quinta-feira, 30 de maio de 2024

Algumas pessoas que influenciaram São Vicente de Paulo

São Vicente de Paulo, com seu exemplo de docilidade ao Espírito, fiel seguidor de Jesus a quem tomou como referência de sua vida, a quem amou afetiva e efetivamente na evangelização, organização e o serviço dos pobres, promovendo os leigos e renovando o Clero e a Vida Consagrada quis estimular-nos, por meio de seu exemplo de vida, obras e escritos, a praticar as Virtudes de Jesus Cristo, Evangelizador dos Pobres.

São Vicente colhe desses autores outros conhecimentos de especial valor e aplicou em diferentes dimensões da sua vida e obra: De Pacômio aprendeu sobre a vida fundamentada na Bíblia e o valor da koinonia; de Basílio, o valor da caridade na vida comum; Bento ensina a Vicente a consideração que a vida de comunidade é escola para o serviço divino, porém conduzida pelo “discernimento”; Bernardo de Claraval que se deve imitar o que Cristo realizou sobre a terra e valorizar os sacramentos; de Francisco nosso Santo recolhe a aceitação, a adesão total que é o movimento de toda a pessoa que renuncia explicitamente às perspectivas pessoais por um seguimento literal (“sem interpretações”); David de Augusta - o Rodrigues, indicou-lhe os graus da humildade; de Santo Tomás chega a São Vicente a confrontação entre a vida contemplativa e a ativa. Vicente também se inspira no método inaciano “in actione contemplativus”, segundo o qual, a ação do apóstolo deve ser inspirada pelo único interesse da Vontade Divina, de modo que se encontre na vida de oração o impulso para a ação, e na ação a necessidade da oração. O “deixar Deus por Deus” também é inspiração jesuítica que reagindo a espiritualidade tardomedieval acentuou os perigos da ação, num mundo do qual devíamo-nos guardar “imaculados”, os jesuítas colocaram-se na primeira fila na reconquista missionária e na valorização da cultura. Era lógico que desta presença no mundo se tirasse a conclusão de que tudo o que se faz pelo homem se faz por Deus e vice-versa. 

MEZZADRI, Luigi. Autores nos quais São Vicente se inspirou. In Vincentiana. Roma, Año 48, nº 4/5 septiembre-octubre 2004. p. 198-202 



terça-feira, 28 de maio de 2024

Missão do Japão 30/05/2024: Corpus Christi | ANO B (Mc 14,12-16.22-26) Homilia



Hoje, toda a Igreja está celebrando a Festa do Corpo e Sangue de Jesus.           

Essa festa nos lembra de que a hóstia consagrada não é apenas um pão milagroso que recebemos durante a comunhão, mas verdadeiramente o Corpo e o Sangue de Jesus, nosso Senhor.   

Esta festa nos lembra mais uma vez que, por causa de Seu grande amor por nós, Jesus ofereceu Seu Corpo e Sangue para nossa salvação.

E toda vez que o pão e o vinho se transformam no Corpo e no Sangue de Jesus em cada celebração da missa, somos lembrados desse grande amor e misericórdia que Jesus tem por nós. 

Lembre-se de que Jesus diz: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”. A consciência de que Jesus está presente em nosso corpo nos dá esperança de que isso nos levará a viver uma vida de acordo com os ensinamentos do Senhor.

Na celebração da missa, muitos de nós recebemos durante a comunhão o Corpo de Cristo.  Isso é muito bom.

Mas será que isso tem algum efeito em nossa vida cotidiana?

Tornamo-nos pessoas melhores?  As boas palavras e os bons pensamentos saem de nós?

Tornamo-nos como Jesus, preocupados com as necessidades e situações dos outros, especialmente dos pobres ao nosso redor?

Desenvolvemos uma conexão mais profunda com Deus, que não se cansa de nos fazer experimentar o amor que Ele tem por nós?

Durante esta festa, renovemos mais uma vez nosso apreço pela Sagrada Eucaristia.

Continuemos a ser gratos a Jesus por nos convidar a participar de Seu banquete de Amor. E nos comprometamos a ser um verdadeiro reflexo de Jesus, em qualquer lugar, a qualquer hora, em palavras e ações. Amém

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Missão do Japão 26/05/2024: Santíssima Trindade | ANO B (Mt 28,16-20) Homilia



Hoje é a Grande Festa da Santíssima Trindade.

Talvez para muitos de nós, sendo esta festa do mistério das Pessoas Divinas verdadeiramente difícil de compreender, sintamos que ela não tem qualquer relação com a nossa experiência humana.

Podemos achar que esta festa não tem nenhuma ligação com o nosso dia a dia.

Com uma reflexão mais profunda, porém, perceberemos que, de fato, a Santíssima Trindade está muito ligada a nós e ao nosso dia a dia.

Por causa da graça do batismo, Deus está se movendo e trabalhando em nós e através de nós.

Por que temos a inclinação de ofertar, de ser generosos, de suprir as necessidades de nossos entes queridos e de criar algo?

Essas são as qualidades compartilhadas conosco pelo Pai, que é nosso Provedor. Ele, que é compassivo e generoso.

Por que você acha que temos a inclinação de ajudar, de sacrificar, de servir, de curar, de ter empatia? Estas são as qualidades compartilhadas conosco pelo Deus Filho, Jesus.

Deus Espírito Santo é responsável pela nossa capacidade de inspirar, guiar, iluminar e fortalecer outras pessoas.

As coisas boas que fazemos em nossas vidas estão presentes e funcionando porque o Deus Único em Três Pessoas Divinas compartilhou conosco Suas qualidades e está muito presente em todos os dias e em todos os momentos de nossas vidas.

Ao darmos honra e gratidão à Trindade, não esqueçamos esta importante mensagem que esta festa nos lembra.

Pois a Festa da Trindade nos lembra que ser batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, não significa apenas que acabamos de nos tornar membros de uma comunidade cristã.

Mas isto também significa que, como membros batizados desta comunidade, temos a responsabilidade de ajudar a preservar a sua dignidade e valor.

Temos o dever de garantir que esta Igreja, o povo de Deus, permaneça fiel à sua identidade: Uma comunidade eclesial amorosa.

Em virtude dos nomes que nos são atribuídos, o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, devemos ser um reflexo do Amor verdadeiro e genuíno.

Que possamos sempre lembrar esta verdade e perceber que cada um de nós batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, por mais pecadores que sejamos, é capaz de fazer o bem.

Pois em virtude do nosso batismo nos tornamos parte do Grande Mistério da Santíssima Trindade. Amém.

 

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Contemple a sua desimportância



Contemplar a própria desimportância parece um exercício simples, mas, na prática, pode ser desafiador para muita gente e muito poderoso para cultivar uma visão mais saudável e equilibrada de si mesmo e da vida. Não significa diminuir a importância da nossa existência, mas colocá-la em perspectiva e encontrar um equilíbrio entre nossa individualidade e a vastidão do mundo ao nosso redor.

Quando nos colocamos nessa posição, superamos o egocentrismo com mais facilidade e compreendemos que não somos o centro do universo, que somos um grão de areia em meio a toda essa imensidão, dividindo espaço com bilhões de pessoas, o que nos ajuda a enxergar o mundo com uma perspectiva mais ampla, diversa e inclusiva, valorizando a interconexão de todas as coisas.

A desimportância nos convida a sentar na cadeirinha da humildade e reconhecer que não precisamos opinar sobre tudo, nem saber sobre tudo. Quando a abraçamos nos libertamos do peso da necessidade de sermos constantemente relevantes ou significativos para os outros, o que nos permite também ser mais autênticos e nos livra da busca por aprovação ou validação externa.

Tudo isso pode nos encorajar a aproveitar a vida e nós mesmos de maneira mais plena, contraditoriamente, dando mais importância a coisas — teoricamente — irrelevantes, nos permitindo encontrar novos significados em experiências diárias, onde somos um pouco mais livres para explorar, criar, amar e viver autenticamente, sem o fardo de precisarmos provar pra si e para os outros que ✨ somos importantes e relevantes ✨.

Fonte: @artivistha

Missão do Japão 19/05/2024: Pentecostes | ANO B (Jo 7, 37-39) Homilia



A Festa de Pentecostes, que hoje comemoramos, é certamente muito especial para toda a Igreja.  Porque foi durante este acontecimento que nasceu a Igreja.

Esta festa recorda-nos o início e a origem do que temos hoje.  E, portanto, traz à nossa consciência que a Igreja, através do dom da vinda do Espírito Santo, se torna possível.  

Embora seja significativo para nós lembrar o início da Igreja, também é bom para nós reconhecermos uma realidade muito importante que aconteceu.  Porque reconhecer esta realidade, espero, nos ajudará a viver adequadamente.

E qual é essa Verdade?  A verdade de que a vinda do Espírito Santo é uma realização do que Jesus prometeu aos Seus discípulos. 

É o cumprimento do compromisso que Jesus assumiu, de estar sempre conosco.  O compromisso que Ele expressou antes de partir, de estar com o Pai Celestial.  Jesus cumpriu Sua promessa de estar conosco, enquanto caminhamos em direção ao Reino.

O Pentecostes é um símbolo de uma promessa cumprida. É um símbolo do amor autêntico que Jesus tem pela humanidade. É um sinal de um compromisso incondicional de Deus com o Seu povo, apesar da verdade de que muitas dessas pessoas são fracas, infiéis  e desobediente.  Através da Igreja, mesmo que a humanidade seja frágil e esquecida do Amor de Deus, o Espírito Santo tornou-se mais íntimo de nós. 

O Espírito não está apenas presente na Igreja, como força motriz da Igreja.  O Espírito penetrou em nosso ser e se uniu a nós.  / O Espírito Santo habitou em cada um de nós quando fomos batizados.  E habita cada vez que um novo membro da Igreja é recebido./

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Missão do Japão 12/05/2024: Ascensão do Senhor | ANO B (Mc 16,15-20) Homilia



A experiência de ser abandonado por um ente querido, por morte ou por outros motivos, é naturalmente triste e dolorosa. /Certamente, à primeira vista, parece difícil e às vezes traumático. /Mas, como diz o ditado, “as coisas acontecem por um bom motivo”.

/Quando permanecemos fortes e esperançosos em meio à tristeza e à dor, crescemos como pessoa e eventualmente encontramos alegria e felicidade em nossa vida atual./

/A festa de hoje, a Ascensão do Senhor, é um acontecimento que foi triste para os primeiros discípulos.

/Porque significava ser abandonado por Aquele que eles realmente amavam e em quem confiavam. /Isso significava separação d’Aquele que eles acreditavam ser a razão de sua alegria e inspiração.

/O evento da Ascensão, se não for devidamente compreendido, não tem significado algum. /Porque na verdade, a Ascensão, mesmo que não seja celebrada tão grandemente como a do Nascimento e Ressurreição de Jesus, ensina-nos muitas coisas significativas e necessárias para nos ajudar a fortalecer a nossa fé e confiança em Jesus.

/Primeiro, a Ascensão, significa que Jesus já alcançou a plenitude da Sua Glória. /E o que isto significa? Isso dá sentido ao que Jesus prometeu, que tudo o que pedirmos ao Pai em Nome de Jesus, se for para o nosso bem, nos será concedido./

/Segundo, a Ascensão, significa a vinda do Espírito Santo. /É por isso que sempre se diz que a partida física de Jesus não significa o fim da Sua presença conosco. / Na verdade, inaugurou a presença permanente de Jesus em nosso mundo físico.

/Terceiro, na Sua Ascensão, somos chamados e convidados para uma Grande Esperança. /A esperança de que Jesus tenha ido à nossa frente no Reino para preparar um lugar para todos nós.

/A Ascensão, a partida física de Jesus aconteceu por muitos bons motivos. /Aconteceu para o nosso crescimento como cristão. /Aconteceu para a nossa esperança como herdeiros do Reino. / Aconteceu para nos assegurar o Amor de Deus, como Seus filhos.

Amém.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Missão do Japão 05/05/2024: 6º Domingo de Páscoa | ANO B (Jo 15,9-17) Homilia

 


Você conhece a música intitulada What the World Needs Now is Love?  Foi uma música composta em 1965. Tem uma parte da música que é como uma oração, pedindo ao Senhor que não crie mais montanhas, rios e mares.  Em vez disso, implora-se ao Senhor apenas para abençoar o mundo inteiro com Amor. 

 

Mas antes mesmo de esta canção ser composta, o próprio Jesus, através do nosso evangelho de hoje, insinua a necessidade e a importância da presença do Amor e do valor de Amar.  Ameis uns aos outros. 

 

Este é o mandamento que Jesus quer que cumpramos e vivamos.  Por que Jesus nos dá esse mandamento?  O que há de tão importante em amar uns aos outros? 

 

Primeiro, porque Jesus quer enfatizar que somos uma família. Somos irmãos e irmãs.  Podemos ser diferentes em nossos status sociais, nas nossas capacidades, nos nossos interesses e outros. Mas somos iguais aos olhos de Deus.  Nós somos Seus filhos. 

 

Em segundo lugar, ao dizer “uns aos outros”, Cristo enfatiza que amemos não apenas os nossos, como as nossas famílias, ou amigos, ou aqueles que nos fazem o bem e aqueles a quem podemos pedir ajuda.  “Um ao outro” significa outros fora do nosso próprio círculo. Jesus quer nos fazer entender claramente que o nosso Amor deve ser inclusivo e nunca exclusivo.

 

Terceiro, Jesus quer enfatizar que quando amamos uns aos outros isso apenas prova que realmente carregamos a marca de sermos filhos de Deus.  Nossa obediência ao mandamento do amor de Deus expressa nosso respeito por Ele como nosso Pai.