sábado, 19 de outubro de 2019

Exercício de Homilética: 29º Dom. Tempo Comum


29º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(Dia Mundial das Missões e da Obra Pontifícia da Infância Missionária)
Ex 17,8-13a, Sl 120 (121), 2 Tim 3,14-4,2 e Lc 18,1-8

Fé – Oração – Justiça – Missão



Iniciar convidando o povo a cantar juntos:
 “Unidos pela força da oração, ungidos pelo espírito da missão, vamos juntos construir, uma Igreja em ação.”

A Palavra que a liturgia de hoje nos apresenta convida-nos a manter com Deus uma relação estreita. Apresentando como temas centrais a oração, a e a missão, permeadas pelo viés da justiça, que disposto a nos salvar, Deus está sempre pronto anos fazer! 

O Evangelho traz tem duas partes distintas:
·        A 1ª está para a necessidade de orar sempre, representada pela parábola da viúva insistente que faz o juiz injusto atuar em seu favor.
·        A 2ª, para a necessidade de manter a fé, quando o próprio Jesus nos explica a parábola.
Vemos assim que Deus não está ausente nem fica insensível diante do sofrimento do seu Povo… Saibamos pois, que Deus nos ama e que tem um projeto de salvação para todos nós; e essa descoberta só se pode fazer através da oração, de um diálogo contínuo e perseverante com Deus.
A primeira leitura narra a vitória de Israel contra os amalecitas, graças às orações de Moisés, que de braços levantados rogava a Deus pelo seu povo. Dando-nos a entender que Deus intervém no mundo e o salva servindo-Se, muitas vezes, da ação do homem; mas, para que o homem possa ganhar as duras batalhas da existência, ele tem que contar com a ajuda e a força de Deus… Ora, essa ajuda e essa força brotam da oração, do diálogo com Ele.
Na segunda leitura, Paulo aconselha Timóteo a permanecer firme em Deus e em Sua verdade.   E apresenta uma outra fonte privilegiada de encontro entre Deus e o homem: a Escritura Sagrada… Sendo que a Palavra com que Deus indica aos homens o caminho da vida plena, deve assumir um lugar preponderante na experiência cristã.

Ciente de que como disse Jesus: mais do que aquele juiz, Deus nos fará justiça e o fará bem depressa. Reflitamos:
1. A partir da minha realidade hoje: identifico-me com a viúva humilde e necessitada de Deus ou com o juiz prepotente, cheio de si?
2. Como é minha oração a Deus? Confio a ele minha vida, minhas necessidades?
3. Peço sua sabedoria para fazer sua santa vontade, ou quero que Deus faça as minhas?
4. Em que situações me custa orar sem desanimar?
Lembremos o que nos diz São Vicente: “Deus não se nega em nos atender, quando rezamos com humildade e confiança”. Portanto, não desanimemos!

Hoje também a nossa Igreja celebra o Dia Mundial das Missões e da Obra Pontifícia da Infância Missionária. A igreja é essencialmente missionária. E vale lembrar que ela nasce da missão de Jesus e de seus discípulos, não o contrário!
O Papa Francisco tem insistido numa Igreja Missionária, de portas abertas, em saída. Legado deixado por Jesus e aderido por muitos, no decorrer da história, tal como, para citar alguns: São Vicente de Paulo, Santa Terezinha do Menino Jesus e São Francisco Xavier. Cada um, a seu modo, fez a missão de Deus acontecer no mundo.   
Nesse mês de outubro, estamos vivendo o Mês Extraordinário Missionário, convocado pelo Papa Francisco no ano passado, que tem como objetivo: “nutrir o ardor da atividade evangelizadora da Igreja ad gentes.”


Aqui temos a logomarca desse mês missionário, que também traz uma mensagem:
Cruz Missionária: que acolhe o mundo, interliga os povos, estabelecendo a comunicação. É sinal da comunhão entre Deus e os homens devido à universalidade da nossa missão. A Cruz é luminosa, cheia de cor, sinal da vitória e da Ressurreição.
Mundo Transparente: significando que a nossa ação de evangelização não tem barreiras: é fruto do Espírito Santo. É como o amor de Jesus que não conhece nem fronteiras.
Palavras “batizados e enviados”: do lado da Cruz brota o Batismo, para salvação do mundo a que somos enviados a anunciar o Evangelho de Jesus. É a Igreja de Cristo em ação!
As cores da Cruz: representam os cinco continentes: o vermelho: América, verde: África, branco: Europa, amarelo: Ásia e azul Oceania. Cada cor tem um significado simbólico que torna possível a ligação entre os continentes através dos povos, na comunhão de Deus com a Humanidade.

Concluiremos nossa fala matizando que para fazer justiça meio às necessidades dos mais pobres hoje - tal como fez aquele juiz e, continuamente, faz Deus, podemos realizar três movimentos:
1. Rezar com confiança e sem desanimar. Muitos são os modelos de orações que temos, desde aquela espontânea - que nasce do fundo de nosso coração (diálogo com Deus) até as pré-formuladas, como o Rosário de Nossa Senhora (incluso mês estamos celebrando)
2. Alimentar nossa fé por meio do contato com a Palavra de Deus. Lendo diariamente a Bíblia, participando das celebrações da Comunidade e engajando-se nos círculos bíblicos que estão sendo formados em nossa Paróquia.
3. Realizar a missão que todo cristão é chamado a fazer a partir do batismo, esse anúncio de Jesus Cristo pode se dá pelo nosso testemunho desde pequenos gestos dentro de nossa própria casa/família/comunidade ou a partir de um grupo específico tal como é o MISEVI, que inclusive dessa paróquia já foram enviados muitos missionários às SMPV realizadas pela Família Vicentina do Regional Belo Horizonte em diferentes paróquias do País. Uma prática que muitos de nós aqui presentes poderemos retomar. Vale muito a pena!

A missão de evangelizar é de todos nós! Eu, você, nós somos sempre uma missão, e o somos, porque somos fruto do amor de Deus. Quem ama, põe-se em movimento, dá-se ao outro e tece relações que geram vida.


Voltemos nosso olhar, a essa imagem de Nossa Senhora, e peçamos: “Maria, nossa Mãe,/ Tu que desde a anunciação/ te colocaste em movimento,/ envolvendo-te totalmente na missão de Jesus;/ missão que, ao pé da cruz,/ haveria de se tornar também a Tua./ Ajuda-nos, a como Tu,/ gerar no mundo,/ pela fé e pelo Espírito,/ novos filhos e filhas para Deus.”/ Amém!




domingo, 8 de setembro de 2019

Papa Francisco visita Pe. Opeka, CM na Akamasoa



Em sua viagem à Madagascar (África) o Papa Francisco realizou uma visita à Cidade da Amizade (Akamasoa) fundada pelo Pe. Pedro Opeka, CM, onde vivem milhares de famílias pobres tiradas de lixões. Ali o Padre ofereceu-lhes vida digna com trabalho educação e moradia.

Num primeiro momento o Pontífice se encontrou com mais de oito mil crianças e jovens em uma quadra coberta, a quem lhes disse: “Queridos jovens de Akamasoa, desejo dirigi-lhes uma mensagem especial: nunca cruzem os braços diante dos efeitos nefastos da pobreza, nem jamais sucumbam às tentações do caminho fácil ou do fecha-se em se mesmo”.


Vale salientar que além das autoridades eclesiásticas e civis, também estava ali presente o Superior Geral da Congregação da Missão Pe. Tomaž Mavrič, CM que oportunamente saudou o Santo Padre e o acompanhou durante esta visita.

Ver a seguir, a mensagem completa dirigida aos jovens:
É uma grande alegria poder encontrar-me com o padre Pedro Opeka, CM. Conhecemo-nos na universidade de teologia por volta de 1968, época em que ele não gostava tanto de estudar, quanto de trabalhar.
É uma grade alegria para mim, poder encontrar-lhes nesta grande obra. Akamasoa é a expressão da presença de Deus em meio a seu povo pobre; não uma presença esporádica, circunstancial, é a presença de um Deus que decidiu viver e permanecer sempre em meio de seu povo.
Nesta tarde são numerosos no coração desta “Cidade da amizade”, que construíram com suas mãos e que —não duvido— seguirão construindo para que muitas famílias possam viver com dignidade. Ao ver seus rostos radiantes, dou graças ao Senhor que escutou o clamor dos pobres e que manifestou seu amor com sinais concretos como a criação deste povo.
Seus gritos que surgem da impotência de viver sem teto, de ver crescer seus filhos na desnutrição, de não ter trabalho, pelo olhar indiferente - para não dizer desprezível - de tantos, transformaram-se em cantos de esperança para vocês e para todos os que os veem. Cada canto destes bairros, cada escola ou dispensário são um hino de esperança que desmente e silencia toda fatalidade. Digamos com força: “a pobreza não é uma fatalidade!”
Com efeito, este povo possui uma longa história de valentia e ajuda mútua. Este povo é o resultado de muitos anos de trabalho árduo. Nos cimentos encontramos uma fé viva que se traduziu em atos concretos, capaz de “mover montanhas”. Uma fé que permitiu ver possibilidade, onde só se via precariedade; ver esperança, onde só se via fatalidade; ver vida onde tantos anunciavam morte e destruição.
Recordem-se do que escreveu o apóstolo São Tiago: “a fé sem as obras é completamente morta” (Tg 2,17). Os cimentos do trabalho mancomunado e o sentido de família e de comunidade possibilitaram que se restaure artesanal e pacientemente a confiança não só em vocês, senão entre vocês, o que lhes permitiu serem os primeiros protagonistas e artesãos desta história.


Uma educação em valores que possibilitou as primeiras famílias iniciar a aventura com o padre Opeka puderam transmitir o tesouro enorme do esforço, a disciplina, a honestidade, o respeito a si mesmo e aos demais. E vocês puderam compreender que o sonho de Deus não é só o progresso pessoal, mas principalmente o comunitário, que não há pior escravidão - como nos lembrava o padre Pedro, que viver cada um só para si.
Queridos jovens de Akamasoa, desejo dirigi-lhes uma mensagem especial: nunca cruzem os braços diante dos efeitos nefastos da pobreza, nem jamais sucumbam às tentações do caminho fácil ou do fechar-se em se mesmo. Obrigado, Fanny, por esse bonito testemunho que nos deu em nome dos jovens do povo.
Queridos jovens: o trabalho realizado por seus pais, agora toca a vocês continuar. E encontrarão a força para realizá-lo em sua fé e no testemunho vivo plasmado por aqueles que os antecederam em suas vidas. Deixem que floresçam em vocês os dons que o Senhor lhes deu. Peçam-lhe que os ajude a colocar-se ao serviço de seus irmãos e irmãs com generosidade.
Assim, Akamasoa não será apenas um exemplo para as gerações futuras, senão muito mais, o ponto de partida de uma obra inspirada em Deus que alcançará seu pleno desenvolvimento na medida em que siga testemunhando seu amor às gerações presentes e futuras.
Rezemos para que em toda Madagascar e em outras partes do mundo se prolongue o brilho desta luz, e possamos conseguir modelos de desenvolvimento que privilegiem a luta contra a pobreza e a exclusão social a partir da confiança, a educação, o trabalho e o esforço, que sempre são indispensáveis para a dignidade da pessoa humana.
Queridos amigos de Akamasoa, querido padre Pedro e seus colaboradores: Obrigado mais uma vez por seu testemunho profético e seu testemunho gerador de esperança. Que Deus siga abençoando vocês.
Peço-lhes que, por favor, não se esqueçam de rezar por mim.


Depois, o Padre Opeka pegou carona no papamóvel e foi com o Papa Francisco a um lugar preparado junto a um monumento construído em pedra que pesa 600 Kg, em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus, de onde o Pontífice fez a seguinte oração aos trabalhadores que ali o esperavam:

Deus nosso Pai, criador do céu e da terra,
nós Vos damos graças por nos reunirdes aqui como irmãos,
em frente desta pedreira britada pelo trabalho do homem:
nós Vos pedimos por todos os trabalhadores.
Por aqueles que o fazem com as próprias mãos
e enorme esforço físico.
Preservai os seus corpos do desgaste excessivo:
que não lhes falte a ternura e a capacidade de acariciar os seus filhos e jogar com eles.
Concedei-lhes o vigor da alma e a saúde do corpo
para que não fiquem esmagados pelo peso da sua tarefa.
Fazei que o fruto do trabalho lhes permita
Assegurar uma vida digna às suas famílias.
Que encontrem nelas, à noite, calor, conforto e encorajamento,
e que juntos, reunidos sob o vosso olhar,
conheçam as verdadeiras alegrias.
Saibam as nossas famílias que a alegria de ganhar o pão
é perfeita, quando este pão é partilhado.
Que as nossas crianças não sejam forçadas a trabalhar,
possam ir à escola e continuar os seus estudos,
e os seus professores consagrem tempo a esta tarefa,
sem precisarem doutras atividades para a subsistência diária.
Deus da justiça, tocai os corações de empresários e dirigentes: que eles provejam a tudo o que é necessário
para assegurar a quantos trabalham um salário digno
e condições respeitosas da sua dignidade de pessoas humanas.
Com paterna misericórdia, cuidai
daqueles que não têm trabalho,
e fazei que o desemprego, causa de tantas misérias,
desapareça das nossas sociedades.
Possa cada um conhecer a alegria e a dignidade de ganhar o pão
para o trazer para casa e sustentar os seus queridos.
Criai entre os trabalhadores um espírito de verdadeira solidariedade:
saibam velar uns pelos outros,
encorajar-se mutuamente, sustentar quem está extenuado, levantar aquele que caiu.
Perante a injustiça, que o seu coração nunca ceda ao ódio,
ao rancor, à amargura, mas mantenha viva a esperança
de ver um mundo melhor e trabalhar por ele.
Que saibam, juntos e de forma construtiva,
fazer valer os seus direitos
e que as suas vozes e o seu clamor sejam atendidos.
Deus nosso Pai, Vós destes, como protetor
aos trabalhadores do mundo inteiro, São José,
pai adotivo de Jesus, esposo corajoso da Virgem Maria:
a Ele, entrego todos que trabalham aqui, em Akamasoa,
e todos os trabalhadores de Madagáscar, especialmente aqueles
que levam uma vida precária e difícil.
Que Ele os guarde no amor do vosso Filho
e os sustente na sua vida e na sua esperança.
Amém!

O que se nota no apostolado do Papa Francisco, além da acolhida, alegria e misericórdia, é uma verdadeira aporofilia (do grego άπορος + φιλία = amizade/amor ao pobre), características encontradas em Cristo, São Vicente e em teologias como a Africana ou da América Latina. Que o Senhor conduza nosso Pontífice a fim de que ele continue nos guiando com sua sabedoria, serviço e espiritualidade. 

Fonte: Vatican News
Vídeo resumo: 




sábado, 3 de agosto de 2019

Oração para obter as Virtudes Vicentinas


Deus nosso Pai, dai-nos por interseção de São Vicente de Paulo, as virtudes missionárias, a fim de melhor seguir teu filho Jesus Cristo, Evangelizador dos Pobres.
Por tua vida e missão, morte e ressurreição, vivamos teu zelo, humildade e mansidão, simplicidade e mortificação. Amém

Fonte: Terço das Virtudes Vicentinas


sexta-feira, 5 de julho de 2019

O caminho de São Vicente: uma regra para servidores dos pobres

Mãe acompanha missionário à casa do filho em Francisco Badaró - MG 

 “Não há melhor modo de assegurar nossa felicidade eterna do que viver e morrer no serviço dos pobres, nos braços da Providência e numa verdadeira renuncia a nós mesmos em seguimento de Jesus Cristo” (SVP, III, 359).

            O Pe. Robert Maloney, CM, na segunda parte de seu livro o caminho de Vicente de Paulo (1998), apresenta umas palavras a todos aqueles que querem dedicar suas vidas a seguirem a Jesus Cristo evangelizador dos pobres.

            Trilhando esse caminho, encontraremos, como São Vicente, um gozo, porque estaremos vivendo como ele viveu o espírito de Jesus a quem o Pai enviou para anunciar a Boa Nova aos pobres.

            Louvemos a Deus pelo chamado que ele nos fez e faz a vivermos a vocação vicentina. Compõe a nossa missão, nas palavras do Fundador:

“Fazer os pobres conhecerem a Deus anunciando-lhes Jesus Cristo, dizer-lhes que o reino dos céus já chegou e que esse reino é para os pobres. Como isso é grande! E que fomos chamados para ser companheiros e para participarmos dos planos do Filho de Deus, é algo que supera nossa compreensão. Que! Fazemos... não me atrevo a dizer sim; evangelizar os pobres é um serviço tão grande que é por excelência o ofício do filho de Deus! Somos instrumentos para que o Filho de Deus continue fazendo no céu o que fez na terra. Que grande motivo para louvar a Deus, meus irmãos e agradecer incessantemente essa graça” (SVP, XI, 387) 
        
            Servir a Deus ao modelo vicentino implica muita sinceridade, humildade e coragem. Uma vez dando o seu sim, siga fiel e se por algum momento aparecer a tentação de desistir, imagine, como dizia São Vicente, multidões sem número, com os braços estendidos gritando seu nome (SVP, I, 286). Dê sua vida a Deus, aos pobres, e aos seus irmãos, servos dos pobres. Se fizer o compromisso, seja fiel a ele.        

Capítulo I
O fim da Congregação: O fim principal é seguir Jesus Cristo evangelizador dos pobres, isto se dá de três modos:
1.“Empenhar-te em revestir-te do espirito de Jesus Cristo, o evangelizador dos pobres, e assim cresceras na verdadeira santidade” (p. 197).
2.“Prega o evangelho aos pobres. Este é o teu principal trabalho” (p. 197).
3.“Ajuda também a outros sacerdotes e leigos em sua formação como portadores da boa nova aos pobres” (p. 198).

Capitulo II
O lugar do evangelho: É missão fundamental de um membro da Congregação o anúncio da palavra de Deus aos mais pobres. Mas para anunciar primeiro é preciso escutar, uma boa pregação se dá por meio de palavras e testemunho. O missionário também precisa no seu apostolado saber escutar as pessoas e dar uma palavra de conforto a elas.

Capítulo III
Serviço dos pobres: São Vicente dizia aos seus missionários que é preciso ter muito amor para com os pobres e muitas vezes no serviço a eles “encontrarás frustrações ao pregar, ao ensinar, ou ao trabalhar pelos pobres” (p. 202). Antes de buscar ensinar o povo é preciso viver o que se ensina.

Capítulo IV
Celibato: O celibato para um missionário é a disponibilidade e o entusiasmo de anunciar o evangelho e servir ao povo. “O celibato é um testemunho de tua fé em certos valores que transcendem a importância da união sexual. É o sinal de tua dedicação a um projeto total e absorvente de oração, trabalho apostólico, mobilidade missionaria a serviço do reino de Deus” (p. 205).

Capítulo V
Pobreza: O membro da congregação buscará por meio do voto de pobreza ter uma vida simples e buscará partilhar o que tem com a comunidade e com os pobres.

Capítulo VI
Obediência: Segundo São Vicente, precisamos ser obedientes como Jesus foi obediente à vontade de Deus. “A vida em comum exige modos de pensar e agir em comum. implica também decisões inevitavelmente, com as quais alguns não estarão de acordo” (p. 209).

Capítulo VII
Comunidade: São Vicente não trabalha sozinho, ele cria uma comunidade, com ideais comuns. A vida de comunidade não é fácil, mas também tem suas alegrias. Para que exista uma comunidade de boa convivência, cada um dos membros precisa se esforçar para amar, tolerar, respeitar, ceder para que haja uma verdadeira fraternidade.

Capítulo VIII
Atos de piedade: Como Jesus que frequentemente se retirava com seus apóstolos para rezar, ficar a sós com Deus assim também cada membro precisa unir-se a Deus nas orações e atos de piedade, juntamente com a comunidade. São de fundamental importância à participação na eucaristia, a leitura do novo testamento, a devoção a Maria, etc.
Capítulo IX
Simplicidade: a virtude da simplicidade é a mais estimada por São Vicente. Ele diz a respeito da simplicidade, esta “é o meu evangelho” (pg. 217). Partindo dos escritos de São Vicente ele da uma definição clara e simples desta virtude. “Nosso Senhor Jesus Cristo nos pede a simplicidade da pomba que consiste em dizer as coisas naturalmente como estão em nosso coração, sem cogitações inúteis, e fazendo tudo com a atenção voltada para Deus, sem engano nem artificio. Por isso esforçar-nos-emos para fazer tudo em espirito de simplicidade, sabendo que Deus gosta de falar com os simples e que oculta os mistérios celestes aos sábios e aos prudentes do mundo, enquanto revela aos humildes” (p. 217).

Capítulo X
Humildade: É uma das virtudes fundamentais na espiritualidade, como Jesus dizia “aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (p. 220). Se cada membro for humilde alcançará muitas graças. É pela humildade que a companhia consegue fazer grandes coisas. É preciso que vivamos a humildade prática e não a teoria, falar é fácil, mas viver é difícil.
Capítulo XI
Mansidão: São Vicente no começo era muito colérico, mas com a Graça de Deus ele pediu para mudar o seu caráter e acabou tornando-se amável e benigno. São Vicente sabia corrigir com amabilidade. A ira em algumas ocasiões da coragem e valentia, mas precisamos saber conciliar o doce com o amargo, ou seja, a amabilidade e a firmeza. Assim seremos pessoas calorosas na acolhida do outro, sobretudo do pobre.

Capítulo XII
Mortificação: É preciso morrer todo dia ao pecado. Não devemos assumir posturas radicais na mortificação, mas buscar fazer aquilo que São Vicente nos deixou nas constituições, como: ser fiel ao estado que assume, moderar as palavras com as pessoas, tratar bem a todos principalmente aqueles que menos nos agradam, saber utilizar moderadamente os meios comunicativos, etc. Assim estaremos contribuindo para o crescimento espiritual.
Capítulo XIII
Zelo: São Vicente dizia que “se o amor de Deus é um fogo, então o zelo é sua chama” (pg. 227). É preciso que trabalhemos e atuemos em favor dos pobres com constância todos os dias. Não podemos nos acomodar ser ociosos é preciso colocar a mão na massa. Também temos que cuidar para não cair no zelo indiscreto, que é o trabalho em excesso, pois isto tem consequências péssimas. É preciso que conheçamos nossos limites e respeitemos o nosso corpo para assim podermos bem servir os pobres.

Capítulo IV
Confiança na Providência: São Vicente acreditava e confiava que tudo provém de Deus, que tudo é obra e dom de Deus, sem ele não somos nada. As obras que São Vicente fundou é obra de Deus e não de sua própria vontade. São Vicente nos deixou um estilo de vida simples e despojado do que o mundo propõe (fama, dinheiro, luxo), é preciso se entregar sem reservas nas mãos de Deus, pois se confiamos tudo a ele, tudo ira ser providenciado no momento oportuno. Tudo é obra de Deus, nós apenas somos seus instrumentos. Portanto, confiemos a Deus e a sua divina Graça.

Referência
MALONEY, Robert. O caminho de Vicente de Paulo: uma espiritualidade para nossos tempos a serviço dos pobres. Curitiba: Gráfica Vicentina, 1998.


sábado, 30 de março de 2019

“Oficina de Missão” no Encontro de Líderes da JMV BH - MG Brasil, 2019



“A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido por vocês! ”
(Para Francisco, JMJ Rio 2013)

A JMV é uma associação eclesial, laica, mariana, vicentina e missionária. Nessa oficina trabalharemos a dimensão missionária de nossa associação. Todo cristão é missionário, chamado a sair de si mesmo para fazer de sua vida um dom para a humanidade. Assim a JMV está chamado a ser profeta e testemunha do amor de Deus, comprometendo-se a dando testemunho d'Ele com palavras e obras.

Em muitos grupos de base da JMV essa nota missionária se dá no terceiro encontro do mês, quando o grupo deixa as quatro paredes e vai ao encontro dos mais pobres onde realiza visitas domiciliares, colégios, hospitais, asilos de idosos, orfanato para crianças, casa de apoio, serviço a mulher marginalizada, drogadictos, imigrantes, etc. A ação não tem que se resumir a uma visita, pode-se inclusive fazer campanhas vocacionais ou de doações de brinquedos, roupas ou alimentos para necessitados, tardes de missões no bairro, abraços grátis, fazer mutirão de limpeza de uma obra social ou da casa de um idoso ou enfermo, buscar parcerias com outros ramos e associações afim de que o trabalho se fortaleza e seja mais efetivo, ou seja fazer um serviço concreto!
Nessa oficina nos deteremos sobre o tema das missões e de posse de nossas bíblias tomaremos nosso trem missionário e percorreremos sobre algumas passagens que aludem às mesmas.


Para se realizar uma missão requer seguir passos importantes. Um modelo de missão pode obedecer a seguinte estrutura: pré-missão (preparação), missão (execução) e pós-missão (resultados). Esses passos devem caminhar em sintonia, conforme vagões de um trem.

Analisaremos cada um dos passos buscando na bíblia versículos que fundamentam cada um deles:

1º PASSO: PRÉ-MISSÃO
a) Decidir-se pela missão: Maria decide pela missão de dá à luz a Jesus: “Eis a ___________ do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua _____________” (Lucas 1,38). Nós também somos convidados a levar a luz de Cristo ao mundo.
b) Convocar missionários: Após seu batismo Jesus convocou seus primeiros discípulos para uma missão de pescar almas para o reino: “Sigam-me, e eu farei de vocês _____________de homens’. Eles deixaram imediatamente as _____________, e seguiram a Jesus”. (Mateus 4, 19-20). Jesus continua chamando, escute a voz do Mestre em seu coração e siga-O!
c) Formar os missionários: Na escola de Jesus o maior ensinamento é o amor. Jesus reúne ao redor de si seus seguidores e os instruem no sermão da montanha: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu _____________, e odeie o seu inimigo!’ Eu, porém, lhes digo: __________ os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês! Assim vocês se tornarão __________ do Pai que está no céu, porque ele faz o __________ nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos”. (Mateus 5, 43-45). Assim amemos a Deus sobre todas a coisas e ao próximo como a nós mesmos.
d) Consolidação de novas lideranças: Depois da profissão de fé, Jesus escolhe Pedro para liderar sua Igreja: “Por isso eu lhe digo: você é Pedro, e sobre essa __________ construirei a minha Igreja, e o _________ da morte nunca poderá vencê-la” (Mateus 16,18). Qual a missão que Jesus nos confia hoje?

2º PASSO: MISSÃO
e) Anúncio explícito da Palavra de Deus: Já ressuscitado Jesus aparece a seus discípulos e diz:  “Vão pelo _________ inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a ___________. Quem acreditar e for batizado, será salvo”. (Marcos 16, 15-16). Hoje Jesus continua nos convocando para ir de missão. Qual será nossa resposta?!
f) Visitas domiciliares. Jesus visitava o povo de Deus e os ajudava suprir suas necessidades. “ Jesus saiu da sinagoga, e foi para a casa de Simão. “A sogra de Simão estava com ­­­­­­­_________ alta, e pediram a Jesus em favor dela. Inclinando-se para ela, __________ ameaçou a febre, e esta deixou a __________. Então, no mesmo instante, ela se levantou, e começou a servi-los” (Lucas, 4, 38-39). Nós também somos convidados a visitar nossos familiares e amigos, bem como aos idosos, enfermos, e especialmente aos mais pobres.
g) Missas, procissões, encontros específicos, sacramentos, etc. As missões são um tempo privilegiado da graça do Senhor Jesus: “O Espírito do __________ está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa __________ aos pobres; enviou-me para proclamar a ______________ aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de ___________ do Senhor” (Lucas 4, 18-19). Fazer a Vontade de Deus foi o programa da vida de Jesus. Qual o seu projeto de vida? Ele está em conformidade com a Vontade de Deus?

3º PASSO: PÓS-MISSÃO
h) Perseverança e fidelidade em Deus. Quem tem uma experiência de encontro com Cristo não esquece e nem guarda para si, mas testemunha-O com sua vida. Assim aconteceu com as pessoas que foram curadas por Jesus, com quem O escutou falar, com quem caminhou com Ele - como os Discípulos de Emaús: “Então os dois contaram o que tinha acontecido no ______________, e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o __________” (Lucas, 24, 35). Assim somos convidados a viver tudo aquilo que aprendemos sobre Jesus e anunciar o seu nome aos demais.
Sejamos também nós, a partir de nossas realidades, discípulos e missionários de Jesus Cristo.
Referência: Bíblia Pastoral da Paulus

ESQUEMA PARA VISITAS MISSIONÁRIAS NAS FAMÍLIAS:


1. Saudação Inicial: Desejar a paz!
2. Apresentação: Quem somos? Quem nos enviou?
3. Objetivo da visita: Por que estamos aqui?
4. Escutar o que a família visitada tem a dizer (Importante)
5. Caso a família aceite fazer um momento de oração:
I) Se a família for católica:
a) Iniciar com o sinal da cruz
b) Perguntar se a família tem alguma intenção de oração e colocar as suas intenções. Pode-se ainda se reconhecer como pecador e ou agradecer a Deus pela sua misericórdia para com todo nós.
c) Leitura e partilha de um texto bíblico. Sugestões:
          • Lucas 10, 38-42: “Marta recebeu a Jesus”
          • Lucas 19,1-9: “Hoje a salvação entrou nesta casa”
          • Lucas 10,5-9: “A paz esteja nesta casa”
          • Alguém doente: Mateus 11,28-30: “Vinde a mim e eu vos aliviarei”
d) Preces pela família, pela casa, pelas necessidades das pessoas etc. (opcional)
e) Bênção: “Senhor, abençoa os membros desta família, sua casa e todos os seus bens, protegendo-os e livrando-os dos perigos e tentações, animando-os no compromisso familiar e comunitário, tornando-os testemunhas de vida nova. O Senhor os abençoe e guarde! O Senhor lhes mostre sua face e tenha piedade de vós! O Senhor lhes mostre o seu rosto e lhe conceda a paz!” Amém!!!
f) Pedir a benção de Deus sobre água e/ou aspergir água benta sobre a família e casa cantando um canto de benção e/ou rezando o Pai Nosso e a Ave Maria.
g) É oportuno terminar com o abraço da Paz e o sinal da cruz...
II) Se a família não for católica pode ser feito, em comum acordo com a família visitada os passos anteriores, excluindo a Ave Maria, benção e aspersão da água e rezar o Pai Nosso Ecumênico: “Pai Nosso, que estais nos céus, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, pois teu é o Reino, o Poder e a Glória para sempre. Amém!”
6. Conclui-se a visita agradecendo a família, dando alguns avisos e lembrança.