sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Comentário sobre o filme: "O Garoto" de Charles Chaplin



O filme “O garoto” é mudo e em preto e branco, gravado nos Estados Unidos e lançado em 1921. Pertence ao gênero comédia dramática e foi dirigido e estrelado por Charles Chaplin.

Chaplin foi um grande artista da sétima arte, seu legado e genialidade são difíceis de ser superados, pois o brilhante trabalho que fez com os recursos que se tinha disponível naquela época, em comparação com o tempo atual, percebe-se que Chaplin foi um gigante do cinema. Seus filmes trazem, majoritariamente, o humor, aspecto pelo qual, por meio de seu personagem mais emblemático, o “vagabundo”, ele terce crítica aos problemas sociais, econômicos e/ou políticos de seu tempo. 

No filme sem questão, além de denunciar a diferença de classe, enfatizando os problemas porque passam os pobres, mostra os valores ligados à ética e à justiça. Tais valores são identificados nos personagens da mãe solteira que depois de sair de um hospital de caridade com seu filho recém-nascido, vive a dor de perceber que não tem as condições necessárias para criar o bebê, não por questões econômicas, mas pelos preconceitos maquiados de valores morais da sociedade de não aceitar “mães solteiras” ou “filhos da perdição”. A mãe, desejando o melhor para o seu filho, deixa o mesmo em um carro luxuoso carro de uma família rica, com o um bilhete, pedindo que quem o encontrasse cuidasse dele. Porém o veículo é roubado e quando os ladrões percebem que no banco detrás há um bebê, eles o abandonam numa rua da periferia da cidade, mostrando assim toda falta de caridade no coração daqueles dois homens. Minutos depois, um “Vagabundo” passa por ali e encontra a criança. De início ele tenta se desfazer da criança, mas é impedido por um guarda que acreditava ser dele o bebê. Depois ele vai se afeiçoando da criança que logo conquista todo o seu carinho, cuidado e amor. O garoto cresce e retribui o amor a seu “pai”, um cuida do outro. Mesmo vivendo pobremente, vivem bem, pois no lar tem proteção, abrigo, alimentação e uma boa convivência. 

Uma cena inusitada no filme é o caso do garoto sair jogando pedras nas janelas da vizinhança e o pai, que é vidraceiro, passa atrás oferecendo seu serviço de conserto, algo considerado errado, mas foi a forma humorada que o Diretor encontrou para mostrar o drama de quem precisa ser criativo para poder sobreviver em um mundo tal rico, mas tal desigual, bem como, para denunciar as falcatruas que acontecem no mundo trabalho por parte de grandes empresários. 

Noutra parte do enredo, a mãe, que passou a cantar ópera, arrependida de ter abandonado o filho tinha empreendido uma busca a encontrá-lo, inclusive agora daria recompensa a quem o encontrasse. Já o lar do Vagabundo é visitado por agentes do orfanato da cidade que tentam extrair a criança e deixá-la aos cuidados do Estado, pois vivia um duro estado de pobreza. Porém os laços de amor criados entre os dois impede a separação. Tempo em que a mãe os encontra e os acolhe em sua casa.

Apesar de mostrar uma situação complicada e uma triste realidade de sofrimento por que passam a maioria das pessoas que são vítimas da pobreza, Chaplin termina o longa com uma mensagem positiva, onde independente de nossos limites e fraquezas, no fim, o que nos move, o que vence e o que vale são o amor, a solidariedade e a entrega gratuita de nossa vida a gerar vida nas outras pessoas e no mundo. 



REFERÊNCIAS 

CHAPLIN, Charles. O garoto. Filme, p&b, 68 min., Estados Unidos, 1921. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8Fc5fwLWHYc> Acesso em 03 set. 2020


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