa saudação de paz entrasse no coração de vocês, alcançasse a família de vocês e todas as pessoas, onde quer que elas estejam. Todos os povos, toda a terra. Que a paz esteja com vocês.

Esta é a paz de Cristo ressuscitado, uma paz desarmada e uma paz desarmante, humilde e perseverante. Que provém de Deus, que nos ama a todos incondicionalmente.

Guardamos ainda nos nossos ouvidos aquela voz fraca, mas sempre corajosa do papa Francisco que abençoava Roma.

O papa que abençoava Roma e dava sua bênção para todo mundo naquela manhã do dia da Páscoa. Permito-me dar prosseguimento à aquela mesma bênção: Deus nos ama, Deus ama todos vocês. O mau não irá prevalecer, estamos todos nas mãos de Deus.

Portanto, sem medo, juntos, de mãos dadas com Deus e uns com os outros, prossigamos. Somos discípulos de Cristo, Cristo nos precede, o mundo precisa de sua luz. A humanidade precisa dele como a ponte para ser alcançada por Deus e por seu amor. Nos ajudem também, uns aos outros, a construir pontes com diálogo, com encontro, todos juntos num único povo, sempre em paz.

Obrigado, papa Francisco.

Quero agradecer também todos os irmãos cardeais que me escolheram como sucessor de Pedro para caminhar junto com vocês enquanto Igreja unida, sempre em busca da paz, da Justiça e sempre tentando trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo, sem medo, para proclamar o evangelho, para sermos missionários.

Sou filho de Santo Agostinho, sou agostiniano. Sou cristão e, por vocês, bispo. Podemos caminhar juntos em direção àquela pátria para qual Deus nos preparou. Para a Igreja de Roma, uma saudação especial. Precisamos tentar juntos ser uma igreja missionária, que constrói ponte, diálogo, sempre aberta a receber, como nesta praça, com braços abertos, todos aqueles que precisam da nossa caridade, nossa presença, o diálogo e o amor.

Se me permitem, também fazer uma saudação em especial à minha querida Diocese no Peru, onde um povo fiel acompanhou seu bispo, compartilhando sua fé e deu tanto para continuar sendo uma igreja fiel a Jesus Cristo.

A todos vocês, irmãos e irmãs de Roma, da Itália, de todo mundo, queremos ser uma igreja sinodal, que avança e busca sempre a paz, a caridade e estar próxima, principalmente daqueles que sofrem.

Hoje é o dia da súplica para Madona de Pompéia. Nossa mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar próxima e nos ajudar com sua interseção e seu amor. Gostaria de rezar junto com vocês. Vamos rezar juntos por essa nova missão, toda Igreja e a paz no mundo, pedindo graça a Maria, nossa mãe.

[Ave Maria]"

sábado, 19 de abril de 2025

Missão do Japão 20/04/2025: Domingo de Páscoa | ANO C (Jo 20,1-9) Homilia



Hoje vamos todos nos alegrar. Por quê?  Porque hoje nosso Senhor Jesus, que prometeu que não nos abandonaria, cumpriu essa promessa. Fiquemos todos felizes porque a promessa da Ressurreição se cumpriu.

 

Jesus é um Deus que é verdadeiro e fiel às Suas promessas e ensinamentos.  Essa é uma mensagem importante da Ressurreição.

 

O evento da ressurreição é, de fato, uma boa notícia não apenas para os apóstolos e os primeiros discípulos, mas também para nós. Porque fortalece a mensagem de que Jesus é a Verdade, o Caminho e a Vida daqueles que O seguem fielmente.

 

Outra mensagem importante para nós é a seguinte. Como Jesus Cristo quebrou as correntes da morte por meio de Sua ressurreição, somos salvos da tragédia do sofrimento e da morte eterna.

 

E essa vitória de Jesus abriu para nós a porta do Reino dos Céus e nos deu a oportunidade e a chance de viver uma vida repleta de muito amor e felicidade com o Pai.

 

A terceira boa notícia da Ressurreição é a Esperança. Com Sua volta à vida, Jesus reitera que a vida dos filhos fiéis de Deus não termina com as tragédias da vida, como a morte.  Há uma vida preparada para nós.

 

Jesus sofreu, morreu e ressuscitou para nos lembrar que, se vivermos bem como cristãos, nossos próprios sacrifícios nesta vida não serão em vão.

 

Talvez estejamos contaminados pelo pecado, mas a ressurreição nos lembra de que não estamos sem esperança.

 

Jesus venceu por nós Sua batalha contra o mal para nos dar outra chance de nos renovarmos. E para voltarmos ao lugar ao qual realmente pertencemos, o Reino dos Céus.

 

Assim, a celebração da Páscoa é um claro lembrete para cada um de nós de que Jesus ressuscitou por nós.

 

Ele ressuscitou para nos dizer que, quando a vida é sombria e difícil, não devemos nos desesperar e nos sentir abandonados e sem esperança.

 

Porque é exatamente por isso que Ele ressuscitou. Para podermos aprofundar nossa confiança e esperança na misericórdia e no amor do Pai, por meio Dele, nosso Senhor, Jesus Cristo. 

Amém. 

 

Missão do Japão 19/04/2025: Vigília da Páscoa | ANO C (Lc 24,1-12) Homilia



O significado desta noite extraordinária é melhor descrito pelas palavras do Exultet (復活賛歌): “Esta é a noite em que a coluna de fogo destruiu a escuridão do pecado.

Esta é a noite em que os cristãos de todos os lugares são lavados do pecado, libertados de toda impureza, restaurados à graça e juntos crescem em santidade.

Esta é a noite em que Jesus Cristo quebrou as correntes da morte e ressuscitou triunfante da sepultura.”

Assim, para nós, cristãos, esta noite é a mais importante e significativa. Porque esta é a noite que nos fala da vitória de nosso Senhor.

Esta noite anuncia o triunfo de Jesus, o que significa salvação para todos nós.

Via-Sacra com as Famílias Nipo-Brasileiras no Japão e demais países: “Caminho de Cruz e Esperança”



1ª Estação – Jesus é condenado à morte

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

"Pilatos lavou as mãos e entregou Jesus para ser crucificado." (Mt 27,24-26)

Reflexão:
Hoje, muitas famílias enfrentam condenações silenciosas: contratos de trabalho precários, discriminação por serem estrangeiras, exclusão no sistema educacional e de saúde. Muitas vezes, a sociedade “lava as mãos” diante dessas injustiças. Quantas mães e pais nipo-brasileiros carregam a dor de ver seus filhos discriminados por falarem melhor japonês que português — ou vice-versa?

Oração:
Senhor Jesus, condenado inocente, olha pelos que são injustiçados hoje.
Dá força às famílias que enfrentam julgamentos e preconceitos no Japão e demais países.
Ensina-nos a não lavar as mãos diante da dor do outro.
Dá-nos coragem de lutar por justiça com amor e fé. Amém.

Canto:
A morrer crucificado / Teu Jesus é condenado

Por teus crimes pecador / Por teus crimes pecador

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


2ª Estação – Jesus carrega a cruz

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“Ele carregou sobre si os nossos pecados.” (Is 53,4)

Reflexão:
Jesus carrega sua cruz em silêncio.
Quantas famílias também carregam pesadas cruzes: a insegurança do visto, o medo da deportação, o cansaço do trabalho exaustivo, a adaptação cultural forçada.
Cada cruz tem um nome, uma história, um rosto.

Oração:
Senhor, fortalece os que carregam cruzes pesadas no Japão e demais países.
Que em Ti encontremos sentido e esperança, e que jamais percamos a fé.
Ajuda-nos a carregá-las com amor e dignidade. Amém.

Canto:
Com a cruz é carregado / E do peso acabrunhado

Vai morrer por teu amor / Vai morrer por teu amor

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


3ª Estação – Jesus cai pela primeira vez

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele.” (Is 53,5)

Reflexão:
Jesus cai, mas não desiste. Assim como muitos que sofrem a dor da exclusão, do fracasso escolar dos filhos, da instabilidade econômica.
Cada queda é um convite a recomeçar.

Oração:
Senhor Jesus, ajuda-nos a levantar quando a vida nos derruba.
Sê nosso sustento nos dias difíceis.
Faz-nos solidários com os que estão caídos ao nosso redor. Amém.

Canto:
Pela cruz tão oprimido / Cai Jesus desfalecido

Pela tua salvação / Pela tua salvação

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


4ª Estação – Jesus encontra sua Mãe

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“Eis que este Menino será causa de queda e de reerguimento para muitos.” (Lc 2,34)

Reflexão:
Maria encontra seu Filho sofredor e caminha com Ele.
Quantas mães hoje carregam a dor de não entender os filhos, de vê-los distantes da fé, ou sofrendo bullying na escola por serem "diferentes"?

Oração:
Mãe das Dores, caminha com as mães imigrantes.
Fortalece aquelas que lutam para proteger seus filhos e dar-lhes um futuro melhor.
Sustenta as que vivem entre a saudade e o amor. Amém.

Canto:
Vê a dor da mãe amada / Que se encontra desolada

Com seu filho em aflição /Com seu filho em aflição

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


5ª Estação – Simão de Cirene ajuda Jesus a carregar a cruz

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“Pegaram um certo Simão, natural de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz.” (Lc 23,26)

Reflexão:
Simão foi forçado a ajudar, mas sua presença foi bênção.
Quantos são Cireneus hoje: voluntários, líderes de comunidades, colegas de trabalho, padres, professores que acolhem sem preconceito?

Oração:
Senhor, dá-nos olhos atentos para ver quem precisa de ajuda.
Ensina-nos a carregar as cruzes uns dos outros.
Faz de nós instrumentos de compaixão. Amém.

Canto:
No caminho do calvário / Um auxílio é necessário

Não lhe nega o Cirineu / Não lhe nega o Cirineu

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


6ª Estação – Verônica enxuga o rosto de Jesus

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“Fizestes isso a mim.” (Mt 25,40)

Reflexão:
Verônica enxuga o rosto de Jesus com ternura.
Hoje, há tantas Verônicas silenciosas: mulheres que rezam, escutam, cuidam dos doentes e dos idosos esquecidos em hospitais e asilos.

Oração:
Senhor, que saibamos enxergar-Te no rosto cansado do outro.
Dá-nos coragem para gestos pequenos, mas cheios de amor.
Que cada ato nosso revele Tua ternura. Amém.

Canto:
Eis o rosto ensanguentado / Por Verônica enxugado

Que no pano apareceu / Que no pano apareceu

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


7ª Estação – Jesus cai pela segunda vez

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“Ele suportou a cruz, desprezando a vergonha.” (Hb 12,2)

Reflexão:
Jesus cai de novo. E de novo se levanta.
As famílias também tropeçam: nos problemas financeiros, nos conflitos culturais, na solidão. Mas seguem.

Oração:
Senhor, ajuda-nos a nos levantar, mesmo nas quedas repetidas.
Sustenta-nos quando nossa fé vacila.
Renova nossas forças com Teu Espírito. Amém.

Canto:
Novamente desmaiando / Sob a Cruz que vai levando

Cai por terra o salvador / Cai por terra o salvador

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


8ª Estação – Jesus consola as mulheres de Jerusalém

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“Não choreis por mim.” (Lc 23,28)

Reflexão:
Mesmo em dor, Jesus consola.
E consola hoje as mulheres que choram pelas dificuldades da vida familiar, pela ausência dos maridos, pela violência doméstica, pela dor de não poder voltar ao Brasil.

Oração:
Senhor Jesus, enxuga as lágrimas das mulheres que sofrem.
Dá consolo e força às que sustentam lares com coragem.
Torna-nos presença acolhedora para elas. Amém.

Canto:
Das matronas piedosas / De Sião filhas chorosas

É Jesus consolador / É Jesus consolador

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


9ª Estação – Jesus cai pela terceira vez

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“Se cair, seu companheiro o levanta.” (Ecl 4,10)

Reflexão:
A terceira queda é quase final. Mas Jesus insiste.
Quantas vezes as famílias imigrantes já pensaram em desistir?
E ainda assim continuam.

Oração:
Senhor, fortalece os que estão por um fio.
Dá-nos companheiros fiéis que nos sustentem.
Que nunca falte esperança a quem acredita em Ti. Amém.

Canto:
Cai terceira vez prostrado / Pelo peso redobrado

Dos pecados e da cruz / Dos pecados e da cruz

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


10ª Estação – Jesus é despojado de suas vestes

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“Repartiram entre si as suas vestes.” (Jo 19,23)

Reflexão:
Jesus é exposto, humilhado.
Também há despojamento na imigração: da cultura, da língua, dos costumes.
Muitas vezes, sente-se que se perdeu a própria identidade.

Oração:
Senhor, reveste-nos com Tua dignidade.
Que mesmo quando somos despojados do que temos, jamais percamos o que somos.
Sê nosso abrigo. Amém.

Canto:
De suas vestes despojado / Todo chagado e pisado

Eu vos vejo, meu Jesus / Eu vos vejo, meu Jesus

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


11ª Estação – Jesus é pregado na cruz

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“Crucificaram-no...” (Mc 15,24)

Reflexão:
Pregado à cruz, Jesus sente dor extrema.
As famílias também vivem crucificações: separações, doenças, injustiças, solidão.
Mas Jesus permanece firme, por amor.

Oração:
Senhor, dá-nos força nas horas mais difíceis.
Que nossas dores unidas às Tuas se tornem fonte de salvação.
Fica conosco, mesmo na cruz. Amém.

Canto:
Sois por mim na cruz pregado / Insultado, blasfemado

Com cegueira e com furor / Com cegueira e com furor

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


12ª Estação – Jesus morre na cruz

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“Pai, em tuas mãos entrego meu espírito.” (Lc 23,46)

Reflexão:
A morte de Jesus não é o fim, mas o início da esperança.
Muitos morrem longe de casa, longe dos seus. Mas em Cristo, ninguém morre sozinho.

Oração:
Senhor da vida, acolhe os que partiram.
Consola os que choram.
Faz nascer em nós a esperança da ressurreição. Amém.

Canto:
Por meus crimes padecestes / Meu Jesus, por nós morrestes

Quanta angústia, quanta dor / Quanta angústia, quanta dor

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


13ª Estação – Jesus é descido da cruz

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“José pediu o corpo de Jesus.” (Lc 23,52)

Reflexão:
Jesus morto é colocado nos braços da Mãe.
Quantas mães hoje recebem de volta seus filhos marcados pela dor, pelas drogas, pela depressão?
Maria os acolhe também.

Oração:
Senhor, ensina-nos a acolher os que mais sofrem.
Que em nossas mãos, haja sempre ternura, como nas de Maria.
Dá-nos um coração compassivo. Amém.

Canto:
Do madeiro vos tiraram / E a mãe vos entregaram

Com que dor e compaixão / Com que dor e compaixão

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus


14ª Estação – Jesus é sepultado

“Nós vos adoramos, senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.”
R: “Porque com vossa Santa Cruz remistes o mundo.”

“Depositaram-no num túmulo novo.” (Jo 19,41)

Reflexão:
Tudo parece acabado. Mas a semente foi lançada.
Na vida migrante, muitos sentem que tudo morreu. Mas é no silêncio que Deus age.

Oração:
Senhor, ensina-nos a confiar mesmo no escuro.
Que saibamos esperar o novo que virá.
Que a Tua ressurreição transforme nossa dor em alegria. Amém.

Canto:
No sepulcro vos puseram / mas os homens tudo esperam

Dos mistérios da paixão / Dos mistérios da paixão

 

Pela virgem dolorosa, vossa mãe tão piedosa

Perdoai, meu bom Jesus perdoai, meu bom Jesus