sábado, 30 de agosto de 2025

Missão do Japão 31/08/2025: 22º Domingo do Tempo Comum | ANO C (Lc 14,1.7-14) Homilia



Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

As leituras deste domingo nos convidam a refletir sobre a humildade, a confiança em Deus e a verdadeira alegria que nasce quando aprendemos de Jesus a viver de forma simples e desprendida.

O livro do Eclesiástico nos recorda: “Quanto mais importante fores, mais te humilha e encontrarás graça diante do Senhor” (Eclo 3,19). Essa sabedoria nos lembra que o caminho da vida cristã não é o da exaltação pessoal, mas o do serviço humilde. É nesse espírito que queremos também olhar hoje para a vocação do catequista: homens e mulheres que, com simplicidade, colocam sua vida a serviço da formação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos. O catequista não é alguém que “se coloca à mesa principal”, mas que serve, que se abaixa, que escuta, que caminha junto.

A Carta aos Hebreus, por sua vez, nos faz enxergar que não fomos chamados para uma experiência de medo ou de angústia, mas para a comunhão com Deus no Cristo vivo. A fé não é peso, nem motivo de ansiedade; é encontro com Aquele que nos acolhe na “assembleia dos primogênitos” (Hb 12,23). Quantas vezes, no mundo de hoje, vivemos angustiados, ansiosos, tentando conquistar lugares de destaque, reconhecimento ou segurança que nunca parecem suficientes! Mas a fé nos recorda que nosso lugar verdadeiro já está garantido: é junto de Deus, que nos chama filhos.

O Evangelho de Lucas nos mostra Jesus diante de um banquete. Ele observa como todos querem os primeiros lugares. E, com sabedoria, ensina: “Quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar” (Lc 14,10). E mais ainda: “Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos” (Lc 14,13). É a lógica do Reino: não buscar a própria glória, mas servir e abrir espaço para os que não têm lugar.

Aqui encontramos também uma luz para nossa vida interior. A ansiedade que tantas vezes carregamos nasce, em grande parte, do medo de não ter lugar, de não sermos reconhecidos, de não sermos amados. Jesus nos liberta disso: Ele nos mostra que nosso valor não depende de aplausos ou de posições sociais, mas do amor gratuito do Pai. Aprender com Jesus é o caminho para curar a ansiedade. Nele, podemos descansar, porque Ele nos garante: “Quem se humilha será exaltado”.

O catequista, nesse sentido, é chamado a ser testemunha viva dessa paz em Cristo. Não é apenas alguém que ensina doutrina, mas alguém que mostra, com a própria vida, que seguir Jesus é aprender a confiar, a caminhar sem medo, a colocar tudo nas mãos de Deus. O catequista ajuda os irmãos a compreender que a fé não aumenta a ansiedade, mas a cura, porque nos dá uma certeza: Deus caminha conosco.

Por isso, queridos irmãos, neste domingo, a Palavra nos convida a três atitudes:

  1. Humildade – Reconhecer que não precisamos ocupar os primeiros lugares, porque o nosso lugar já está no coração de Deus.
  2. Confiança – Deixar que a fé cure nossa ansiedade, lembrando que não precisamos controlar tudo, pois Deus cuida de nós.
  3. Serviço – Como catequistas e discípulos, escolher o último lugar para dar lugar aos outros, especialmente aos mais pobres e esquecidos.

Que esta Eucaristia nos ajude a redescobrir a beleza da vocação de servir e de ensinar na humildade. Que cada catequista aqui presente se sinta fortalecido na missão de transmitir não apenas palavras, mas a paz de Jesus que acalma o coração ansioso. E que todos nós possamos aprender com Cristo a viver com simplicidade, confiando que quem se humilha será exaltado no Reino dos Céus.

Amém.

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