Programa: Bela Cruz como Te Amo
Apresentação: Edilson Carvalhêdo Sampaio
Data: 25 de janeiro de 2013
Entrevistado: Cleber Fábio Oliveira Teodósio (Twitter:
@clefabio)
Apresentação Pessoal: Hoje é convidado do Programa “Bela
Cruz como te amo” o jovem Cleber Oliveira, professor de profissão, agente de
pastoral - um belacruzense, que esteve em mais de 15 países distribuídos por todos
os continentes, exceto Oceania, e nos últimos três anos esteve desenvolvendo uma
missão na sede internacional da Juventude Mariana Vicentina – JMV, em Madrid,
Espanha.
Motivo da Entrevista: Acreditamos que o trabalho de
Voluntariado e Missão Internacional realizado por Cleber Oliveira pode servir
de exemplo para os nossos jovens, a fim de que estes nunca desistam de seus
sonhos, o fato, também vem nos afirmar que, vontade é querer e sonhar é poder.
Entrevista
Edilson Sampaio: Conte-nos, por favor, como e porque você se
ausentou do Brasil e foi instalar-se na Espanha.
Cleber Oliveira: Bom dia, senhor Edilson, bom dia a
todos os ouvintes. Em primeiro lugar gostaria de agradecer pelo convite. Começo
por sinalar que o único exemplo é Cristo, nós somos apenas pequenas referências.
Desde jovem eu sempre estive voltado para a Igreja e para as questões sociais.
Em 2007 chegando em Bela Cruz, conheci a JMV, uma vez entrando grupo, fui
assumindo funções e crescendo paulatinamente, atuei como secretário, e logo
como presidente local, regional, provincial (compreendendo Ceará, Piauí e
Maranhão), vice presidente nacional e membro pelo Brasil do então Conselho
Latino Americano da JMV...
ES: O que é a JMV?
CO: A Juventude Mariana Vicentina – JMV,
um grupo de jovens que tem sua origem na Capela da Casa Mãe das Filhas da
Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris - França, quando em 1830, Nossa
Senhora aparece a então noviça Catarina Labouré e pede que se cunhasse uma
Medalha - que pelos seus frutos o povo a chamou Milagrosa, nessa aparição Maria
também pediu que fosse formada uma Associação de Jovens assim nasceu a JMV que hoje está presente em mais de 60 países. No Brasil estamos
desde 1865.
...como dizia: Em 2008, participei em República
Dominicana do Encontro Missionário Latino Americano - Uma semana de formação e
duas de missão em um bairro pobre de Santo Domingo. Em 2009 fui enviado a Madrid
– Espanha, como voluntário e missionário internacional.
ES: Pelo seu Currículo ver-se que você também
estudou no exterior. Fale-nos um pouco de sua participação em tais universidades!
CO: Em Espanha fazia o trabalho do voluntariado
pelas manhãs. Minha função era animar a Associação nos Países Lusófonos, a
traduzir de documentos de Espanhol para Português e vice versa, webmaster do
Secretariado e missões de fim de semana. Pelas tardes estudava, onde fiz o
primeiro ano de Teologia na Faculdade Teológica de Sandamaso – uma universidade
muito tradicional onde se forma a maioria do clero espanhol, fazia um curso de Formação
Continuada pela Universidade Pontifícia de Salamanca – Um curso excelente, onde
aprendi bastante e estudei Língua Castelhana pela Escola Oficial de Idiomas da
Comunidade de Madrid – onde obtive grau superior, com conhecimento inclusive
para ministrar Espanhol em qualquer país da união europeia.
ES: Sabemos que sua missão não se prendeu apenas
à Espanha, você esteve também em Lisboa?
CO: Sim. Lisboa em 2010 quando
realizamos o I Encontro Africano de Conselhos Nacionais da JMV, e logo, a III Assembleia
Geral da Associação. Ademais, visitamos a Cova da Iria, Mafra e claro, Fátima,
um santuário espetacular, visita que recomendo a todos, independente de seu
credo.
ES: Como
você conseguiu ser escolhido para fazer essa missão? Quem financiou? Como se
deu o processo?
CO: O processo foi lento e a partir da
convocação foram quase dois anos de muito trabalho, tempo em que apliquei um
projeto onde meus familiares e amigos me ajudaram. Com a experiência ganhei
vários amigos de diversos países do mundo (Espanha, Portugal, Inglaterra,
Moçambique, Itália, República Tcheca, Eslováquia, França, etc.), que tive a oportunidade
de visitar e de outros lugares, que por trabalhar numa estância internacional,
consegui. Mas posso dizer que 90% dos gastos foram custeados pela Igreja – a
JMV, Irmãs e Padres Vicentinos.
ES: Como
brasileiro, como você foi tratado no exterior?
CO: Geralmente temos receio ao
desconhecido – quando fui à Espanha existia um conflito alfandegário entre o
país e o Brasil. Antes de ir consultei com um brasileiro que vive ali, que me
disse sentir xenofobia apenas dos mais ignorantes. Comigo, logo de início, aconteceu um incidente, desembarquei em Madrid,
- que tem um dos maiores aeroportos do mundo, estava com vontade de ir no
banheiro, não falava o idioma e tinha medo de ser deportado, quando a polícia
me viu, chamo-me a revista, e vendo que era apenas um estudante deixou que
passasse tranquilo.
Porém pude perceber que normalmente o brasileiro
é muito querido em todos os países. Eles amam o Brasil, por suas praias, samba,
futebol e claro por sua alegria. Agora é certo que a Europa leste é mais
fechada.
ES: Como
missionário, o que trouxe para Bela Cruz? Como está transmitindo isso hoje?
CO: Sobre esse assunto, lembro que fiz
um curso de missão de dois anos para ser enviado à África, onde estive por sete
semanas em Nacala – Moçambique. De fato
na África tem muita pobreza e muita riqueza natural que poderia ser explorada e
trazer desenvolvimento para o continente. Ali tive uma experiência humanizadora,
além de trabalhar numa rádio local – que ajudei com músicas e vinhetas,
inclusive enviadas desta rádio pelo locutor Clébio Morais, partilhar o
evangelho com as comunidades e jovens, acompanhar pedagogicamente os
professores das escolas vicentinas, etc., ministrei aulas para crianças de três
a seis anos de uma tribo Macua, que falavam um dialeto tribal, - lecionei
introdução à Língua Portuguesa, com o Método das 28 Palavras de Yolanda Betim,
as crianças tinham como classe um cajueiro; carteiras, uma esteira de palha;
caderno, a areia; lápis, os seus dedinhos...
O que trago é a certeza de que “Ser Missionário”
é muito interessante, totalmente possível, basta querer! Somos responsáveis de
levar Cristo e a Boa Notícia ao próximo. Mais do que nunca confirmei que
podemos ser pessoas boas – ainda que o próprio Jesus dissesse que bom só Deus,
mas se sabe que devemos nos esforçar para imitá-lo.
Depois que cheguei já ministrei palestras no
Rio de Janeiro, duas em Fortaleza – Inclusive com o tema da Jornada Mundial da
Juventude – JMJ, realizei mais duas aqui em Bela Cruz em São José e em Varjota.
Mais detalhes sobre o meu trabalho estão no blog: www.clefabio.blogspot.com
ES: Nós o parabenizamos pelo seu trabalho
voluntário e sua ação com as Juventudes e com a Comunidade Belacruzense.
Desejamos publicar essa entrevista no espaço digital da rádio e saiba que
nossos microfones estão sempre abertos para você. Deixe-nos suas considerações
finais.
CO: Sinto-me em casa aqui nessa rádio,
onde desde 2004, exceto o tempo que passei no exterior, sou voluntário no
programa Paróquia em Comunicação. Como o senhor, me sinto adotado por Bela
Cruz, que me recebeu muito bem em 1997. Agradeço aos ouvintes - nacionais e estrangeiros
– que estão nos ouvido via internet. E no mais, pedir que o Deus de bondade nos
abençoe, que todos se sintam amados por Deus, que nos quer com vida, e vida
plena. Muito obrigado!
Para saber mais:
1.Ide por todo o mundo...
2.Missão em Moçambique:
3.Entrevista a Revista da JMV Espanha
Fonte:
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