terça-feira, 28 de abril de 2020

200 ANOS DA CONGREGAÇÃO DA MISSÃO NO BRASIL



1.A Missão Vicentina alcança a Índia Ocidental (Américas)
Vicente de Paulo (1581–1660) fundou a Congregação da Missão em Paris (França) em 1625 (HERRERA, 1949). Ainda em vida (1640), desejou enviar seus missionários para Pernambuco das Índias, assim era chamado o Brasil na Europa (COSTE, SVP, II, 468). “Também em 1743, Dom Botelho de Matos solicitou lazaristas para sua diocese na Bahia” (SANTOS, 2020, p. 151). Em 1807, com a comitiva do Príncipe Regente de Portugal, Dom João VI, vinda ao Brasil fugida da ameaça de Napoleão Bonaparte, também vieram ao país, três padres lazaristas, a saber: Pe. Manoel de Brito, que autorizado pelos seus superiores, serviu como reitor do seminário São José do Rio Comprido – RJ (1810-1813); Pe. José Cardoso de Brito, seu sucessor (1813-1814), e Pe. Alexandre Macedo, que atuou como Procurador da Corte (SOUZA, 2016, p. 23). Estes vieram com a licença de seus superiores e estavam a serviço da corte.
A Congregação da Missão (Lazaristas ou Missionários Vicentinos) se faz oficialmente presente no Brasil com a chegada dos missionários portugueses, Padres Leandro Rebelo Peixoto e Castro e Antônio Ferreira Viçoso, nos finais de 1819. Estes se estabeleceram, inicialmente, em Minas Gerais, dando origem a Província Brasileira da Congregação da Missão (PBCM), que, a partir de 1949, contou com a grande presença de missionários de outros países, sobretudo da França. Além da PBCM, também sinalamos, nesse texto, as outras províncias do país. Nas primeiras décadas do século XX, chegaram os missionários poloneses que se fixaram na região Sul; a Província da Holanda enviou missionários holandeses que se concentraram nas regiões Norte e Nordeste do país. Desde dois grupos foram criadas as províncias do Sul e de Fortaleza, formando assim as três províncias que a Congregação da Missão tem atualmente no Brasil (TEODÓSIO, 2019).

2.A atuação da Congregação da Missão no Brasil  
2.1.Província Brasileira da Congregação da Missão (PBCM), Rio de Janeiro – RJ.
Os primeiros lazaristas, enviados pela Província Portuguesa, os Pe. Leandro Castro e Pe. Antônio Viçoso, vieram para trabalhar numa missão no Mato Grosso. Na ocasião da sua chegada, a missão já estava ocupada pelos Capuchinhos. Receberam, então, do Rei Dom João VI, a Ermida de Nossa Senhora Mãe dos Homens, no Caraça, Minas Gerais, com a finalidade de ali fundar um colégio, atender os peregrinos e pregar missões. No dia 15 de abril de 1820, os missionários chegaram ao Caraça e ali começaram a pregação de missões, abriram o colégio (1821) e iniciaram o Seminário Interno da Congregação, tendo como noviço o padre diocesano João Garcez, que se tornaria o primeiro.
No Caraça funcionava o colégio e, por alguns períodos, o seminário menor; o colégio alcançou grande fama: ali estudaram diversos nomes importantes na história do país, governadores e os ex-presidentes Artur Bernardes e Afonso Pena. Os também ex-presidentes Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros foram estudantes dos lazaristas em Diamantina - MG e em Curitiba - PR, respectivamente. O colégio funcionou por quase 150 anos, quando em 1968, um incêndio destruiu parte de suas instalações. Por esta ocasião, a urbanização do país e as reformas na Igreja já não comportavam o modelo de internato e aquele tipo de seminário. Para ampliar o espírito caracense na educação, os padres da Congregação da Missão fundaram no Rio de Janeiro (1959) o Colégio São Vicente de Paulo, considerado herdeiro do Colégio do Caraça, em funcionamento até hoje.
Além do Colégio do Caraça, os padres dirigiram colégios em Congonhas do Campo - MG (1827-1860) e em Campina Verde - MG (1829-1983) e o Seminário de Jacuecanga - RJ (1822-1837). Dedicaram-se também às missões populares, partindo sobretudo do Caraça e de Campina Verde.
A partir de 1850, a missão dos Padres Lazaristas se expandiu, sobretudo pela melhora de suas relações com o Império Brasileiro. Chegaram ao país, diversos missionários estrangeiros, principalmente franceses, e o trabalho de formação do clero foi incrementado: muitos seminários diocesanos passam a ser dirigidos pela Congregação, como os seminários maior e menor de Mariana - MG (1853-1965), de Salvador - BA (1855-1862; 1888-1957), do Rio de Janeiro (1869-1901), de Fortaleza - CE (1864-1963), de Diamantina - MG (1866-1963), o seminário menor do Crato – CE (1875-1878) e o seminário menor de Cuiabá – MT (1888-1945). O serviço lazarista nos seminários diocesanos foi fundamental para a formação do clero brasileiro, ajudando a implantar as orientações do Concílio de Trento e a conformar um novo rosto à Igreja no Brasil.
Para a pregação de missões populares, foram fundados diversos centros em Minas Gerais, de onde partiram equipes que missionaram inúmeras localidades em vários Estados brasileiros. Também, os colégios e seminários onde atuavam os Lazaristas tornaram-se centros missionários, de onde partiam para evangelização popular.
No início do século XX, a vinda de missionários franceses cessou. A atuação da Congregação passou a contar com o seu quadro formado no Brasil, dedicado, especialmente à formação do clero diocesano. Novos seminários foram a eles confiados: os Seminários de Curitiba – PR (1895-1961), de São Luís - MA (1904-1962), de Botucatu - SP (1913-1936), de Assis – SP (1957-1972), de Brasília - DF (1962-1971), de Luz MG (1970-1977) e da Prelazia de Cametá – PA (1988-1995) O total de seminários diocesanos dirigidos pela Congregação foram 19, em 12 dioceses, formando em média 2.600 padres, dos quais 156 foram sagrados bispos e seis nomeados cardeais. Na educação da juventude, além dos colégios do Caraça e de Campina Verde, foram fundados os colégios de Petrópolis (1897-1909), Irati (1950-2001) e Rio de Janeiro (1959).

Para a formação dos seminaristas da própria Província, vários seminários foram fundados em períodos diversos: Caraça, Seminário de Petrópolis – RJ (1890-1968 e 1972-1980), Escolas Apostólicas de Campina Verde, de Irati e de Fortaleza, Seminário de Aparecida – SP (1969-1976) e, por último, em Belo Horizonte – MG (1977), onde funciona até hoje. O Seminário Interno teve como sede várias cidades: Caraça - MG, Petrópolis - RJ, Aparecida - SP, Bambuí - MG, Campina Verde - MG, e atualmente acontece em Belo Horizonte – MG, interprovincial, com abertura internacional, acolhendo seminaristas da Argentina e anteriormente também acolheu seminaristas de Moçambique.
As missões populares permeiam toda a estada dos Lazaristas no Brasil com conteúdo e metodologia próprios da herança vicentina. Ainda que a partir dos anos 1960, as reformas introduzidas pelo Concílio Vaticano II tiveram grande impacto na Província e o modelo de grandes seminários foi questionado, bem como o modelo das missões populares. Os seminários entraram em crise. Diversos padres deixaram a Congregação. A partir de então, uma renovação e atualização nos métodos e na Congregação vem sendo empreendida: na formação, assumiu-se a pedagogia libertadora; nas missões, experiências de missões renovadas estão sendo encaminhadas; a organização interna busca um novo modelo de vida comunitária, uma atualização administrativa e teológico-missionária, para responder aos desafios do tempo presente.
Conforme Frencken (2010, p. 476), em 1983, estudantes da PBCM gestaram o Encontro Nacional dos Estudantes Vicentinos (ENEV), unindo estudantes das três províncias brasileiras. O encontro acontece anualmente e de forma alternada entre as províncias. O primeiro se realizou em Belo Horizonte, em 1984. O ENEV tem como objetivo a integração dos estudantes que discutem os processos formativos e assuntos ligados à vida da Igreja, da Congregação, das missões, da formação do clero e assuntos da sociedade a partir da realidade em que vivem.
Atualmente, os 60 missionários Vicentinos da PBCM continuam vivendo o carisma, servindo junto aos pobres em mais de 20 obras: paróquias missionárias, formação dos seminaristas vicentinos e alguns serviços ao clero, missões populares e ad gentes (Amazônia), formação dos leigos, educação dos jovens no colégio SVP e evangelização a partir da cultura, turismo e ecologia (Santuário do Caraça), colaboração como Família Vicentina e promoção de serviços sociais junto aos pobres.

2.2.Congregação da Missão Província do Sul (CMPS), Curitiba – PR.
A Congregação da Missão chegou ao sul do Brasil juntamente com os imigrantes europeus ao final do século XIX. Conforme Teodósio, (2019), em 1898, Dom José de Camargo Barros, o primeiro bispo de Curitiba, solicitou à província polonesa missionários para atender aos imigrantes poloneses. Assim, 96 padres e 03 irmãos coadjutores poloneses chegaram ao Brasil entre 1903 a 2003, com esta finalidade. Instalaram-se inicialmente em Tomas Coelho, Araucária - PR. A Vice Província polonesa foi criada em 1921, tornando-se a Congregação da Missão Província do Sul em 1969, atuante nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Atuam em paróquias, missões populares ad gentes (Angola), seminários, faculdade, meios de comunicação e nas pastorais específicas, como a Pastoral Rodoviária.

2.3.Província de Fortaleza da Congregação da Missão (PFCM), Fortaleza – CE
A partir de 1923, a Província da Holanda começou a enviar missionários, tendo em conta a a ação e solicitação do Padre Guilherme Vaessen. Os missionários holandeses marcaram presença nos estados do Pará, no Rio Grande do Norte, no Maranhão, em Pernambuco e no Ceará. Em 1967, se constituíram numa própria autônoma, a Província de Fortaleza. Entre tantos trabalhos significativos, vale destacar o serviço missionário na Prelazia de Cametá - PA, onde atuaram com grande pioneirismo na defesa dos pobres, na fundação e organização de comunidades e na formação de leigos. Hoje, a PFCM continua sua atuação em paróquias, missões populares e ad gentes (Moçambique), educação e seminários.  

3.Missionários Vicentinos que iluminaram esses 200 anos de história
Todos os membros da CM Brasil colaboraram na construção desses 200 anos de história, ainda que, conforme Santos (2020, p. 151-172), especialmente na PBCM, destacam-se:
1) Venerável Dom Antônio Ferreira Viçoso, 7º bispo de Mariana, pela reforma da Igreja e formação do clero;
2) Pe. Leandro Rebelo Peixoto e Castro, CM, pelo legado à educação durante o período imperial;
3) Pe. Guilherme Vaessen, CM, pelo incansável desbravamento às terras de missão em lombo de animal;
4) Pe. João Chanavat, CM, pela cátedra de Direito Canônico no Caraça;
5) Pe. Pedro Maria Bos, CM, pela ideia de colocar a imagem de Cristo Redentor na montanha do Corcovado, Rio de Janeiro - RJ;
6) Pe. Júlio J. Clavelin, CM, pela difusão do estilo neogótico na arquitetura sacra brasileira;
7) Pe. Manuel González, CM, pela fabricação da primeira bola de couro cru do Brasil e introdução do futebol no país;
8) Pe. Joaquim S. Horta, CM, pelo empreendedorismo e coordenação da campanha nacional para construção da Catedral de Brasília - DF, construiu Santuário de São Vicente de Paulo em São Paulo - SP e Colégio de mesmo nome do Rio de Janeiro - RJ;
9) Pe. Rui Pereira Aguiar, CM, pela aplicação da metodologia “Mudança de Estrutura” construindo em regime de mutirão casas, igreja, escola e posto médico nas paróquias de Taguatinga (Brasília - DF) e de Mariápolis (Padre Bernardo – GO);
10) Pe. Hugo de Vasconcelos Paiva, CM, pela fundação e direção do Instituto Superior de Pastoral Catequética no Rio de Janeiro – RJ, em 1963, renovando assim a pastoral alinhada ao Concílio Vaticano II;
11) Dom Belchior Joaquim da Silva Neto, CM, que atendendo o pedido do Pe. José Nunes Coelho, CM, levou à Roma o pedido de criação dos Ministros da Eucaristia (MESC), posteriormente aprovado;
12) Dom José Elias Chaves, CM, pela argumentação junto a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pela permanente opção preferencial pelos pobres como objetivo explícito das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no País;
13) Dom Helder Câmara (afiliado à Família Vicentina) e Pe. Josimo Morais Tavares (diocesano que estudou com os Lazaristas), o primeiro, profeta dos pobres e defensor da justiça e da paz, e o segundo, membro da Comissão da Pastoral da Terra (CPT) e mártir da caminhada.
14) Vale destacar também a simplicidade, o espírito de fé e de serviço dos irmãos: Eugênio Goch, CM, Vicente Melo, CM, Thomaz Glinski, CM entre outros que doaram sua vida a Deus e aos pobres na Igreja, por meio da Congregação.              
15) Serviram à Igreja como bispos os seguintes Missionários Vicentinos:
a) CMPS:
        I.            Dom Domingos Gabriel Wisniewski, Bispo de Cornélio Procópio (PR) (1979-1983) e de Apucarana (PR) (1983-2005);
      II.            Dom Inácio Krause, Bispo auxiliar de Curitiba (PR) (1950-1963) e Administrador Apostólico de Joinville (1955-1957);
    III.            Dom Izidoro Kosinski, bispo de Três Lagoas (MS) (1981-2007);
    IV.            Dom José Carlos Chacorowski, Bispo Auxiliar de São Luís (MA) (2011-2013) e Bispo de Caraguatatuba (SP) (2013...);
      V.            Dom Ladislau Biernaski, Bispo auxiliar de Curitiba (PR) (1979-2006) e Bispo de São José dos Pinhais (PR) (2006-2012).
b) PBCM:
        I.            Dom Antônio Ferreira Viçoso, Bispo de Mariana (1844-1875);
      II.            Dom Antônio José dos Santos, Bispo de Assis (SP) (1930-1956);
    III.            Dom Belchior Joaquim da Silva Neto, Bispo de Luz (1960-1993);
    IV.            Dom Cláudio Gonçalves Ponce Leon, Bispo de Goiás (1881-1890) e de Porto Alegre (RS) (1890-1913);
      V.            Dom Fernando de Sousa Monteiro, Bispo de Vitória (ES) (1901-1916);
    VI.            Dom Fernando Taddei, Bispo de Jacarezinho (PR) (1927-1940);
  VII.            Dom Francisco de Paula e Silva, Bispo do São Luís (MA) (1907-1918);
VIII.            Dom João Batista Cavati, Bispo de Caratinga (MG) (1938-1956);
    IX.            Dom José Afonso de Morais Torres, Bispo do Pará (1844- 1857);
      X.            Dom José Carlos Melo, Bispo Auxiliar de Salvador (BA) (1991-2002) e Arcebispo de Maceió (AL) (2002-2007);
    XI.            Dom José Elias Chaves, Bispo de Cametá (PA) (1980-1999);
  XII.            Dom José Lázaro Neves, Bispo de Assis (SP) (1948-1977);
XIII.            Dom Luís Gonzaga da Cunha Marelim, Bispo de Caxias (MA) (1941-1981);
XIV.            Dom Pio de Freitas, Bispo de Joinville (SC) (1929-1954);
  XV.            Dom Sebastião Dias Laranjeira, CM, Diocese de São Pedro (RS) (1860 – 1888);
XVI.            Dom Vicente Zico, Arcebispo Coadjutor de Belém (PA) (1980-1989) e depois Arcebispo titular (1990-2004).
c) PFCM:
        I.            Dom Cornélio Veerman, Bispo de Cametá (PA) (1908 – 1994);
      II.            Dom Evaldo Carvalho dos Santos, Bispo de Viana (MA) (2019...);
    III.            Dom Fernando Barbosa dos Santos, Bispo de Tefé (AM) (2014...).

O legado dos Padres e Irmãos Lazaristas no Brasil se deu em três frentes: a formação do clero diocesano, a pregação de missões populares e a educação da juventude. Neste ano jubilar, a CM Brasil louva e agradece a Deus pelos seus 200 anos e com humildade e renovado ardor missionário continua o seguimento a Jesus Cristo fiel a missão e a caridade comprometida com a evangelização e serviço aos mais pobres.


REFERÊNCIAS
COSTE, Pierre (org.) São Vicente de Paulo: Obras Completas. Trad. Getúlio Mota Crossi. Belo Horizonte: O Lutador, 2012. 2 v.  (Português) 
FRENCKEN, Gerardo. Em missão: padres da Congregação da Missão (Lazaristas), no Nordeste e no Norte do Brasil. Fortaleza: Edições UFC, 2010.
HERRERA, José. Historia de la Congregación de la Misión, Madrid: La Milagrosa, 1949
SANTOS, Eli Chaves dos, Congregação da Missão: 200 anos no Brasil. I. ed. – Rio de Janeiro: Província Brasileira da Congregação da Missão, 2020.  
SOUZA, Maria Rebouças de “Ir. Rosalie”. História das Filhas da Caridade da Província do Rio de Janeiro – Brasil 1849 – 2003. Ed. Vozes, Petrópolis – RJ, 2016.
TEODOSIO, Cleber, Pequeno Histórico sobre a Congregação da Missão. (2019). Disponível em: <http://clefabio.blogspot.com/2019/03/pequeno-historico-sobre-congregacao-da.html> Acesso em 24 abr. 2020.



quarta-feira, 15 de abril de 2020

HOMILIA: Discípulos de Emaús (Lc 24,13-35)



Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando (Lc 24,29)


Queridos irmãos,

A liturgia dessa quarta-feira da oitava da páscoa nos convida, como outrora, àqueles dois discípulos, ao encontro com Jesus Cristo ressuscitado.

“Discípulos de Emaús”, como muitos de nós titulamos esse trecho do capítulo 24 de Lucas, é um texto bonito, envolvente e que nos inspira em nossa relação com Jesus.

Não nos cansemos de pedir: Fica conosco Senhor! E saibamos desfrutar da companhia deste Deus que quer permanecer conosco todos os dias de nossa vida (Mt 28,20). Ele é o amigo que nos escuta, cuida, orienta, ensina e também nos envia a servir. E o mais importante, serve conosco, ou se lhes parece melhor, servimos com Ele, pois a obra é de Deus, e nós, mesmos com a dignidade de filhos no Filhos, não devemos nos esquecer, que somos servos inúteis e que apenas fazemos o que temos que fazer (Lc 17,10).  
 
Voltando nosso olhar para o evangelho de hoje, vemos que aqueles dois discípulos voltavam para casa entristecidos. Pois estavam decepcionados com tudo que acontecera com Jesus sua paixão e morte e até com rumores de sua ressureição. Mas tudo aquilo era tão impactante para a expectativa que eles tinham formado ,que a ausência física de Jesus os deixou como que cegos, inclusive para os sinais de ressureição experimentado com Jesus anteriormente.

Esse texto deseja promover em nós um encontro com o ressuscitado. Podemos organizá-lo em cinco partes e relacionar cada uma delas com uma virtude vicentina, de modo que possamos extrair do mesmo a mensagem que Jesus deseja transmitir a cada um de nós, missionários vicentinos, a saber: Caminho – humildade, Palavra – simplicidade, Caridade – mansidão, Ceia Eucarística – mortificação, e Missão - zelo

Na primeira parte, olhemos para os discípulos que caminhavam desenganados à Emaús e um peregrino lhes acompanha e os consola. Que tenhamos a humildade vicentina de acolher o Senhor ressuscitado que deseja caminhar conosco, interessado em nossos dramas, em nossos problemas.  No caminho podemos ter um encontro com Jesus ressuscitado.

Na segunda parte temos a Palavra. O peregrino fala, relembra as Escrituras, mostrando como as promessas de Deus se cumpriram na vida do Galileu. Jesus lhes fala com simplicidade, assim também nos ensina São Vicente, que costumava referir-se a essa virtude como seu evangelho. Com a Palavra de Deus o Senhor ilumina a nossa vida. Na Palavra de Deus podemos ter um encontro com Jesus ressuscitado.

Na terceira parte aparece a caridade. O peregrino faz que vai passar adiante e eles mostrando toda sua mansidão bondade e pacificidade, conseguem que o peregrino fique e o acolhem em casa, onde podem exercer o amor afetivo e efetivo aprendido do Mestre. Percebemos assim que o Senhor ressuscitado tem um encontro marcado conosco nos necessitados de hoje. Na caridade podemos ter um encontro com Jesus ressuscitado.

Na quarta parte, eles põem a mesa e ceiam com o peregrino (Imagem da Ceia Eucarística) Ele toma o pão, dá graças, parte o pão e o distribui. Os discípulos reconhecem Jesus ressuscitado ao partir do pão. Jesus continua encarnando-se, mortificando-se e se dando por inteiro a nós. Na partilha, na fraternidade na Eucaristia podemos ter um encontro com Jesus ressuscitado.

Na quinta parte, a Missão. Eles voltaram à Jerusalém e se uniram à comunidade dos discípulos, onde partilharam o encontro com Jesus ressuscitado e passaram a exercer com zelo apostólico a missão que Jesus lhes confiara. Também nós somos convidados a seguir e anunciar a mensagem de Jesus ali aonde a Divina Providência nos envie, testemunhando-o com palavras e obras, ou melhor, com nossa vida. Na missão podemos ter um encontro com Jesus ressuscitado.

Rezemos juntos:
 “Fica conosco, Senhor,/ ilumina nosso caminho,/ fala-nos ao coração,/ a fim de que nosso serviço aos pobres/ seja mais preciso./ Alimenta-nos com a Eucaristia,/ de modo que/ participando de teu Sacrifício Redentor/ possamos testemunhar na vida e missão/ os frutos de tua Ressureição! Fica conosco, Senhor!”
Assim seja!

RIBEIRO, João Carlos, Encontro com Jesus ressuscitado. 2020. Disponível Blog em Acesso em 15 abr. 2020.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

PROJETO SSJJ: COMPARTILHANDO ESPERANÇA


O Seminário São Justino de Jacobis – Teologado Vicentino da PBCM criou e está desenvolvendo o Projeto “Compartilhando Esperança”, cujo objetivo é “anunciar Cristo e sua a mensagem de esperança através das redes sociais em tempos de pandemia” causado pelo covid-19

Cientes de que Deus não abandona ninguém, uma vez que o próprio Cristo prometeu está conosco todos os dias de nossa vida (Mt 28,20), assim como, tentando responder a exortação paulina: “alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração” (Rm 12,12), procuramos os meios para dá razão de nossa fé e esperança (1 Pd 3,15), fazendo-nos um com os mais pobres, principais vítimas na atual crise mundial. 

Nossa ação acontece com gravação, edição e envio sistemáticos de vídeos com mensagem de motivação, esperança e espiritualidade às comunidades paroquiais onde atuamos, bem como transmissões de celebrações eucarísticas com novena de Nossa Senhora das Graças todas as quintas-feiras. O desdobramento concreto do projeto está se dando com uma ação extraída do lema “ajude-nos a ajudar” que consiste em levar alimentos, roupas e materiais de higiene pessoal às pessoas mais necessitadas. 

Para saber mais sobre o projeto ou ajudar de alguma forma em sua execução, entre em contato conosco pelo fone: (31) 3424 4188, ou dirija-se a nossa sede: Av. Artur Guimaraes, 1112 Santa Cruz, 31.150-690 Belo Horizonte – MG (Brasil). Desde já, muito obrigado!

Clique aqui para ver nossos vídeos! 



   

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Perguntas para sanar a preocupação


Dica de aplicação: Peque papel e caneta. Vá para um local silencioso. Aplique-se as seguintes peguntas e escreva no papel as respostas. No final verá que terá as chaves para resolver os seus problemas. 

1.Por que estou preocupado?

2.O que de pior poderá suceder-me se isso vier a acontecer?

3.Pois bem, aconteceu o pior. Quais serão as possíveis consequências para mim?

4.O que posso fazer para evitar o pior?