São Vicente de Paulo, com seu exemplo de docilidade ao Espírito, fiel seguidor de Jesus a quem tomou como referência de sua vida, a quem amou afetiva e efetivamente na evangelização, organização e o serviço dos pobres, promovendo os leigos e renovando o Clero e a Vida Consagrada quis estimular-nos, por meio de seu exemplo de vida, obras e escritos, a praticar as Virtudes de Jesus Cristo, Evangelizador dos Pobres.
São Vicente colhe desses autores outros conhecimentos de especial valor e aplicou em diferentes dimensões da sua vida e obra: De Pacômio aprendeu sobre a vida fundamentada na Bíblia e o valor da koinonia; de Basílio, o valor da caridade na vida comum; Bento ensina a Vicente a consideração que a vida de comunidade é escola para o serviço divino, porém conduzida pelo “discernimento”; Bernardo de Claraval que se deve imitar o que Cristo realizou sobre a terra e valorizar os sacramentos; de Francisco nosso Santo recolhe a aceitação, a adesão total que é o movimento de toda a pessoa que renuncia explicitamente às perspectivas pessoais por um seguimento literal (“sem interpretações”); David de Augusta - o Rodrigues, indicou-lhe os graus da humildade; de Santo Tomás chega a São Vicente a confrontação entre a vida contemplativa e a ativa. Vicente também se inspira no método inaciano “in actione contemplativus”, segundo o qual, a ação do apóstolo deve ser inspirada pelo único interesse da Vontade Divina, de modo que se encontre na vida de oração o impulso para a ação, e na ação a necessidade da oração. O “deixar Deus por Deus” também é inspiração jesuítica que reagindo a espiritualidade tardomedieval acentuou os perigos da ação, num mundo do qual devíamo-nos guardar “imaculados”, os jesuítas colocaram-se na primeira fila na reconquista missionária e na valorização da cultura. Era lógico que desta presença no mundo se tirasse a conclusão de que tudo o que se faz pelo homem se faz por Deus e vice-versa.MEZZADRI, Luigi. Autores nos quais São Vicente se inspirou. In Vincentiana. Roma, Año 48, nº 4/5 septiembre-octubre 2004. p. 198-202