sábado, 12 de julho de 2025

Missão do Japão 13/07/2025: 15º Domingo do Tempo Comum | ANO C (Lc 10,25-37) Homilia



A misericórdia que nos faz próximos

Meus irmãos e minhas irmãs,

A liturgia deste 15º Domingo do Tempo Comum nos convida a uma profunda reflexão sobre a caridade e a misericórdia como caminhos para alcançar a vida eterna. O centro da Palavra de hoje é a conhecida parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus em resposta à pergunta de um doutor da Lei: "Quem é o meu próximo?".

1. A Palavra está perto de ti

Na primeira leitura (Dt 30,10-14), ouvimos que a Lei de Deus não está longe nem inacessível. Ela está muito próxima, "em tua boca e em teu coração, para que a ponhas em prática". Essa Palavra é viva e ativa, e nos convida a colocá-la em ação, especialmente na forma como tratamos o nosso próximo. O seguimento a Deus não é feito de teorias distantes ou de mandamentos complicados, mas de atitudes simples e concretas, especialmente de amor ao próximo.

2. Cristo, rosto da misericórdia do Pai

Na segunda leitura (Cl 1,15-20), São Paulo nos apresenta um hino belíssimo sobre Jesus Cristo. Ele é o rosto visível do Deus invisível, aquele que reconciliou todas as coisas pelo sangue da cruz. Essa reconciliação é o gesto supremo de amor e misericórdia. Ao contemplar Cristo, vemos não só a grandeza de Deus, mas também o seu coração cheio de compaixão por todos os que sofrem. Jesus é o verdadeiro Bom Samaritano da humanidade, que se inclina sobre nós em nossas feridas, cuida de nós e nos oferece a salvação.

3. O bom samaritano e a caridade que nos identifica como cristãos

No Evangelho (Lc 10,25-37), Jesus não apenas responde à pergunta do doutor da Lei com uma parábola, mas inverte a lógica da pergunta. Em vez de definir "quem é o próximo", Ele mostra como ser próximo de quem sofre.

O sacerdote e o levita passaram ao largo. Eram homens religiosos, conhecedores da Lei, mas se omitiram diante da dor. Já o samaritano – alguém desprezado pelos judeus – foi quem teve compaixão. Ele não apenas sentiu misericórdia, mas agiu com misericórdia: aproximou-se, cuidou, tratou, conduziu, pagou, comprometeu-se.

Esse é o modelo de caridade cristã: um amor que se traduz em ação concreta. Caridade não é apenas dar algo; é doar-se. É ver o outro, parar por ele, comprometer-se com ele.

Jesus termina dizendo: "Vai e faze tu a mesma coisa." Eis o chamado que ecoa hoje para cada um de nós. A vida eterna não se conquista por palavras ou títulos, mas pelo amor colocado em prática. A caridade é a identidade dos cristãos, a marca do verdadeiro discípulo de Cristo.

4. Aplicações para nossa vida hoje

  • Quem são os feridos que encontramos hoje à beira do caminho? Pode ser um morador de rua, um idoso abandonado, uma criança sem atenção, um jovem sem direção, uma pessoa da nossa casa que sofre em silêncio...

  • Estamos mais parecidos com o samaritano ou com os que passam ao largo?

  • Nossa fé se traduz em ações concretas de cuidado, atenção, empatia?

5. Conclusão

Queridos irmãos e irmãs, hoje a Palavra de Deus nos chama a viver a misericórdia como estilo de vida. Não basta sabermos que devemos amar o próximo; é preciso fazer-nos próximos de quem mais precisa.

Que possamos, fortalecidos pela Eucaristia, nos tornarmos samaritano para os outros. Que nossa caridade não seja ocasional, mas cotidiana. E que sejamos reconhecidos como discípulos de Jesus pelo nosso amor.

"Vai e faze tu a mesma coisa." Amém.

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