terça-feira, 21 de setembro de 2021

Reflexão Litúrgica - Dia 22/09/2021

 



1ª Leitura: Esd 9,5-9, Salmo: Tb 13,2-8 e Evangelho: Lc 9,1-6

 

“Não levem nada para o caminho” (Lc 9,3)

Três característica perpassam a liturgia de hoje: CRESCIMENTO como pessoa, CONFIANÇA em Deus e o SEGUIMENTO A JESUS na missão a nós confiada.

 

1ª LEITURA: Extras tem como tema: “O retorno a Sião depois do cativo da Babilônia”

O livro se organiza em duas partes:  

  1. Conta a história do primeiro retorno dos exilados em 538aC até a construção do novo templo de Jerusalém no sexto ano de Dário I
  2. Narra a missão de Esdras de purificar o povo judeu do que ficou conhecido como “pecado de casamento com não judeus”

 

Junto com o livro de Neemias, apresenta-se como um só volume da narrativa histórica da bíblia judaica.

É mister lembrar que as três missões do povo retornado à Terra Santa

  • Construir o templo de Jerusalém
  • Purificar a comunidade judaica 
  • Zelar a cidade sagrada de Jerusalém, reconstruindo a sua muralha. (Essa missão foi liderada por Neemias e não se encontra no livro de Esdras)

 

O Povo assume a própria culpa e não culpa Deus por suas desgraças, isso é crescimento pessoal e mudança de mentalidade do povo.

Hoje ainda tem gente que coloca culpa em Deus e isso é infantilidade. Antes de rezar pedindo que Deus resolva o problema da fome, desemprego, desigualdade social, de nossas intrigas, e egoísmos devemos nós mesmos colocar a mão na massa, ou seja, confiar em Deus não nos impede de que nós mesmos encontramos saída para os nossos problemas.

Quando Deus viu que o povo de Israel deu esse passo, aceitou, em sua misericórdia, perdoar suas iniquidades.

 

As qualidades: CRESCIMENTO pessoal, CONFIANÇA em Deus e o SEGUIMENTO A JESUS, especialmente essas duas últimas também se fazem ver no EVANGELHO.

Assim como o Mestre, os discípulos devem ser SIMPLES e DESPOJADOS e portadores das qualidade que qualificou as atividades do mestre: poder sobre os demônios e para curar as enfermidades.

A consciência de que para a missão não se pode ir carregando grande malas, é importante, pois a missão exige simplicidade e agilidade, sobretudo, centralidade da atenção no anúncio da Boa Nova.

12 missionários, mais que aludir as 12 tribos de Israel, representa uma missão organizada, a totalidade dos povos com seu líder, Jesus, à frente. Representa um reino forte, não com exércitos e armas, mas porque é o Reino de Deus. É com a força que vem de Deus, que cada um dos missionários conseguem expulsar demônios e curar as pessoas. Por isso a recomendação: ‘Não levem nada para o caminho: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem mesmo duas túnicas’.

  • Cajado = defesa.
  • Sacola = confiança nos bens.
  • Pão = sobrevivência.
  • Dinheiro = segurança.
  • Duas túnicas = excessos.

 

Tudo isso é simbólico, para dizer: o missionário deve por sua confiança em Deus.

Pagola nos diz que Jesus não envia em missão, os discípulos de qualquer maneira, mas forma-os, orienta sobre um estilo de vida. Tal estilo de vida é tão radical, tanto que logo, os cristãos mesmos suavizaram.

De fato, as estruturas na Igreja e no mundo de hoje, são necessárias, mas só para sustentar a vida evangélica dos crentes, o excesso de bagagem muda-se em conservadora e fechada.

Uma igreja pobre será uma Igreja mais capaz de oferecer o Evangelho de maneira mais autêntica.

O Papa Francisco também se preocupa com o estilo de vida dos cristãos, para ele a sobriedade é libertadora, e não é menos vida, mas ao contrário, quem vive intensamente cada momento são aqueles que não ficam buscando coisas vazias e superficiais.

Os encontros fraternos, a oração comunitária, as coisas simples da vida, nos fazem mais felizes na missão do que os excessos. É preciso dá um basta à corrida consumista!

 

Para concluir nos perguntemos como o Senhor quer que realizemos a missão de discípulos-missionários hoje. Talvez ele nos diria, como já nos lembrava também São Vicente:

  1. Que devemos ser missionários que encarnaram na vida as virtudes vicentina,
  2. Que anunciam aos pobres que o reino de Deus já chegou e que esse reino é para eles
  3. Que este reino que não se implanta pela força, mas com a liberdade, sem imposição ou proselitismo.

 

Que o Senhor nos ajude em nossa conversão:

  • a crescer como pessoa e como comunidade,
  • a confiar mais em Deus, esperar nele e em sua providencia, porém sem ficarmos de braços cruzados e
  • a revestidos do Espírito de Cristo, continuamos no seguimento a Jesus a exemplo dos Discípulos e de São Vicente de Paulo.

Assim seja!

Nenhum comentário:

Postar um comentário