segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Missão do Japão 28/08/2022. 22º Domingo Tempo Comum C (Lucas 14,7-14) Homilia


Diz-se que certa vez foi feita uma pergunta a Santo Agostinho: “Que virtude é mais importante e necessária de se ter?” E sua resposta foi: “Humildade”. Quando lhe perguntaram qual era a segunda, ele disse: “Humildade”, e perguntado qual a terceira, sua resposta foi: “Humildade”.

A nossa liturgia de hoje, especialmente o Evangelho, recorda-nos esta grande virtude.

O que é humildade? O que há de bom em ser humilde? Aonde essa humildade nos levará?

Humildade significa Verdade. Porque ser humilde é um reconhecimento e valorização da nossa própria personalidade. É integridade, sinceridade e honestidade. Uma pessoa que tem humildade conhece sua própria força, assim como sua própria fraqueza. Uma pessoa humilde certamente se esforçará para fortalecer sua fraqueza e usar adequadamente sua força. E uma coisa importante é esta: uma pessoa humilde sabe muito bem a quem dará o crédito por sua bondade e realizações. Ela sabe que certamente isso pertence a Deus, a Fonte e Razão de tudo o que ela tem.

Em nossa primeira leitura, nos é dito que, se formos humildes, Deus certamente encontrará bondade em nós e nos abençoará com a graça necessária. Mas se manifestarmos o contrário, sendo repugnantes, orgulhosos e muito autoconfiantes, seremos envergonhados. Porque, como diz o evangelho, “quem se exalta será humilhado”.

Uma pessoa que não é humilde é muito cheia de si mesma. Acreditando que qualquer conquista que obtenha, quaisquer coisas boas que possua, são todas por causa de sua própria capacidade. Não inclui a contribuição de outros. Não considera as oportunidades e situações trazidas a ela que a ajudaram, de uma forma ou de outra. E o pior de tudo, para ela, Deus não está no controle. Porque para ela, Deus está tão distante e nunca se relaciona com ela e com qualquer vitória que ela consiga. Infelizmente, para pessoas assim, a vida termina em condenação e sofrimento eternos.

Se tivermos em nós, porém, a qualidade da humildade, isso nos levará a fazer qualquer coisa que seja boa. Seremos encorajados a fazer uma obra de bondade sem esperar nada em troca; sem condições. Seremos encorajados para amar e servir honestamente os outros, especialmente os necessitados, porque este é o verdadeiro fruto da humildade. E este comportamento cristão, de serviço e amor, nos conduzirá definitivamente ao Grande Banquete no Reino de Deus, com Cristo e com todos os que viveram fielmente a sua vocação cristã.

Lembremo-nos: a humildade nos deu o dom da salvação. Foi porque Deus se humilhou, se tornou homem como nós, exceto no pecado, que nos foi dada a chance de estar com Deus na vida futura. Apesar do fato de que Ele é Deus e Poderoso, Deus em Jesus, ofereceu Sua própria Vida, para nos dar Vida. Ele tomou a Cruz, sofreu e morreu, para aliviar nosso fardo e termos a chance de viver eternamente em Seu Reino.

Amém.

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Missão do Japão: Homilia: 20º Domingo do Tempo Comum C (Lucas 12,49-53)

 




O Evangelho de hoje não foi escolhido ou lido para causar confusão. No entanto, pode parecer um pouco confuso. Todos sabemos que desde o princípio, nosso Senhor Jesus é o Príncipe da Paz. Ele vem a nós como uma fonte de harmonia. Mas aqui no evangelho segundo Lucas, Jesus proclama fortemente que Ele veio “não para estabelecer a paz, mas a divisão.”

Com as palavras que Jesus usou, Ele honestamente revela que há exigências em segui-Lo. Jesus revela aos seus “pretensiosos” evangelizadores a verdade e o que esperar se eles aceitarem a responsabilidade de se tornarem mensageiros da Boa Nova.

Em certo sentido, Jesus está dizendo a Seus discípulos que, se eles escolherem se tornar Seus instrumentos na divulgação do Evangelho, primeiro, eles devem esperar oposições e críticas. Infelizmente, essas oposições e críticas não são apenas de qualquer estranho, porém ainda mais, das pessoas próximos ou queridos a eles, como suas famílias. Em segundo lugar, de certa forma, Jesus está lhes dizendo que, enquanto proclamam a verdade, denunciam e atacam os males e os valores errados ao redor, aqueles que lhes são queridos, até mesmo suas próprias famílias, podem estar inseridos neste grupo.

Isso é realmente doloroso e difícil. Mas esta é um alerta honesto de Jesus para aqueles que desejam se tornar Seu discípulo.

Isso é inevitável. Já que a mensagem de Jesus não é só “leite e mel”. Não é doçura e luz. Como sabemos, a Palavra de Deus é como uma “espada de dois gumes”. Quando a verdade da Palavra atinge alguém que não está vivendo de acordo com a Palavra, é realmente doloroso.

Continuando nossa reflexão, vemos que, mesmo que a divisão pudesse ser o resultado do trabalho dos discípulos de Jesus, a verdade ainda permanece que Jesus veio trazer a Paz. Mas a Paz que Ele traz não é uma “paz falsa”, assim como a que o mundo nos dá. A Paz de Jesus não se baseia em concessões, barganhas, meias verdades ou equilíbrio de poder. Não é ceder ao errado, quando é conveniente. Não é disposição para acompanhar o mal quando é lucrativo.

É uma paz que avalia e transforma o coração humano. É uma paz que se alcança pela Cruz de Cristo e pela ação purificadora do Espírito. A Paz de Jesus é real, duradoura e pode levar à nossa salvação. Porque esta Paz não vem do egoísmo e nem da ganância.

Talvez a única pergunta para nós neste domingo seja: Estamos todos prontos para aceitar o desafio do discipulado cristão? Estamos preparados para correr o risco de uma possível divisão?

Se estamos, de fato, prontos para nos tornarmos seguidores fiéis e verdadeiros evangelizadores de Jesus, isso significa que estamos “em chamas” e ardendo de amor por Jesus.

Mas se não estivermos, talvez a pergunta seja: O que aconteceu com o “fogo” ateado por Jesus quando fomos batizados? 

Amém.

 

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

NOTÍCIA: Terço das Virtudes Vicentinas



Todas as quartas-feiras, às 19h, acesse Lazaristas Brasil nas redes sociais e reze conosco!


Desde o dia 13 de julho, o Serviço de Animação Vocacional Vicentino (SAVV) tem rezado, todas as quartas-feiras, às 19h, via redes sociais, um modelo de oração denominado Terço das Virtudes Vicentinas. A intenção está em pedir a Deus as Virtudes Evangélicas: Humildade, Simplicidade, Mansidão, Mortificação e Zelo Apostólico. O Diác. Allan, animador vocacional da PBCM, é quem está a frente da iniciativa e convida a todos os que quiserem se reunir, virtualmente, nesta corrente de oração.


Conforme lembrou o Diác. Cléber Teodósio, CM, a importância de rezar foi enfatizada pelo Superior Geral da Congregação da Missão, Pe. Tomaž Mavric, CM, em uma carta que o mesmo cita o exemplo de Cristo: “Jesus rezava com frequência, retirando-se para um lugar de solidão onde pudesse ficar sozinho com Deus-Pai”. "Se até Jesus, que é Filho Unigênito de Deus, via a necessidade da oração, quanto mais nós, suas criaturas".


E continua Pe. Mavric: “ao longo da história e ainda hoje, muitos santos e outros cristãos dedicaram e dedicam tempo em seus empreendimentos e serviços cotidianos para ir ao “deserto” para ficarem sozinhos com Jesus. Possa a nossa oração se tornar um presente que oferecemos uns aos outros. Sejamos testemunhas do poder transformador da oração.”


Existem muitas formas de oração:


  • a litúrgica, aquela que se realiza dentro de um rito sagrado, a missa ou a liturgia das horas, por exemplo;
  • a comunitária, sem fórmula fixa, mas realizada com um conjunto de pessoas, comum nas comunidades eclesiais missionárias, como o ofício divino das comunidades, terço ou ofício de Nossa Senhora, e
  • a mental, modo recomendado por São Vicente de Paulo a seus missionários, cujo formato, aproxima-se ao que popularmente conhecemos como leitura orante da Palavra de Deus ou lectio divina.

 

Desse modo, podemos compreender que a oração não se limita à leitura de textos, repetição de fórmulas, posições corporais e regras que se deva seguir.


Para conseguir viver uma experiência salutar de oração somos convidados a aproximar-nos de Deus por meio de um diálogo amigo. Utilizando um modo de rezar que nos faça sentido, e nessa relação com o Criador, apresentemos louvores, pedidos e agradecimentos, bem como, escutemos e deixando-nos guiar pelo Espírito de Deus.


Deus quis ficar mais perto de nós por meio da encarnação de seu Filho, logo somos convidados a compartilhar com Jesus Cristo, a nossa vida e ver n’Ele o modelo primeiro a ser seguido. Esse encontro com Jesus, na oração, implica a adesão do mesmo em nossas vidas, desejos, sonhos e projetos. Quando damos esse passo conseguimos sentir a força transformadora da oração em nossa caminhada.


 “TERÇO DAS VIRTUDES VICENTINAS”



 Como rezar:


Inicia-se com o sinal da cruz – símbolo dos cristãos que nos exorciza do mal; seguido de um Pai Nosso, “a oração dos pobres” (Papa Francisco, Mensagem para o 1º Dia Mundial dos Pobres), e de uma Ave Maria, em louvor à nossa Mãe. Em seguida, reza-se, no lugar dos cinco Pai Nossos e das 50 Ave Marias do terço, as orações que seguem abaixo, coroando cada mistério com um Glória ao Pai. Finaliza-se o Terço com a oração indicada.


Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Pai Nosso…

Ave Maria…

 

Contas grandes:

Deus, nosso Pai, dai-nos, por intercessão de São Vicente de Paulo, as virtudes missionárias, a fim de melhor seguir vosso filho Jesus Cristo, Evangelizador dos Pobres.


Contas pequenas:

Por vossa vida e missão, / morte e ressurreição, / vivamos o zelo, a humildade e a mansidão, / a simplicidade e a mortificação.


Conclusão do mistério:

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora é sempre. Amém.


Oração conclusiva:

São Vicente de Paulo, exemplo de docilidade ao Espírito, que com, vosso amor afetivo e efetivo, organizastes o serviço dos pobres, promovestes os leigos, renovastes o Clero e a Vida Consagrada, alcançai do Senhor para nós a graça que agora vos pedimos (pedir a graça), e ensinai-nos a crescer na prática das virtudes, seguindo a Jesus Cristo, Evangelizador dos Pobres. Amém


Ó Maria concebida, sem pecado. Rogai por nós que recorremos a vós!


Fonte: Site da PBCM