domingo, 27 de dezembro de 2020

MISSÃO DO JAPÃO – 27 nov. 2020


Neste primeiro domingo do Advento, assim como na celebração de Cristo Rei no domingo passado, traz-nos um convite a nos olharmos e nos perguntarmos se realmente estamos preparados para o Dia do Juízo.

Se isso acontecesse a qualquer momento em nossa vida, estariamos realmente prontos? Além disso, este Domingo do Advento nos convida a verificar se o Amor está vivo e comovente em nossas vidas pessoais e em nosso relacionamento com os outros. Porque, de fato, a presença do amor em nossas vidas, é o fator chave para garantir-nos o nosso lugar no Reino. Sua ausência significará apenas, que não estamos prontos, que não nos preparamos. E, portanto, despreparados para entrarmos no Reino Celestial.

Com esse advento, prometamos estar conectados com o Senhor, por meio de nós mesmos transformados, e a nunca perdê-Lo de vista. Amém.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Webinário Direitos Humanos e a Doutrina Social da Igreja

 


No dia 10 de dezembro de 2020, a JMV Brasil realizou um webinário com o tema: “Direitos humanos e a doutrina social da Igreja”, que foi moderado pelo ex-JMV e atual seminarista da Congregação da Missão, Cleber Teodósio. Os convidados na ocasião foram:

Ir. Gizele Barbosa: produtora de conteúdo e eventos online da Paulinas Cursos EaD. Membro da Comissão de Espiritualidade e Formação contínua da Congregação das Irmãs Paulinas e atua há mais de 12 anos com formações em paróquias e comunidades de todo o país nas áreas de Juventudes, Teologia e Comunicação. Também é escritora e autora do livro “A menina que cuidava dos pobres: vida de Santa Dulce dos pobres”, publicado por Paulinas Editora; e

Ismênio Bezerra: especialista em gestão pública, Consultor de Marketing, Gestão, Planejamento, Gerenciamento de Crises e Inovação. Professor da AESP - Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará onde leciona as cadeiras de Direitos Humanos, Sociedade, ética e cidadania. É pesquisador de trajetórias juvenis e foi da JMV por 20 anos, na Província de Recife.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi lançada pela Organização das Nações Unidas, em Paris, em 10 de outubro de 1948, completando em 2020, 72 anos de existência. Os Direitos Humanos são uma categoria de direitos básicos assegurados a todo e qualquer ser humano, não importando a classe social, raça, nacionalidade, religião, cultura, profissão, gênero, orientação sexual ou qualquer outra variante possível que possa diferenciar os seres humanos.

Ficou claro que:

  • Os Direitos Humanos não foram criados por alguém.
  • Os Direitos Humanos são universais.
  • Os Direitos Humanos não são uma pessoa.

Mas

  • Os Direitos Humanos são uma categoria de direitos básicos e inalienáveis.
  • Garantem direitos básicos a todos os membros da espécie humana.
  • Seus primeiros reconhecimentos ocorreram na Revolução Americana e na Revolução Francesa.
  • Foram oficializados, no século XX, por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da ONU.
  • Possuem como objetivo garantir direitos fundamentais, como a vida, a liberdade, a saúde e a segurança das pessoas, bem como o direito à defesa e ao justo julgamento a quem seja acusado de um crime.

 

E claro, a Família Vicentina (FV) é chamada a atuar na área dos Direitos Humanos e o faz a partir da ONU com 05 ramos (AIC, CM, CDCSVDP, SSVP, Federação das Irmãs de Caridade) https://www.congregationofthemission-un-ngo.com/ E destacou-se ainda os prêmios e homenagens que alguns membros da FV ganharam por sua atuação a favor dos pobres, como é o caso do Documentário do Padre Opeka de Madagascar premiado no Festival de Cine de Brooklyn (Nova York, junho 2020); das Filhas da Caridade da América Central, premiadas neste mês de dezembro pelo Gabinete de Direitos Humanos do Arcebispado de Guatemala, por seu trabalho junto aos pobres e da Irmã Inês Barros de Lima da Província de Fortaleza (in memoria) que foi homenageada no dia 10/12/2020, às 17h, na praça do Ferreira em Fortaleza com o prêmio Frei Tito de Alencar de Direitos Humanos, indicada pelas Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.  


 

A Doutrina Social da Igreja Católica (DSI) é como uma verdadeira revolução antropológica, cuja proposta é anunciar a verdade de Cristo na sociedade. É anuncio da verdade de Cristo na sociedade

Os principais documentos da Igreja em que se funda a sua Doutrina Social, dentre muitos outros documentos e alocuções dos Papas são:

  • Papa Pio IX: Qui pluribus, 1846 e Quanta cura, 1864.
  • Papa Leão XIII: Rerum Novarum ("Das coisas novas" - Sobre a Situação dos Trabalhadores - crítica aos materialismos comunista e capitalista), 1891, Imortale Dei e Quod apostolici muneris, 1878.
  • Papa Bento XV: Ad Beatissimi, 1914.
  • Papa Pio XI: Quadragesimo Anno ("No quadragésimo ano" - Sobre a Reconstrução da Ordem Social), 1931; Divini Redemptoris (Condenação do comunismo), 1937; Non abbiamo bisogno (Condenação do Fascismo) e Mit brennender Sorge (Condenação do Nazismo), 1937.
  • Papa Pio XII: Fidei Donum, 1957 e Ad apostolorum principis.
  • Papa João XXIII: Mater et Magistra ( "Mãe e Mestra" - Cristianismo e Progresso Social), 1961 e Pacem in Terris (Paz na Terra), 1963.
  • Concílio Vaticano II: Gaudium et Spes ("Alegria e Esperança" - A Igreja no Mundo Atual), 1965.
  • Papa Paulo VI: Populorum Progressio ("O progresso dos povos" - Sobre o Desenvolvimento dos Povos), 1967; Octogesima Adveniens ( "Chegando a octogésima" - Convocação à Ação), 1967; Sínodo dos Bispos: A Justiça no Mundo, 1967; Humanae Vitae, 1968 e Evangelii Nuntiandi ("O Evangelho a anunciar" - A Evangelização no Mundo Atual), 1975.
  • Papa João Paulo II: Redemptor Hominis (O Redentor da Humanidade), 1979; Laborem Exercens (Sobre o Trabalho Humano), 1981; Sollicitudo Rei Socialis (A Solicitude Social da Igreja), 1987; Centesimus Annus (O Ano Centenário), 1991; Tertio Millenio Adveniente (O Ano Jubilar 2000), 1994 e Evangelium Vitae (O Evangelho da Vida), 1995.
  • Carta dos Direitos da Família, Vaticano: Tipografia Poliglota Vaticana, 1983.
  • Papa Bento XVI: Deus Caritas Est, 2005; Caritas in Veritate, 2009.
  • Papa Francisco: Laudato Si', 2015; Fratelli tutti, 2020 (sobre a fraternidade e a amizade social).

O objetivo da DSI é mostrar que o ser humano é o centro e o fim de todo desenvolvimento econômico, político, cultural, religioso, etc. Ele não pode ser usado como instrumento e ficar à margem. Por isso se trabalha a dignidade do homem na DSI, afinal “a glória de Deus é o homem vivo”, como dizia Santo Irineu. O próprio Jesus falou: "eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo 10,10b)

Pensando na juventude, a Igreja publicou o DOCAT, uma excelente fonte de informação sobre justiça social para jovens, ajudando-os a conhecer e viver a Doutrina Social da Igreja. Ele é um ótimo e prático complemento do YOUCAT, o popular catecismo para jovens baseado no Catecismo da Igreja Católica. Acesse o site e baixe no seu celular o app: https://www.youcat.org/pt/products/docat



Dentre outras falas Ir. Gizele sinalou que:

  • Os Direitos Humanos remontam ao tempo antes de Jesus.
  • Os Direitos Humanos são superiores as 30 determinações da declaração
  • Conceito de pessoa resplandece e encontra espaço na declaração dos DH
  • A dignidade da pessoa (imagem e semelhança de Deus)
  • Falou sobre nossa relação com o outro a partilha, a solidariedade, a igualdade e a teologia do cuidado
  • Como os conceitos de Direitos Humanos e Doutrina Social se desenvolvem na história.

Ismênio falou sobre:

  • Relacionou a pessoa de Dom Helder com a temática
  • As pastorais sociais: Pastoral da Criança, As diversas pastorais da Juventudes, com especial destaque para a pastoral do Campo
  • A Igreja Católica sempre cuidou dos pobres. Mas foi em Puebla que ela escreveu a caneta sua opção preferencial pelos pobres.
  • Muitos padres, religiosas, leigos foram mortos devido sua opção pelos pobres.
  • São Vicente de Paulo e Santa Luisa de Marillac já tinham optado pelos pobres no século 17.
  • É muito difícil falar dos DH nas forças armadas.
  • Jesus acolhe a mulher adúltera    
  • “A verdade não é a mentira repetida tantas vezes que muda-se em verdade”

 

As três perguntas principais foram:

  1. Me chamou a atenção quando você citou Leão 13 e Paulo 6º que foram muito corajosos em falar a favor dos pobres e agora Francisco com seu papado. Mas e Jesus? Quais os sinais dos atuais Direitos Humanos e Doutrina Social vocês percebe nas ações de Jesus?
  2. Como trabalhar a temática Diretos Humanos em uma sociedade cada vez mais infestada por fake news e em um país que relativiza a dignidade do ser humano e toma máxima para si ​"bandido bom é bandido morto"?  Qual seria o papel da igreja em tudo isso?
  3. A Teologia da Libertação é uma resposta do povo de Deus à necessidade da Igreja se aproximar ainda mais dos povo, dos pobres? A quem serve a desconstrução da Teologia da Libertação e das Comunidades Eclesiais de Base?
  4. Como os grupos de jovens hoje poderiam está fazendo vivo, ação, fazendo prática a declaração dos direitos humanos e a Doutrina Social da Igreja? Que tipo de ação poderia ser desenvolvida para fazer vivo esses dois documentos? Qual o papel da vida consagrada neste contexto em face ao cenário atual de descaso com a vida humana?

 

Nas falas finais Ir. Gizele falou sobre a

  • Viver a vocação.
  • Responder o chamado!
  • Ter Identidade.
  • Grupo de jovem não só oba-oba é ação concreta que se faz, se realiza, se dá na caminhada como igreja junto aos pobres.

 

Ismênio concluiu sua fala convidando a ser:

  • Sal da terra e luz do mundo!
Não podemos dizer o que os jovens devem fazer, mas iluminá-los a que eles orientados pela Sagrada Escritura, pelos eventos da história, pelo Cristo que se encontra hoje nos sofredores, eles possam atuar a partir de si.


Veja a live na íntegra neste link:

https://www.youtube.com/watch?v=AhoKlpP4boo