quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Missão do Japão 31/12/2023: Sagrada Família: Jesus, Maria e José - Festa | ANO B (Lc 2,22-40) Homilia



Ainda na época do Natal, celebramos neste domingo a Festa da Família de Jesus, Maria e José. Na verdade, não apenas uma linda família de Nazaré, mas uma família cheia de muita santidade. Santa, não apenas pelo seu papel no plano da Salvação, mas a família de Jesus, Maria e José é conhecida como Sagrada Família, especialmente pela sua obediência e fidelidade à vontade de Deus Pai.

Através de um anjo, José foi instruído a não ter medo de tomar Maria como esposa. José entendeu e seguiu a mensagem do anjo. Ele se tornou não apenas um marido fiel para Maria, mas também um pai responsável para Jesus.

Maria quis que a sua vida fosse para Deus, ela escolheu livremente deixar acontecer a Vontade e o plano de Deus. Tendo percebido e compreendido desde cedo que o acontecimento que se realizava em sua vida fazia parte do plano e da Vontade de Deus, ela aceitou-o com alegria. E com toda humildade, viveu bem e fielmente aquela Missão.

O sofrimento e a morte de Jesus na Cruz nos deram claramente a verdadeira essência da Obediência, da Fidelidade a Deus e de sermos Filhos de Deus. Para Jesus não há outra forma de mostrar ao Pai que Ele é um Bom Filho, senão sendo reflexo do Pai em tudo.

A Sagrada Família está nos dizendo que se tivermos certeza de que em nossa vida familiar a Vontade de Deus é a Regra e nossa inspiração, então, certamente, nossas próprias famílias não estarão longe da Sagrada Família. Quando a Vontade Divina está presente e trabalhando em nossas famílias, acredito que o AMOR genuíno também está presente e funcionando.

Assim como a Sagrada Família de Jesus, Maria e José, quando somos fiéis ao nosso chamado, quando o relacionamento amoroso é forte e quando a fidelidade a Deus é evidente, não nos tornamos apenas boas famílias, mas, tornamo-nos Boas Novas para outras famílias e, eventualmente, Boas Novas e presentes para todo o Mundo. Amém

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

A história das Origens: o Princípio e o Presépio

 


Pe. Luciano Zilli



Quando Deus decidiu criar o mundo, a terra estava completamente vazia, mergulhada em densas trevas, não havia calor, luz, e as águas eram tumultuosas e dominavam toda superfície terrestre. Um ambiente hostil à vida, adverso à precária condição das coisas que viriam a existir, à espera de uma Voz que as libertasse daquela condição caótica, antivital. E a Voz se fez ouvir – quem a teria ouvido no Princípio, antes que ouvidos fossem criados? – Ressoou-se por todo o orbe terrestre, separando as água da terra, ordenando que do caos tenebroso refulgisse a luz.

Estrondo de uma Voz... Luz! ... “Eu sou a Luz do mundo”.

E a luz se fez, qual condição primordial à existência de todas as coisas – nenhuma vida pode subsistir submersa nas trevas. Resplandecendo a luz, todas e cores e sons, todas as sensações, movimentos e impulsos vitais, seres aquáticos, terrestres, voláteis, se revestiram de forma, e ganharam vida. E assim, o caos primigênio foi se constituindo, dia-pós-dia, uni-verso: unidade na diversidade; ordem, perfeição, harmonia: Vida. Presépio primordial.

Após seis longos e inobservados dias, ressoando e criando, plasmando e dando forma à matéria informe, a grande Voz, sábia e soberana, chama à existência aquela forma vital capaz de dar sentido a todas aquelas formas inconscientes de vida – dar sentido e governar, conduzir toda a criação ao louvor sideral. Máxima perfeição entre as coisas criadas, porque “imagem e semelhança” da mesma energia vital criadora: “Façamos o ser humano – homem e mulher – à nossa imagem e semelhança!”.

E, assim, homem e mulher – Adão e Eva –, pó da terra, frágil barro informado, recebem o Ruah-Espírito, hálito sagrado. E da Voz ressoa uma benção, e a bênção os torna fecundos: pai e mãe de toda a humanidade; senhores deste mundo, a serviço da Palavra-Verbo-Luz, Voz que comunica a sabedoria dos íntimos desejos divinos; Voz que falará pelos profetas, preanunciando a encarnação do Verbo; Voz que continua ressoar em cada coisa que pulsa vida, sinais visíveis de um amor invisível – sacramento –, pois o universo, comportando todas as suas diversidades, reflete, nas perfeições das coisas criadas, a suprema perfeição; nas belezas singelas, a única Beleza, antiga e sempre nova.

... E o tempo cumpre seu destino. Homem e mulher se distanciam da fonte vital, já não ouvem mais nitidamente o sussurrar da Voz do Princípio. O Presépio original já não comporta mais suas ambições de poder e domínio: querem se tornar a Voz. Pecado, solidão, sofrimento... Morte. Mas o Amor é mais forte que a Morte. O Amor é o Verbo que se faz carne e vem armar sua humilde tenda no meio de nós. E o Verbo eterno, Voz que continua a sustentar e plasmar o universo, a separar as aguas da terra firme; Luz que vem ao mundo para recriar o mundo – pois, nenhuma vida pode subsistir submersa nas trevas.

E as profecias se cumprem. Deus não engana. E o Verbo-Luz se faz criança, e nasce pobre, no meio dos pobres: “Façamos a Palavra à nossa imagem e semelhança”, à semelhança dos homens, semelhantes a Deus: maravilhosa troca, na qual o Verbo se reveste de nossa carne mortal – frágil poeira, barro insuflado, vivificado com o Ruah-Sopro, tenro respirar da Voz criadora –; e nós, de sua aura de eternidade. E o Natal se torna Gênesis, o Presépio se torna um novo Princípio – pois, o Amor é mais forte que a Morte! A graça vence o pecado.



No Princípio, a Voz preparava um mundo capaz de comportar o ser humano – o primeiro Presépio, berço da humanidade –, destinado a refletir e ressoar a potência e a sabedoria da Voz fontal; no Presépio, Deus vem ao mundo para recriá-lo, remetê-lo ao Princípio. No Princípio, havia luz quando Deus chamava à existência o ser humano; no Presépio, mergulhado nas trevas daquela fria noite, faz-se Luz quando se ouve ressoar uma tênue voz – não estrondosa, como no Princípio –, mas “choro de criança”, eco proveniente de um ventre santo – nova Eva, nova mãe. No Princípio, a Voz se transmuta em bênção de vida; no Presépio, o Verbo-carne, Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, cumpre uma antiga profecia: “Em ti, Abraão, em tua descendência, todas as famílias da terra serão abençoadas”. Qual filho de Abraão, semente santa, Jesus vem ao mundo para reverter a maldição que pesava sobre a humanidade, desde os tempos primordiais, quando homem e mulher decidem desobedecer a Voz. Ele é nossa Paz, é a possibilidade – a única – de uma nova Gênesis; é a Luz que resplandecia enquanto a voz criava; É a Luz que continua a resplendecer enquanto Deus continua a criar e re-criar o mundo, em cada coisa que nasce e fenece, em cada choro que se faz ouvir após as longas horas de dores e parto. É sempre Deus, amigo dos homens, Pai da eternidade, a continuar soprando sobre o barro caótico, dando-lhe vida, transformando a desforme matéria em forma santa, “imagem e semelhança” de sua perfeição.

O mundo carece sempre de um novo Princípio... e é do Presépio de Belém que ressoa – tímida,

tênue – a Voz recriadora. Um novo Gênesis é urgente. Novamente se ouve o ressoar ameaçador das anti-vozes – vozes que não geram vida, mas produzem trevas e morte: metralhadoras e canhões: guerra; fome, escravidão, indiferença, preconceitos e discriminações homicidas. O mundo sofre para continuar resplandecendo a glória original de seu Criador. O fim dos recursos naturais compromete a vida sobrea terra, representa o cessar das condições para a sobrevivência daqueles que foram criados para refletir a imagem e semelhança do Criador. O mundo –– com todos os seres que habitam as grandes águas, que rastejam sobre a terra e atingem as mais distantes alturas, este mundo é o grande presépio preparado por Deus para depositar o ser humano. O mesmo mundo que acolheu seu Filho – o Verbo-Voz – naquele humilde presépio, circundado por animais e pobres pastores, este mesmo mundo continua nos acolhendo, e se submetendo ao nosso domínio.

Mas esta é uma noite santa. É Natal. Novo Gênesis. Deus recomeça a recriar o mundo, mais uma vez. Que seja, então, uma noite feliz – a mais feliz de todas as noites –, apesar da dor de tantos irmãos; feliz, apesar da indiferença dos que não se comovem mais com o choro de uma criança; feliz, apesar das sombras da morte ainda ameaçar tantos povos e nações; feliz, apesar de tanta fome e tanto pão, tantas mesas fartas; feliz porque o Presépio de Belém ainda nos recorda que, no Princípio, a Voz divina criou a humanidade qual receptáculo e reflexo do imenso amor de seu coração. Feliz porque não é só uma Voz a falar: é a voz de um Pai, o Pai que ousamos chamar “Pai nosso”.

Dedico estas palavras a todos meus amigos e irmãos; especialmente por aqueles que o divino doador da vida decidiu – em sua imensa bondade e sabedoria – doar-lhes um outro tipo de vida, aquela que chamamos vida plena, por ser eterna. Que eles cantem no céu, junto com os anjos, o anúncio do Natal: “Glória a Deus nas alturas”.

sábado, 23 de dezembro de 2023

Missão do Japão 25/12/2023: Natal do Senhor, ANO B (Lc 2,15-20) Homilia



O Natal é uma celebração anual para todos os cristãos, especialmente para nós, católicos. E sim, mesmo que isso aconteça todos os anos, posso dizer com segurança que nunca estamos cansados e entediados para celebrar esta ocasião tão maravilhosa.

Nem tanto porque fazemos festas e entrega de presentes. Nem tanto porque há muita comida na mesa. Mas porque somos gratos a Deus por nos enviar um Salvador, Seu único Filho, Jesus.

Assim, o Natal será sempre uma época e um momento para lembrar que somos amados. Que somos especiais para Deus; mesmo que sejamos diferentes, mesmo que sejamos pecadores e mesmo que ainda nos falte fé. O nascimento de Jesus, o Salvador do mundo, é o cumprimento da promessa de Deus de que Ele estará conosco e nunca nos abandonará. Jesus é aquela manifestação concreta do profundo amor de Deus por todos nós. Porque Jesus é o Emanuel, que significa que Deus está conosco.

Durante este período de desafios no mundo, provocados pelas atuais guerras em alguns países, desastres naturais, dificuldades econômicas e outros problemas e preocupações mundiais, que todos possamos voltar-nos para o Deus amoroso em busca de paz, proteção e outras bênçãos. E através das orações de Maria e José, que todos nós possamos ser inspirados a escolher a bondade e a caridade no meio das provações e problemas que enfrentamos.

Assim, juntos, neste Natal, expressamos com alegria a nossa gratidão a Deus por nos ter enviado Jesus. E agradeçamos a Jesus por ser o maior presente que a humanidade já recebeu.

Que cada um de nós experimente concretamente o amor de Deus e viva a alegria do nascimento do Senhor, neste Natal.

Feliz Natal a todos!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

CELEBRAÇÃO DO NATAL EM FAMÍLIA 2023

 


“Eu vos trago a boa-nova de uma grande alegria:

é que hoje nasceu o Salvador, Cristo, o Senhor.” (Lc 2,10-11)

 

1. PREPARAR O AMBIENTE


a) Colocar a Bíblia aberta em um lugar de destaque com uma vela, flores e fotos das pessoas da família que estão ausentes.

b) Montar o presépio num lugar central para que todos possam ver.

 

2. ACOLHIDA

Dirigente: Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo!

TODOS: Amém!

Dirigente: “A luz brilha nas trevas e ilumina todo ser humano!” (cf. Jo 1,5.9)

(alguém acende-se a vela)

TODOS: Que a tua luz ilumine nossa família/ e nos encha de alegria e paz!

 

3. PROCLAMAR A PALAVRA

Canto de Aclamação: 

1.Eu vim para escutar Tua palavra, Tua palavra Tua palavra de amor

2. O mundo ainda vai viver Tua palavra, Tua palavra Tua palavra de amor.

 

Leitura do Evangelho de Lc 2,15-20.

15 Quando os anjos se afastaram, voltando para o céu, os pastores combinaram entre si: «Vamos a Belém, ver esse acontecimento que o Senhor nos revelou» 16 Foram então, às pressas, e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17 Tendo-o visto, contaram o que o anjo lhes anunciara sobre o menino. 18 E todos os que ouviam os pastores, ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19 Maria, porém, conservava todos esses fatos, e meditava sobre eles em seu coração. 20 Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que haviam visto e ouvido, conforme o anjo lhes tinha anunciado.

 

(Contemplar em silêncio o presépio. Em seguida, partilhar o que ilumina ou iluminou a vida de cada um e ajudou a viver este ano que passou.)

 

Dirigente: Cantemos a alegria desta Noite Santa que experimentamos reunidos em família:

 

Canto “Noite Feliz”

1. Noite feliz! Noite feliz! / O Senhor, Deus de amor / pobrezinho nasceu em Belém, / eis na lapa Jesus, nosso bem. / Dorme em paz, ó Jesus! (bis)

2. Noite feliz! Noite feliz! / Ó Jesus, Deus da luz! / Quão afável é teu coração, / que quiseste nascer nosso irmão / e a nós todos salvar! (bis)

3. Noite feliz! Noite feliz! / Eis que no ar, vêm cantar / aos pastores os anjos do céu, / anunciando a chegada de Deus,/ de Jesus Salvador! (bis)

 

 

4. REZAR POR UM NATAL DE PAZ E ALEGRIA

Leitor 1: Deus da Paz, dá-nos o amor que é capaz de aceitar as pessoas como elas são e acolher a todos sem distinção.

TODOS: Senhor,/ ajuda-nos a viver no amor/ e na alegria!

Leitor 2: Deus de Bondade, dá-nos a alegria necessária para anunciarmos a Palavra da Vida, que nasceu em nosso coração nesta Noite Santa...

TODOS: Senhor,/ ajuda-nos a viver no amor e /na alegria!

Leitor 3: Deus, Amigo da humanidade, que nossa família seja um lugar da experiência da misericórdia, do exercício do perdão, da compreensão e do querer bem. Que jamais nos falte a tua graça e vivamos sempre unidos na fé e na esperança...

TODOS: Senhor, /ajuda-nos a viver no amor/ e na alegria!

·        Preces espontâneas

·        Pai-nosso

·        Ave Maria

 

5. BÊNÇÃO FINAL

Dirigente: Senhor, esta família é hoje o teu presépio. Permanece conosco e que jamais nos falte o alimento da tua Palavra que mata toda fome.

TODOS: Senhor, / Deus de ternura e compaixão, / o universo inteiro ficou repleto da tua glória. / Que todos nós saibamos acolher esta presença / que traz a paz. / Como numa noite densa, / a Palavra de Deus desceu à terra, / rompendo o silêncio que nos prendia na escuridão, / que em nossas noites / sempre brilhe a tua luz / que irradia na gruta do nosso coração. / Belém hoje é aqui, / nossa família, / onde partilhamos o verdadeiro pão da vida: / Jesus que nasceu pequenino, / mas é para nós a grandeza de todo ser humano. / Que vivamos o amor e a alegria. / Amém.

 

Canto final: Catemos ao Menino Deus pedindo benção para nossa família:

“Abençoa Senhor as famílias amém. Abençoa Senhor a minha também (Bis)”

 

6. FINALIZAR COM ABRAÇO DE PAZ: Terminando nossa celebração vamos abraçar a todos desejando um DE FELIZ NATAL! Em seguida faremos o amigo secreto!

 

Fonte: Novena de Natal da Arquidiocese de Belo Horizonte

Imagem: Freep!k (-Zay Nyi Nyi)