domingo, 6 de julho de 2025

Missão do Japão 06/07/2025: 14º Domingo do Tempo Comum | ANO C (Lc 10,1-12.17-20) Homilia



"A missão da Igreja como instrumento de paz entre os povos"


Queridos irmãos e irmãs,


Hoje, o Evangelho de Lucas nos apresenta um Jesus que envia seus discípulos em missão, dois a dois, a todas as cidades e lugares aonde Ele mesmo queria ir. É uma cena profundamente missionária, que nos interpela diretamente como povo de Deus em movimento — especialmente a nós, imigrantes brasileiros vivendo aqui no Japão.

Jesus envia os discípulos com um recado claro: “A paz esteja nesta casa.” A missão começa com a paz. E essa paz não é apenas ausência de guerra ou conflito, mas a presença ativa de Deus no meio do seu povo, transformando corações, reconstruindo vínculos e curando feridas.


1. Ser missionário em terra estrangeira

Vocês, irmãos e irmãs, que vivem longe da pátria, já sabem, na carne, o que é se sentir estrangeiro. Muitos de vocês saíram do Brasil em busca de melhores condições de vida, enfrentando a saudade, a diferença cultural, o idioma, o cansaço do trabalho. Mas saibam: vocês não estão aqui por acaso. Deus também os enviou em missão.

Como os setenta e dois discípulos do Evangelho, cada um de vocês é um sinal de que o Reino de Deus quer chegar ao coração do povo japonês. Por meio do seu testemunho, da sua solidariedade, da sua alegria de fé, vocês anunciam que Jesus está vivo e quer habitar também neste povo.


2. A missão da Igreja é construir pontes

A missão da Igreja no mundo, especialmente em contextos de migração e diversidade cultural, é ser ponte entre os povos. Onde há muros de preconceito, a Igreja planta o diálogo. Onde há medo do diferente, a Igreja semeia o respeito. Onde há solidão e desconfiança, a Igreja oferece comunhão e acolhida.

Aqui no Japão, vocês são Igreja viva, são o rosto de uma fé que ultrapassa fronteiras. Sua comunidade pode ser instrumento de paz, aproximando brasileiros e japoneses, mostrando que é possível viver juntos, aprender uns com os outros, rezar juntos, e cuidar uns dos outros.


3. A alegria da missão

No final do Evangelho, os discípulos voltam felizes: “Senhor, até os demônios se nos submetem por causa do teu nome!” Jesus escuta, mas convida a ir mais fundo: “Alegrai-vos antes porque vossos nomes estão escritos no céu.”

Não é o sucesso da missão que nos define, mas o fato de sermos amados e conhecidos por Deus. Nossa missão nasce desse amor e volta para esse amor. Mesmo que as dificuldades apareçam — e elas aparecem —, mesmo que a missão pareça difícil — e muitas vezes é —, nada pode apagar o fato de que pertencemos a Deus.


Queridos irmãos e irmãs,

Vocês são discípulos e missionários aqui no Japão. Sejam sinais de paz, acolhimento e esperança. O mundo precisa de testemunhos que unam, e não dividam. Que a Igreja, por meio de vocês, continue sendo um farol de luz na noite da migração, uma ponte de fraternidade entre os povos.

E nunca se esqueçam: Jesus caminha com vocês. Ele os enviou, e Ele mesmo quer passar por onde vocês passam. Levem a paz. Levem o amor. Levem o Reino de Deus.


Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário