O livro narra discursos sobre o amor, contados por Apolodoro ao Glauco, que se deu em uma festa dada por Agatão, onde um dos participantes - Erixímaco, instigou aos presentes a discursarem sobre o amor, de forma que ficariam livres para beber ou não, porém todos discursariam.
A palavra amor aparece pela primeira vez na obra na página três, quando Glauco interroga Apolodoro sobre o discurso acerca do amor, dos convidados de Agatão, e deslancha a partir da página oito, ao recordar Erixímaco a Fredo, quando esse afirma ser o Amor um grande deus, mas que não há um hino a esse por parte dos poetas... de forma que estimula a todos que elogiem o amor, a começar por Fedro que está na ponta da mesa.
Fedro aceita a proposta e termina seu discurso afirmando que o Amor é dos deuses o mais antigo, o mais honrado e o mais poderoso para a aquisição da virtude e da felicidade entre os homens, tanto em sua vida como após sua morte.
Logo vieram outros discursos não registrados, seguido por Pausânias, que falou do amor de pandemia - amor popular (material) e de urânia - amor celestial (ideal), sendo o amor um ato em si, e por si, a priori, porém feio ou belo conforme praticado, logo somente o belo é digno de ser louvado. Disse ainda que o amor inspira grandes ideias, amizade e associações inabaláveis. Sendo melhor amor, aquele que busca a virtude.
Terminado esse discurso, falaria Aristófanes, que devido um soluço passou a vez ao Erixímaco, esse seguiu o raciocínio de Pausênias, e o faz por meio da medicina e da arte.
Aristófanes brinca um pouco o que irrita Erixímaco, mas logo segue seu discurso com ideias diferentes das já apresentadas, evocando a natureza humana do passado dizendo haver três gêneros: masculino (vindo do sol), feminino (da terra) e andrógino (da lua). Os três eram seres poderosos e vigorosos, tinham 04 membros inferiores e superiores, duas cabeças, etc. Eles queriam escalar o céu e investir contra os deuses. Zeus teve a ideia de separá-los cortando-os ao meio, agora com duas pernas, ficaram como se ver as pessoas hoje, porém sentiriam falta de sua outra metade e as buscariam constantemente. Os que foram cortados de andróginos são os héteros e os de homens ou mulheres são homos.
Agatão, por sua vez, primeiro comunicou como iria falar e logo discursou, iniciou dizendo o que era o amor, depois pontuou os seus dons. O amor é justo, belo, feliz, o melhor dos deuses, jovem, delicado e úmido. E continuou dizendo ter o amor como virtudes a justiça, a temperança e a coragem, que é sábio e poeta. E conclui sua fala com uma variedade de situações que amor realiza em nós.
Depois do discurso de Agatão, Sócrates o elogia pelas belas colocações e pede que sua fala sobre o amor não entre na concorrência de melhor discurso.
Em sua fala Sócrates interroga a Agatão sobre seu discurso e vem dizer que o amor carece do belo e do bom. E discorreu um dialogo que teve com Diotima - estrangeira de Mantinéia, onde chegou a concluir que existe o opinar certo entre a sabedoria e ignorância, bem como que o amor não seria um deus nem um mortal, mas um gênio que está entre ambos; sendo ele filho do Recurso e da Pobreza o que justifica seu serviço e amor ao belo. Sócrates termina seu discurso dizendo estar convencido de que um colaborador da natureza humana melhor que o Amor não se encontraria facilmente, devendo, portanto, todo homem honrar o Amor.
Nesse momento ouvem-se vozes vindas de fora do recinto onde os discursantes estavam, era Alcibíades, esse, bêbado trazia sobre a cabeça uma coroa de fitas, que a repassaria para o mais sábio e belo. Os presentes o deixam entrar, Sócrates afastou-se um pouco, de forma que ele se sentou ao lado de Agatão, quando, sem ver Sócrates, Alcibíades coroa Agatão. Depois, percebendo Sócrates, pede a coroa ao outro para esse.
Alcibíades deseja seguir bebendo, mas Erixímaco o põe a par do discurso sobre o amor, e sugere que esse faça o seu, o mesmo resiste, mas faz um elogio a Sócrates, e o faz por figuras, comprando Sócrates a “semindeuses”, que é melhor que um flautista, etc., externou todo o seu amor pelo elogiado, narrando uma visita que recebeu desse, onde a sós, falaram de sentimento e beleza, Sócrates, porém, humildemente, resistiu a Alcibíades, e ambos dormiram abraçados como pai e filho. Contou ainda de um passeio que fez com Sócrates a Potidéia, onde identificou outras qualidades do amigo: disposição, saber beber, poder de adaptação a baixas temperaturas, etc., e concluiu advertindo a Agatão que não se deixasse enganar por tal homem, poupando-lhe de viver o provérbio onde “só depois de sofrer aprende”.
Sócrates tomou a palavra e disse que Alcibíades estava colocando Agatão contra ele, dizendo esse ter desejado que ele o amara, e que esse amasse Agatão; de maneira que o fato de sentar entre os dois, atestaria isso, observou e rematou Agatão; momento em que Sócrates pediu que o intruso saísse do meio deles, já que agora era ele – Sócrates, quem proferiria um elogio a Agatão. Alcibíades não estava de acordo, porém Agatão bradou um “Evoé”, e exigiu ficar do lado direito de Sócrates, para ser elogiado, e assim o fez. Tão logo isso ocorreu, viu-se um numeroso grupo de foliões adentrar ao recinto, tão animados estavam que ninguém poderia fazer outra coisa senão beber. Fedro e outros foram as suas casas, Aristodemo dormiu e só acordou de madrugada, quando percebeu que Agatão, Aristófanes e Sócrates seguiam bebendo e conversando, do que dizia Sócrates apenas lembrou que esse os forçava a admitir que é de um mesmo homem o saber fazer uma comédia e uma tragédia. Logo os dois também adormeceram, Sócrates os acomodou em seus leitos e saiu, acompanhado por Aristodemo, em direção ao Liceu onde ficou o dia todo, repousando apenas no final do dia em sua casa.
Cleber Teodósio e Mischel Araújo
Curitiba (PR), 2015
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