quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Missão do Japão: Três reflexões em um post


Missão do Japão 05/11/2023:
 31º Domingo do Tempo Comum (Mt 23,1-12) Homilia

“Eles não praticam o que falam. Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros”. Foi assim que Jesus descreveu os fariseus e os mestres da Lei aos Seus ouvintes.

No entanto, você acha que Jesus se referia, com estas palavras, apenas com relação aos fariseus de Seu tempo? Ou ainda, pretendia que Suas advertências fossem dirigidas apenas aos líderes da Igreja? Talvez não. Porque, na verdade, estas palavras de Jesus também têm algo a ver conosco. E as Suas advertências vão, não apenas aos líderes da Igreja, como os bispos e padres, mas para cada ser humano. Especialmente, para todos os cristãos.

“Eles não praticam o que falam”. Até que ponto somos sinceros com as palavras que falamos? Quando afirmamos que somos cristãos, isso significa que realmente vivemos da maneira que Cristo deseja que vivamos? Muitos de nós afirmamos que somos cristãos, mas, infelizmente, muitos de nós também criticamos e julgamos facilmente os outros. Dizemos que somos cristãos, mas não é verdade que muitas vezes alguns de nós vivemos, contrariamente a esta identidade?

“Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros”. Quão genuínas são as nossas intenções quando praticamos boas ações? Como, por exemplo, a boa prática de vir à Igreja para a missa. Será porque acreditamos que há alegria em estarmos juntos como uma comunidade em nome de Jesus? Da mesma forma, qual é o nosso motivo quando oferecemos ajuda a outras pessoas, como os pobres e os sem-teto? Será que o fazemos porque acreditamos ser esse o querer de Jesus e que como cristãos esta é a nossa responsabilidade?

Estas palavras de Jesus não têm a intenção de fazer-nos sentir culpados. Mas nos encorajam todos nós presentes nesta celebração, a fazer-nos uma auto avaliação. Quão sinceros somos como seguidores do Senhor? Quão genuínos são nossas motivações quando praticamos atos de caridade?

Se acontecer de percebermos que somos um pouco semelhantes a esses líderes de Israel, o Senhor nos chama a aceitar humildemente o nosso limite. E com humildade, aprendamos a padronizar os motivos de nossas ações e comportamentos de acordo com os de Jesus. Somente por causa do Amor. Sempre por amor. Amém.


Missão do Japão 29/10/2023: 30º Domingo do Tempo Comum (Mt 22,34-40) Homilia

Neste domingo em nosso evangelho, nosso Senhor foi questionado por Seus críticos com a pergunta “qual é o maior mandamento da Lei?”. O amor sincero a Deus e ao próximo foi a resposta de Jesus a essa pergunta. A partir desta resposta de Jesus, podemos compreender que antes de mais nada estamos aqui neste mundo não para nos ocuparmos em definir o que é o AMOR. Mas para ter certeza de que estamos realmente encarnando isso em nossa vida cotidiana como nossa resposta ao maior e mais importante mandamento que Deus nos deu. O que na verdade Jesus quer que façamos é concretizar o AMOR, no seu verdadeiro sentido, nas nossas vidas. AMOR não como mero conceito. Mas o AMOR concreto. Amor não apenas um substantivo... ou um tópico de discussão... mas AMOR como uma palavra de ação.

A preocupação de Jesus com os fariseus e seus outros críticos era que o AMOR, muito mais que AMOR por Deus, era apenas uma coisa de cabeça. Eles poderiam falar e pregar longamente sobre isso, mas tinham dificuldades de vivê-lo de forma concreta. Com retórica, eles ignoraram e condenaram os pobres ao ostracismo, e relegaram as viúvas e os órfãos como sem importância. Bem como, manipularam as pessoas simples, apenas para fazê-las seguir suas próprias regras e mandamentos que foram manipulados para se protegerem. E sem esquecer como trataram o próprio Jesus, quando Ele começou a criticar os seus valores, as suas leis e o seu modo de vida. Se eles realmente entendiam o amor, e se o seu amor por Deus era real, por que todas aquelas ações que obviamente eram contrárias ao significado que Jesus nos mostrou?

Mais uma vez aqui diante de nós está Jesus pendurado na cruz salvífica. Desta Cruz podemos deduzir que para Jesus AMOR é oferecer-se como ato de obediência ao Pai que tanto O amou. É oferecer-se a si mesmo pelas pessoas que seu Pai também ama. Nunca é apenas da boca para fora. É desistir da própria vida por uma grande causa. Suas ações vêm do fato de que Ele ama o Pai, de todo o coração, alma e entendimento. E esse Amor sincero o levou a manifestar um AMOR essencialmente altruísta.

Meus queridos amigos, todos nós AMAMOS a Deus, certo? Mas é verdade? É real? É concreto? Tem eco na vida das pessoas ao nosso redor?

Novamente, todos nós amamos a Deus, certo? Mas será que o tipo de vida que vivemos podemos dizer honestamente “SIM”? “Amar os pobres é amar a Deus da maneira certa; servi-los bem é servi-Lo bem; para honrar Nosso Senhor, devemos imitá-Lo". São Vicente de Paulo.


Missão do Japão 22/10/2023: 29º Domingo do Tempo Comum (Mt 22,15-21) Homilia

“Dai a César o que é de César, e dai a Deus o que é de Deus”. Embora a declaração de Jesus promovesse dois valores positivos, alguns estudiosos das escrituras dizem que Jesus na verdade deu peso à segunda parte.  Os estudiosos das escrituras dizem que se olharmos mais profundamente na declaração de Jesus, a ênfase estava na verdade mais nas palavras “Dai a Deus o que é de Deus”.  Os inimigos de Jesus tentaram enganá-Lo para revelar as Suas opiniões políticas, especialmente sobre o pagamento de impostos. O que Seus inimigos não perceberam, porém, é que Ele estava tentando fazê-los avaliar seus valores, especialmente no que diz respeito a Deus.  Ele queria que eles se vissem em relação à verdadeira questão – que é o relacionamento das criaturas com Deus, o Criador.

Isto, penso eu, é o que Jesus realmente queria enfatizar. Que as pessoas do seu tempo já tinham esquecido a sua verdadeira relação com Deus. Eles estavam muito focados na legalidade.  Sobre questões políticas de seu tempo. Mas ignoravam e davam menor importância a um relacionamento sincero e fiel com Deus.  Eles se concentraram mais em suas leis, costumes e tradições.  Pois já tinham como certa a sua ligação com o Criador.

O que creio, não está longe de muitas pessoas do nosso tempo, mesmo entre nós que somos cristãos batizados.  Muitos de nós nos concentramos mais nos assuntos deste mundo, mas esquecemos um que é muito essencial.

Não devemos esquecer que, antes de mais nada, somos criação de Deus.  Somos filhos de Deus.  Portanto, se há algo que devemos priorizar é o nosso relacionamento com Ele.  Como diz o ditado, “coloque Deus em primeiro lugar e Ele coroará os seus esforços com sucesso”.

Temos nos entregado a muitas coisas em nossas vidas. Mas será que realmente nos oferecemos e nos comprometemos a ser fiéis a Deus?  Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário