Mãe acompanha missionário à casa do filho em Francisco Badaró - MG |
O Pe. Robert Maloney, CM, na segunda
parte de seu livro o caminho de Vicente de Paulo (1998), apresenta umas palavras a
todos aqueles que querem dedicar suas vidas a seguirem a Jesus Cristo evangelizador
dos pobres.
Trilhando esse caminho,
encontraremos, como São Vicente, um gozo, porque estaremos vivendo como ele viveu
o espírito de Jesus a quem o Pai enviou para anunciar a Boa Nova aos pobres.
Louvemos a Deus pelo chamado que ele
nos fez e faz a vivermos a vocação vicentina. Compõe a nossa missão, nas
palavras do Fundador:
“Fazer os pobres conhecerem a Deus
anunciando-lhes Jesus Cristo, dizer-lhes que o reino dos céus já chegou e que
esse reino é para os pobres. Como isso é grande! E que fomos chamados para ser
companheiros e para participarmos dos planos do Filho de Deus, é algo que
supera nossa compreensão. Que! Fazemos... não me atrevo a dizer sim; evangelizar
os pobres é um serviço tão grande que é por excelência o ofício do filho de
Deus! Somos instrumentos para que o Filho de Deus continue fazendo no céu o que
fez na terra. Que grande motivo para louvar a Deus, meus irmãos e agradecer
incessantemente essa graça” (SVP, XI, 387)
Servir a Deus ao modelo vicentino
implica muita sinceridade, humildade e coragem. Uma vez dando o seu sim, siga
fiel e se por algum momento aparecer a tentação de desistir, imagine, como
dizia São Vicente, multidões sem número, com os braços estendidos gritando seu
nome (SVP, I, 286). Dê sua vida a Deus, aos pobres, e aos seus irmãos, servos dos
pobres. Se fizer o compromisso, seja fiel a ele.
Capítulo
I
O fim da Congregação: O
fim principal é seguir Jesus Cristo evangelizador dos pobres, isto se dá de
três modos:
1.“Empenhar-te
em revestir-te do espirito de Jesus Cristo, o evangelizador dos pobres, e assim
cresceras na verdadeira santidade” (p. 197).
2.“Prega
o evangelho aos pobres. Este é o teu principal trabalho” (p. 197).
3.“Ajuda
também a outros sacerdotes e leigos em sua formação como portadores da boa nova
aos pobres” (p. 198).
Capitulo
II
O lugar do evangelho: É
missão fundamental de um membro da Congregação o anúncio da palavra de Deus aos
mais pobres. Mas para anunciar primeiro é preciso escutar, uma boa pregação se
dá por meio de palavras e testemunho. O missionário também precisa no seu
apostolado saber escutar as pessoas e dar uma palavra de conforto a elas.
Capítulo III
Serviço dos pobres: São
Vicente dizia aos seus missionários que é preciso ter muito amor para com os
pobres e muitas vezes no serviço a eles “encontrarás frustrações ao pregar, ao
ensinar, ou ao trabalhar pelos pobres” (p. 202). Antes de buscar ensinar o
povo é preciso viver o que se ensina.
Capítulo IV
Celibato: O celibato para um
missionário é a disponibilidade e o entusiasmo de anunciar o evangelho e servir
ao povo. “O celibato é um testemunho de tua fé em certos valores que
transcendem a importância da união sexual. É o sinal de tua dedicação a um
projeto total e absorvente de oração, trabalho apostólico, mobilidade
missionaria a serviço do reino de Deus” (p. 205).
Capítulo V
Pobreza: O membro da
congregação buscará por meio do voto de pobreza ter uma vida simples e buscará
partilhar o que tem com a comunidade e com os pobres.
Capítulo VI
Obediência: Segundo São Vicente, precisamos
ser obedientes como Jesus foi obediente à vontade de Deus. “A vida em comum
exige modos de pensar e agir em comum. implica também decisões inevitavelmente,
com as quais alguns não estarão de acordo” (p. 209).
Capítulo VII
Comunidade: São Vicente não
trabalha sozinho, ele cria uma comunidade, com ideais comuns. A vida de
comunidade não é fácil, mas também tem suas alegrias. Para que exista uma
comunidade de boa convivência, cada um dos membros precisa se esforçar para
amar, tolerar, respeitar, ceder para que haja uma verdadeira fraternidade.
Capítulo VIII
Atos de piedade: Como
Jesus que frequentemente se retirava com seus apóstolos para rezar, ficar a sós
com Deus assim também cada membro precisa unir-se a Deus nas orações e atos de
piedade, juntamente com a comunidade. São de fundamental importância à
participação na eucaristia, a leitura do novo testamento, a devoção a Maria,
etc.
Capítulo IX
Simplicidade: a
virtude da simplicidade é a mais estimada por São Vicente. Ele diz a respeito da
simplicidade, esta “é o meu evangelho” (pg. 217). Partindo dos escritos de São
Vicente ele da uma definição clara e simples desta virtude. “Nosso Senhor Jesus
Cristo nos pede a simplicidade da pomba que consiste em dizer as coisas
naturalmente como estão em nosso coração, sem cogitações inúteis, e fazendo
tudo com a atenção voltada para Deus, sem engano nem artificio. Por isso
esforçar-nos-emos para fazer tudo em espirito de simplicidade, sabendo que Deus
gosta de falar com os simples e que oculta os mistérios celestes aos sábios e
aos prudentes do mundo, enquanto revela aos humildes” (p. 217).
Capítulo X
Humildade: É uma das virtudes
fundamentais na espiritualidade, como Jesus dizia “aprendei de mim que sou
manso e humilde de coração” (p. 220). Se cada membro for humilde alcançará
muitas graças. É pela humildade que a companhia consegue fazer grandes coisas.
É preciso que vivamos a humildade prática e não a teoria, falar é fácil, mas
viver é difícil.
Capítulo XI
Mansidão: São Vicente no começo
era muito colérico, mas com a Graça de Deus ele pediu para mudar o seu caráter
e acabou tornando-se amável e benigno. São Vicente sabia corrigir com
amabilidade. A ira em algumas ocasiões da coragem e valentia, mas precisamos
saber conciliar o doce com o amargo, ou seja, a amabilidade e a firmeza. Assim
seremos pessoas calorosas na acolhida do outro, sobretudo do pobre.
Capítulo XII
Mortificação: É
preciso morrer todo dia ao pecado. Não devemos assumir posturas radicais na
mortificação, mas buscar fazer aquilo que São Vicente nos deixou nas
constituições, como: ser fiel ao estado que assume, moderar as palavras com as
pessoas, tratar bem a todos principalmente aqueles que menos nos agradam, saber
utilizar moderadamente os meios comunicativos, etc. Assim estaremos
contribuindo para o crescimento espiritual.
Capítulo XIII
Zelo: São Vicente dizia que “se o
amor de Deus é um fogo, então o zelo é sua chama” (pg. 227). É preciso que
trabalhemos e atuemos em favor dos pobres com constância todos os dias. Não
podemos nos acomodar ser ociosos é preciso colocar a mão na massa. Também temos
que cuidar para não cair no zelo indiscreto, que é o trabalho em excesso, pois
isto tem consequências péssimas. É preciso que conheçamos nossos limites e
respeitemos o nosso corpo para assim podermos bem servir os pobres.
Capítulo IV
Confiança na Providência: São
Vicente acreditava e confiava que tudo provém de Deus, que tudo é obra e dom de
Deus, sem ele não somos nada. As obras que São Vicente fundou é obra de Deus e
não de sua própria vontade. São Vicente nos deixou um estilo de vida simples e
despojado do que o mundo propõe (fama, dinheiro, luxo), é preciso se entregar
sem reservas nas mãos de Deus, pois se confiamos tudo a ele, tudo ira ser
providenciado no momento oportuno. Tudo é obra de Deus, nós apenas somos seus
instrumentos. Portanto, confiemos a Deus e a sua divina Graça.
Referência
MALONEY,
Robert. O caminho de Vicente de Paulo:
uma espiritualidade para nossos tempos a serviço dos pobres. Curitiba: Gráfica
Vicentina, 1998.
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