Queridos irmãos e irmãs,
Hoje celebramos um dos maiores mistérios da nossa fé: o mistério da Santíssima Trindade — um só Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Muitos podem se perguntar: “Como entender esse mistério?” Na verdade, não se trata de entender completamente, mas de acolher com amor esse Deus que se revela a nós como comunhão, amor e relação. Mesmo assim, a Igreja, ao longo da história, tem usado muitas comparações para nos ajudar a compreender um pouco mais.
1. Deus é como o Sol: luz, calor e energia.
O Sol é um só, mas dele vêm três realidades que experimentamos: a luz que ilumina, o calor que aquece e a energia que dá vida. Assim é Deus:
- O Pai é a fonte, como o Sol em si.
- O Filho é a luz, que ilumina o mundo e nos mostra o caminho.
- O Espírito Santo é o calor e a energia, que aquece os corações e impulsiona a vida da Igreja.
São três manifestações inseparáveis, mas é um só Sol, como é um só Deus.
2. A Sabedoria do Pai, a Graça do Filho e o Amor do Espírito (Pr 8,22-31; Jo 16,12-15)
Na primeira leitura, vemos a Sabedoria de Deus, presente desde a criação. Essa sabedoria é expressão do amor do Pai, que cria tudo com cuidado e beleza.
No evangelho, Jesus diz que o Espírito nos conduzirá à verdade completa, porque tudo que o Filho tem vem do Pai, e tudo que o Espírito comunica vem do Filho. É uma comunhão perfeita onde ninguém guarda nada para si. É como uma fonte de amor que transborda constantemente.
3. Deus é como a água: líquido, vapor e gelo.
Água é sempre água, mas pode se manifestar em três formas:
- Líquido que sacia e lava.
- Vapor que sobe, envolve e aquece.
- Gelo que sustenta, refresca e dá forma.
Assim é Deus: um só na essência, três nas formas de se manifestar e agir no mundo.
4. Trindade: uma família perfeita de amor
Quando olhamos para uma família onde há amor verdadeiro — pais, filhos e irmãos —, vemos ali um reflexo da Trindade. O amor não existe sozinho. O amor precisa de alguém para amar e alguém que responda a esse amor.
O Pai ama o Filho, o Filho ama o Pai, e o amor entre eles é tão perfeito, tão pleno, que é o Espírito Santo.
5. O que isso tem a ver conosco? (Rm 5,1-5)
Na segunda leitura, São Paulo nos lembra que, justificados pela fé, temos paz com Deus, por meio de Jesus Cristo, e o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo.
Isso quer dizer que a Trindade não é um mistério distante, teórico ou abstrato. A Trindade habita em nós! Cada vez que amamos, que perdoamos, que servimos, que buscamos a paz, tornamo-nos reflexo desse Deus que é amor, comunhão e unidade.
Conclusão:
Celebrar a Santíssima Trindade é celebrar que Deus não é solidão, Deus é comunhão. E nós, criados à imagem e semelhança desse Deus, somos chamados a viver também em comunhão — na família, na comunidade, na Igreja, no mundo.
Onde houver amor, unidade e partilha, aí está Deus presente.
Que possamos, ao fazer o sinal da cruz — em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo —, lembrar que carregamos em nós esse mistério de amor que nos dá vida, sentido e missão.
Amém.
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