quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Missão do Japão 01/10/2023: 26º Domingo do Tempo Comum (Mt 21,28-32) Homilia

 



Certamente, se eu lhe perguntasse qual dos dois filhos você vai escolher, você preferiria o primeiro filho. Porque a história nos conta que, embora seja verdade que ele inicialmente foi negativo em relação ao comando de seu pai, ele o seguiu depois.

Gostamos dele porque sabemos que, no fundo do coração, também gostaríamos de nos tornar filhos obedientes. Na verdade, assim como o primeiro filho, gostaríamos de fazer algo a respeito de nossos erros e fracassos na vida.

Porque, na realidade, quem entre nós não quer que isso aconteça? Quem entre nós não quer ser bons filhos de Deus? O primeiro filho reflete o tipo de pessoa que todos queremos ser no futuro. Não é?

Provavelmente não gostamos do segundo filho, porque ele era bom com as palavras, mas faltava em ação. Não gostamos dele porque, na verdade, nos vemos nele. E nos vendo nele, vemos o que não gostamos em nós.

O comportamento do 2º filho nos lembra das muitas resoluções que prometemos cumprir, mas que permaneceram apenas promessas e planos.

Deus não precisa de palavras bonitas. Ele não quer celebrações extravagantes em Sua Honra. Ele não gosta de promessas flutuantes. Deus não se alegra com louvores floridos e criativos a Ele, se nossas vidas permanecerem contrárias à Sua Vontade.

O que Ele quer é a nossa obediência. Nossa fidelidade. Nosso amor genuíno por Ele.

Não vamos apenas dizer ou prometer. Mas concretamente, obedeçamos, sejamos fiéis e O amemos.

Ao celebrarmos hoje, de forma especial, a festa de Santa Teresinha, padroeira da nossa Igreja, recordemos a todos que toda a sua vida foi uma vida de obediência e fidelidade inspirada no seu profundo amor por Jesus.

O Pequeno Caminho de Santa Teresinha era tão simples como comprometer-se com a tarefa que tinha no convento, como ser sacristã, a sua missão na lavandaria e na cozinha, mas cumpri-las pelo Amor de Deus. Sua vida parecia rotineira e comum, mas o que os tornava ainda mais especiais era que ela fazia tudo por causa de seu amor por Jesus.

Ao sermos obedientes, fiéis e amorosos, mesmo nas pequenas coisas, como Santa Teresinha, estamos certamente contribuindo para tornar a nossa comunidade e a sociedade como um todo, um lugar melhor: pacífico, atencioso, responsável e feliz.

Diz-nos Santa Teresinha: “Nosso Senhor não olha tanto para a grandeza das nossas ações, ou mesmo para a sua dificuldade, mas para o Amor com que as praticamos”.


quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Missão do Japão 24/09/2023: 25º Domingo do Tempo Comum (Mt 20,1-16a) Homilia



A liturgia deste domingo é sobre a bondade e a generosidade de Deus. E a história nos ajuda a imaginar como Deus mostra igualmente Sua bondade e generosidade para com as pessoas.

Como dono da Vinha, Deus é dono de tudo e de todos. Ele é a fonte de todas as bênçãos e bondade. Por causa disso, Ele tem a liberdade de dispensar essas graças a quem Ele desejar.

É evidente que nos dizem que o motivo das reclamações dos primeiros trabalhadores contratados foi a INVEJA pela bondade do proprietário: “Tens inveja porque sou generoso”, diz o proprietário.

Se assim como os primeiros trabalhadores contratados, não conseguimos reconhecer e ficar felizes também com as bênçãos recebidas pelos outros, é uma manifestação de que o pecado da inveja já está se insinuando em nossa pessoa. A mesma inveja que levou o diabo a enganar os nossos primeiros pais, Adão e Eva. Porque o diabo tinha inveja do poder e da bondade de Deus.

O convite da primeira leitura é para que vejamos a bondade amorosa de Deus. Mesmo sendo Deus e Poderoso, Ele está próximo de pessoas simples como nós. Especialmente quando reconhecemos a nossa indignidade e a necessidade da Sua ajuda. Hoje estamos sendo instruídos a lembrar a realidade da bondade de Deus. E mais uma vez acredite e confie no Seu Amor por nós.

O evangelho reitera que não devemos sentir inveja quando outros são abençoados. Em vez disso, fique feliz e grato porque Deus é bom para todos.

A Eucaristia é a forma concreta de Deus mostrar o Seu amor e preocupação por nós. Lembre-se, cada um de nós aqui presentes é diferente em muitos aspectos. Mas a graça e as bênçãos oferecidas nesta Missa são para todos. Assim é o Bom Jesus. Sem favoritismo. Tudo depende de como acolhemos e aceitamos em nossos corações a Sua Generosidade. Amém.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

NOVENA A SÃO VICENTE DE PAULO: Pelos caminhos de Vicente




Você tem tudo pronto? Perfeito, convidamos você a começar conosco esta peregrinação de nove dias pelos caminhos de São Vicente de Paulo. Vamos lá!


             ORAÇÃO PARA TODOS OS DIAS

 

Oh Deus, Pai Amoroso, que por tua grande bondade nos chamaste a ser evangelizadores dos pobres, seguindo os caminhos de teu amado Filho, Jesus Cristo, ajuda-nos com o exemplo de São Vicente de Paulo, a sermos diligentes e corajosos diante das necessidades de nossos irmãos, de coração sensível, diante das velhas e novas pobrezas.

 

Concedei-nos o Espírito Santo, que nos torna capazes de anunciar e ser testemunhas do Reino de Deus em todas as partes do mundo, para que nenhuma periferia seja privada do alegre anúncio da salvação.

 

Que, contemplando o teu Filho feito carne e presente até hoje no meio de nós, possamos passar da mesa do altar à mesa dos pobres, para partilhar com esses que representam o teu Filho, a mensagem libertadora que nos torna irmãos e irmãs, filhos e caminhantes em busca da paz e do amor que só o Teu Pai nos dá. Pedimos isso por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

 

                 ORAÇÃO À VIRGEM MARIA

(Dos escRiTos de São VicenTe de Paulo)

 

Bem-aventurada Virgem Maria, ajuda-nos a estar dispostos a praticar as máximas evangélicas, pedimos-Te que encha nosso espírito com as virtudes; encha nossos corações com seu amor, para vivermos conforme as mesmas. Intercede, oh Mãe, pois, melhor do que ninguém, penetraste no significado desses ensinamentos e os praticou. Esperamos que, olhe por nós nesta caminhada, a fim de que vivamos de acordo com essas máximas, e elas nos sejam favoráveis no tempo e na eternidade (cf. XII, 114-129),


Oh, Virgem Santíssima, roga ao Senhor este favor, pede-lhe a verdadeira pureza para nós, para toda a Família Vicentina! Este é o pedido que Te fazemos (cf. XI, 447-449). Amém.

Deus te salve…. Glória

 

 

ALEGRIAS

“São Vicente de Paulo, acende em nós o fogo da caridade”

 

Fogo da caridade, do campo à cidade,

como camponês ou tutor; de missionário a fundador. A chama ardente do seu zelo nos convida à amizade

Com escravos e aflitos dando com ardor um amor abrasador.

 

No horizonte, nos convida a olhar, amor eficaz reivindicam os pobres.

Que seja nossa caridade inventiva e fundamentada para dar com paixão e zelo a Cristo o Pão da Vida.

O povo está faminto e condenando-se!

É urgente trazer o pão com justiça, que só por nosso amor

os pobres vão nos perdoar

 

Pai dos pobres, pregador infatigável de zelo pelas almas, dá-nos o exemplo; para dar aos pobres testemunho confiável

que conduzam os homens ao verdadeiro templo

 

Ó Vicente de Paulo, que não se encontre em nós um amor subjetivo, mas deve ser uma doação!

Com a força de nossos braços,

e no rosto o suor, para mostrar ao próximo o amor do nosso Deus.


Seus filhos e filhas carregam apaixonadamente seu arauto, no firmamento poderosa luz do teu amor nos guia

com a força imperativa de amar sem medo, quem da cruz com amor nos olha.

 

Missão e Caridade são as asas que te levaram ao céu.

Á tua entrada, ricos e pobres te esperavam. Alegres teus filhos, enquanto Cristo te coroou de louros e santidade, pai e apóstolo,

a Igreja em ti foi refletida.

 

 

                           ORAÇÃO FINAL

AO CORAÇÃO DE SÃO VICENTE DE PAULO

 

Ó Coração de São Vicente de Paulo que tiraste do Sagrado Coração de Jesus, a caridade que derramaste sobre todas as misérias morais e físicas do teu tempo, alcança-nos para nunca deixar passar nenhuma miséria ao nosso lado sem socorrê-la.

Faz com que nossa caridade seja respeitosa, delicada, compreensiva, eficaz como foi a tua. Coloca em nossos corações uma fé viva que nos faça descobrir o Cristo sofredor em nossos irmãos desventurados.

Enche-nos com o zelo ardente, luminoso, generoso, que nunca encontra dificuldade em servi-los. Nós vos pedimos, ó Coração de Jesus, por intercessão daquele cujo coração não batia nem agia senão por impulso do vosso. Amém


PRIMEIRO DIA PouY- 1581

Escutemos São Vicente: “Falarei com prazer ainda maior das virtudes

das boas aldeãs, pelo conhecimento que delas tenho por experiência e por nascimento, pois sou filho de um pobre lavrador, e morei no campo até os quinze anos. Além disso, nosso trabalho há muitos anos tem sido entre os aldeões, a ponto de ninguém os conhecer melhor do que os sacerdotes da Missão” (IX/1, p. 92).

A vida de São Vicente de Paulo começa a ser gestada em uma família camponesa. Seus pais Juan de Paúl e Beltrana de Moras eram agricultores e cuidavam de animais, estavam expostos ao cansaço e às exigências do campo. Ali São Vicente aprendeu a ser um homem de ação, de sentido prático e de amor efetivo. Ele foi um homem treinado nas duras leis da terra, um homem que teve a clemência do céu, mas também a força de seus braços, por isso em um de seus escritos dizia: “Amemos a Deus, irmãos, amemos a Deus, mas que seja à custa dos nossos braços e do suor do nosso rosto”.

Graças aos seus primeiros anos no campo, São Vicente se forma numa fé prática, de ações, de uma existência comprometida com o bem do outro. Para ele, a verdadeira se expressa em ação, em trazer uma tigela de sopa à mesa. Como camponês, aprendeu a vigiar o céu e a terra, ou seja, que suas horas de oração não os separassem das horas de trabalho.

São Vicente foi educado nas leis da caridade que podem ser vistas em um ambiente camponês: hospitalidade, partilha de alimentos, generosidade entre vizinhos, ou seja, o amor vivido em ações concretas. Inspirado pelo que viveu na infância, mais tarde apresentará o retrato que fará das Filhas da Caridade, camponesas comprometidas com o serviço.

Perguntas:

        Quais são as minhas origens? Sou capaz de valorizar a casa e a família em que nasci e cresci?

        O que São Vicente de Paulo descobriu em sua família?

        Que características tinha a região onde nasceu São Vicente?


SEGUNDO DIA

Dax - 1594.

Escutemos São Vicente: "Lembro-me que, quando jovem, ao acompanhar meu pai à cidade, porque estava mal vestido e era um tanto coxo, tinha vergonha de ir com ele e reconhecê-lo como meu pai. Ó miserável! Como fui desobediente! (XII, 222).

Um pequeno jovem camponês que acaba de deixar seus pais e irmãos e ingressa no mundo da educação, é um jovem corajoso, talvez muito mais corajoso do que os jovens de hoje e as crianças que têm medo de sair de casa para conhecer um mundo muito maior que eles. Dax, uma cidade muito perto do mar, é cheia de confortos e uma atmosfera muito diferente da pequena vila francesa de onde vem o nosso jovem Vicente de Paulo.

Os seus biógrafos dizem-nos que Vicente é uma pessoa dedicada no estudo, e é em Dax que conhece o Sr. Cometa, juiz da sua cidade natal, pessoa próxima da sua família, que vendo as qualidades do nosso jovem santo, apoia, financeiramente, seus estudos e permite que ele seja o instrutor de seus filhos para lhe ajudar a financiar seu curso escolar.

Mas sua passagem por este mundo, um pouco mais confortável, o leva a uma de suas crises mais profundas, faz com que ele se envergonhasse de seu pobre pai e desejasse uma vida cheia de confortos e seguranças temporárias. Ele vai se perder? O que acontecerá com Vicente nesta estrada? Continuemos avançando dia a dia em busca de seu encontro definitivo com os pobres.

Perguntas:

       O que mais sabemos sobre este momento da vida de São Vicente de Paulo?

       O que achamos que poderia acontecer a São Vicente se continuar a sentir vergonha de suas origens?

       Tive medo de deixar sua cidade ou vila para conhecer novos lugares ou novas experiências?


TERCEIRO DIA

Saragoça e Toulouse - 1597-1599

Escutemos São Vicente: “É a continuação dos trabalhos de Jesus Cristo, e, portanto, a inteligência humana nada pode a esse respeito, a não ser estragar tudo, se Deus não coloca nisso a sua mão. Não, senhor Padre, nem a filosofia, nem a teologia, nem os discursos operam nas almas: é preciso que Jesus Cristo aja conosco e ou nós com ele, que operemos nele e ele em nós, que falemos como ele e no seu Espírito, assim como ele estava em seu Pai e pregava a doutrina que ele lhe ensinara. É a linguagem da Sagrada Escritura” (XI, 153).

Desde a infância Vicente foi muito inquieto, primeiro em suas aventuras com as ovelhas através de pastagens e pântanos em Pouy e seus arredores. imerso nos livros, partiu para Saragoça, em Aragão, na fronteira com a Espanha, e é muito provável que sua permanência nas salas de aula universitárias não tenham durado mais que um ano (1597), pois seu pai faleceu em fevereiro de 1598, o que acelerou seu retorno para sua terra natal. Retornando à França, ele vai para Toulouse e lá conclui seus sete anos de estudos teológicos em 1604.

Todos esses estudos o formaram bem, Vicente mergulhou na filosofia, na teologia, na Sagrada Escritura, no direito canônico, na história da Igreja... Nosso futuro santo não foi um padre ignorante, ele foi bem instruído, mas nunca se tornou um intelectual puro, encontramos nele a ciência sabiamente fundida, com sua experiência prática de gascão e camponês.

O nosso futuro santo nunca imaginou, que a seriedade dos seus estudos o levaria a trabalhar e aterrar tanta doutrina na formação do clero, dos seus Missionários, das suas Filhas e de todo um exército de almas que beberiam no futuro, dos ensinamentos de sua vida e doutrina. Sim, os caminhos de Deus não são os nossos caminhos.

Perguntas:

       Como São Vicente me ensina hoje a valorizar a formação que recebo?

       Como   devemos   combinar   a   ciência   humana   com   a sabedoria de Deus?


       Para o serviço de Deus, em que temos que aprofundar mais?

 

 

QUARTO DIA

Chateau-I'Eveque - 1600

Escutemos São Vicente: “Meus irmãos, quanto o ofício dos eclesiásticos sobrepuja todas as demais dignidades da terra, mesmo a realeza e como deveis conceber uma profunda estima dos padres, cujo caráter sagrado é uma participação do sacerdócio eterno do Filho de Deus, que lhes conferiu o poder de sacrificar o seu próprio corpo e dá-lo em alimento, a fim de viverem eternamente aqueles que dele se nutrirem” (XII, 196).

Não deixa de nos inquietar que o jovem Vicente, com apenas 19 anos de idade, tenha recebido em Tarbes, bem perto de sua casa, o subdiaconato e o diaconato em 1598, e no meio de seus estudos inacabados, foi para uma diocese distante, Périgueux, longe de sua casa e de sua família, e no Château l'Eveque, na capela da residência rural do bispo, Dom Francesco Bourdeille, foi ordenado sacerdote por este bispo idoso.

Quaisquer que tenham sido as motivações do jovem Vicente, já o encontramos ordenado em 1600, para sempre sacerdote do Deus Altíssimo, sacerdote para a eternidade. Aqui começa a peregrinação de um sacerdote, que não tinha as convicções profundas de um ministério tão elevado. É um sacerdote com motivações muito humanas, diríamos hoje, com um “ideal ascendente”, na sua expressão “buscava uma aposentadoria honrosa”, uma vida suave, desejando “ser servido e não servir”. Até agora, encontramos um santo que não queria ser santo...

Mas o Senhor que “escreve direito em linhas tortas”, com sua sabedoria, vai purificá-lo para que no futuro não o conheçamos


como Vicente de Paulo, mas sim como São Vicente de Paulo. A obra da graça de Deus, quantas surpresas nos na peregrinação da vida.

Perguntas:

       Que possíveis motivações levaram São Vicente a tornar-se sacerdote?

       Como São Vicente viveria seu sacerdócio hoje?

       Como encorajar os jovens de hoje a serem sacerdotes missionários?

 

QUINTO DIA

Túnis - 1605

Escutemos São Vicente: “Minha situação é tal, numa palavra, que, em Roma, onde continuo meus estudos, estou sendo mantido pelo Monsenhor Vice-legado que estava em Avinhão. Ele me dá a honra de me querer bem e de desejar meu progresso, porque lhe ensinei muitas coisas belas e curiosas que aprendi, durante o meu cativeiro, daquele velho turco a quem fui vendido, conforme vos escrevi” (I, 2).

Como muitos outros cristãos que habitaram terras europeias e embarcaram no mar para se deslocar de um lugar para outro, São Vicente enfrentou a grande prova do cativeiro e da escravidão, o jovem padre francês não imaginava que ao viajar para receber uma herança concedida por uma boa mulher em Castres (cidade francesa), no retorno, sofreria um assalto, por turcos, o barco que o trazia à Toulouse (França), cidade onde estudou teologia. O cativeiro o levou para a Tunísia, norte da África, onde foi acorrentado e desfilou pela cidade para ser vendido pelo maior lance.


Esta experiência, sem dúvida, se refletirá na grande preocupação de São Vicente pelos prisioneiros, especialmente os das galés (navios usados como prisões), que sofrem grande desconforto, dor e tristeza de seu cativeiro. Tanto os sacerdotes da Congregação como as Filhas da Caridade estarão prontos a servir estes irmãos.

Perguntas:

       Você coloca seus problemas e dificuldades nas mãos de Deus com esperança, ou pelo contrário, você se desespera e sua enfraquece?

       Quais são as "escravidões" que você tem amarrado à sua vida neste momento e não permite que você confie plenamente em Deus como fez São Vicente?

SEXTO DIA

Roma e Paris - 1607

Escutemos São Vicente: “A água de um grande pântano, por estar sempre parada, se corrompe, torna-se lodosa e fétida. Pelo contrário, as ribeiras e as fontes que correm com rapidez entre as pedras e os rochedos mantêm suas águas belas e sadias. Ora, quem não haveria de preferir, a este preço, ser antes arroio do que charco? Importa não nos espantarmos com nos desgostar das mesma coisas, visto que somos compostos da mesma maneira” (XI, 103).

Neste sexto dia de nossa novena, e depois da grande prova do cativeiro e escravidão de São Vicente na África, voltamos agora nosso olhar para a capital da França: Paris. São Vicente chega a Paris no final de 1608 com o desejo de não passar muito tempo ali, o que não sabia era que sua permanência na grande cidade francesa duraria quase toda a sua vida. Ali São Vicente viveu grandes acontecimentos que marcaram significativamente sua vida e seu processo de conversão. Ele também conheceu personalidades


ilustres como Monsenhor de Berulle e São Francisco de Sales, que contribuíram com grandes qualidades para sua personalidade. Em Paris, São Vicente experimentaria a injusta e falsa acusação de roubo e seus primeiros passos para a conversão que transformaria definitivamente sua vida.

Depois de uma curta estadia em Roma, ele parte para chegar à capital da França: Paris. Ele não pretendia passar muito tempo lá, querendo estar com sua família depois de seus dois anos de ausência inadvertida; o que ele não sabia era que a Divina Providência tinha planos muito diferentes dos seus, e seria nesta cidade que sua mentalidade mudaria completamente. Muitas experiências tiveram sua origem ali, mas a primeira, após sua chegada em 1608, não seria a melhor. Sem dinheiro, Vicente fica em uma casa simples, onde dividia um quarto com um conterrâneo, um juiz da pequena cidade de Sore.

Perguntas:

       Como a história de São Vicente se relaciona com momentos de sua vida pessoal?

       Quantas vezes você tem sentimento de tristeza ou crise de fé?

       O que você aprendeu nestes dias de novena?

SÉTIMO DIA

Folleville e Chatillon les Dombes - 1617

Escutemos São Vicente: “Por que motivo, meus Senhores, pensais vós que Nosso Senhor tenha querido que seus discípulos fossem enviados dois a dois? Foi porque, assim como recomendou a cada qual exercesse a caridade para com o próximo, e o próximo supõe uma segunda pessoa, assim, também os enviou dois a dois, a fim de que ambos se estimulassem continuamente à mútua caridade, e


que, se um deles caísse, tivesse quem o levantasse, ou o encorajasse em seus trabalhos, se estivesse prostrado de cansaço” (XI, 155).

A confissão do camponês de Gannes-Folleville, que todos consideravam um homem bom, honesto e virtuoso e que se declarava condenado se não fosse por essa confissão, foi uma grande revelação para Vicente de Paulo: dedicar-se completamente à evangelização dos pobres rurais. Tais são os desígnios do Senhor que, através das pessoas e dos acontecimentos, nos ensina sua Vontade e nos mostra os caminhos que somos chamados a percorrer e que nos conduzem à santificação de nossas vidas. Além disso, esta confissão do camponês fez com que Vicente pregasse em 25 de janeiro de 1617, na festa da conversão de São Paulo, o "primeiro Sermão da Missão" chamando à conversão; Deus abençoou suas palavras e as pessoas se reuniram para a confissão. Que alegria para todo este povo voltar seus corações a Deus e encontrar em Vicente e outros sacerdotes que o ajudaram, o instrumento do perdão e da misericórdia divina.

Em Chatillon-les-Dombes foi através de uma família muito pobre, onde todos os seus membros estavam doentes, famintos e sem ninguém para ajudá-los, que Vicente descobriu outro chamado de Deus: dedicar-se ao cuidado material dos pobres organizando a caridade. Em 20 de agosto de 1617, foi informado do estado desta família e, deixando-se tocar no coração, fez um apelo à caridade. A resposta foi tão grande que as pessoas iam e vinham trazendo provisões para a referida família. ele decidiu criar as Irmandades de Caridade (atualmente, Associação Internacional de Caridade - AIC) para que a ajuda aos pobres fosse feita de forma organizada. Que ideias magníficas o Senhor revela a quem ouve a voz dos pobres e se mobiliza para responder às suas necessidades. Hoje, não só a AIC realiza um belo trabalho de serviço seguindo o exemplo de Vicente, mas também muitas outras Associações e toda


a Família Vicentina se sente chamada a esta grande vocação de serviço, amor, generosidade e ajuda mútua, porque "os pobres eles nos evangelizam” e continuam a nos mostrar o rosto sofredor de Cristo.

Perguntas:

       Busco   confissão   e   minha   própria   conversão   como   o camponês de Gannes?

       Sinto-me   chamado  ao   servir  como  o   descobriu  e  fez Vicente de Paulo?

       Como estou respondendo ou como posso responder às necessidades dos pobres?

OITAVO DIA

Marselha - 1618

Escutemos São Vicente: “Quem, pois, não vê que a mortificação deva ser inseparável de um missionário, para agir não só com o pobre povo, mas também com os retirantes, ordinandos, forçados e escravos? Realmente, se não somos mortificados, como acolher o que temos que suportar nesses diversos ministérios?” (XII, 211).

Seguindo os passos de São Vicente, encontramos hoje um dinamismo missionário acompanhado de uma preocupação por todas as realidades de pobreza de seu tempo. É vendo a realidade dos presos nas galés, em sua viagem a Marselha, onde há uma cena particularmente heroica, ali Vicente toma o lugar de um dos prisioneiros para sentir o sofrimento em primeira mão. Mas ele não está sozinho nisso, graças à sua gestão, ele ajuda esses presos a terem um lugar mais digno para viver. Os sacerdotes da Congregação os assistiam espiritualmente junto com as Filhas da Caridade.


E tanto é o fervor que São Vicente desperta, que cada vez mais pessoas aderem a este apostolado entre os pobres, abrem-se irmandades em toda a França; Santa Luísa fica depois encarregada de visitá-las, cuidando das vítimas da guerra em região fronteiriça da Lorena, preocupa-se com os enjeitados ou crianças abandonadas que são jogadas nas ruas mesmo no inverno, comove-se com a fome dos idosos, o sofrimento das mães, há muitas realidades de miséria, mas ele não se detêm.

Perguntas:

       Quais são as novas formas de pobreza que temos em nosso tempo?

       Meu apostolado é dinâmico, seguindo o exemplo de São Vicente?

       Consegui sair em missão e levar o Evangelho a outros irmãos?

 

NONO DIA

São Lázaro - 1660

Escutemos a São Vicente: “Eu mesmo, embora velho e na idade em que estou, não posso deixar de ter dentro de mim estas disposições, até mesmo a de ir para as Índias, a fim de conquistar almas para Deus, mesmo que devesse morrer pelo caminho ou no navio” (XI, 167).

São Vicente nunca deixa de nos surpreender, não aquela caridade que irradiava em todos os homens e mulheres do seu tempo, mas também nos hospitais, orfanatos e escolas. Seu espírito fervoroso, mesmo nos últimos dias de sua vida, percorreu um longo caminho, centenas de milhares de quilômetros em busca de Jesus Cristo, aquele que encontrou na pessoa dos mais pobres, dos vulneráveis, dos simples de coração.


Mas São Vicente teve uma audácia como nenhuma outra: seus amigos pobres foram atendidos graças a todos os esforços que São Vicente fez com as classes altas e ricas de seu tempo, ele foi estimado pelo rei e pela corte real, ele foi um amigo dos mais altos funcionários; mas continuava simples, a ponto de usar orgulhosamente sua batina um pouco gasta e surrada.

Mas, chegou a hora de nos despedirmos do nosso pai Vicente deste mundo temporário, ele fará uma peregrinação à Missão do Céu, de continuará abençoando e acompanhando todas as obras que foram confiadas ao seu patrocínio, “aqui estão em seu quarto em São Lázaro, enquanto todos os seus filhos e filhas espirituais o lamentam” e nós mais adiante no tempo, estamos profundamente felizes em celebrar sua festa amanhã.

Perguntas:

       O que aprendi nesta peregrinação com São Vicente?

       Como quero passar o resto dos meus dias?

       Sinto-me confiante de que Jesus guiará constantemente meus passos?

CANTOS A VICENTE DE PAULO

 

 

Em Português: http://vocacaovicentina.blogspot.com/2016/07/musicas-vicentinas-cifradas.html