quarta-feira, 15 de julho de 2020

Magnificat: a Espiritualidade Mariana em saída



MAGNIFICAT (Lc 1,45-55)


46 Então Maria disse:
 «Minha alma proclama a grandeza do Senhor,
47 meu espírito se alegra em Deus, meu salvador,
48 porque olhou para a humilhação
de sua serva.
Doravante todas as gerações me felicitarão,
49 porque o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor:
seu nome é santo,
50 e sua misericórdia chega aos que o temem,
de geração em geração.
51 Ele realiza proezas com seu braço:
dispersa os soberbos de coração,
52 derruba do trono os poderosos e eleva os humildes;
53 aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias.
54 Socorre Israel, seu servo,
lembrando-se de sua misericórdia,
55 - conforme prometera aos nossos pais -
em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.»


*****
WEBINAR DA JMV BRASIL
Evento: Semana da Aparição: JMV 190 anos

Tema: “Magnificat: a espiritualidade mariana em saída”
Convidados: Cleber Teodósio, CM e Ir. Adenilde Marcedo, FC
Moderador: Rafael Cruz, FC
Data: 14 de julho de 2020
Horário: 20h
Local: Yotube.com/TheJMVBrasil (Via Zoom)

APANHADO GERAL DA FALA

A Espiritualidade Mariana
Espiritualidade é experiência de Deus, é o ser-humano-com-espírito. De modo que ao refletir sobre a espiritualidade de Maria, ou seja, o modo como Ela se relacionou com Deus, eu fico com a sua entrega, seu despojamento, a forma pela qual ela colocou-se a disposição para fazer, em tudo, a Vontade de Deus, o que a tornou a primeira Discípula e Missionária de Jesus. Creio que ai está o sumo da sua espiritualidade. Mas do que ser a “Mãe de Deus” (Theotokos), a “Escolhida”, a “Bendita entre as mulheres” ela foi discípula/missionária de Jesus, algo que também nos convida ser!     
E como vicentinos, vale lembrar aqui, as três imagens da Espiritualidade Mariana cultivadas por São Vicente de Paulo. Segundo Dodin, a referência a Maria, faz-se constante em suas meditações:
1) A Imaculada Conceição: Mistério intimamente relacionado com a sua perfeição, suas virtude de pureza e humildade;
2) Anunciação e a Encarnação: Mistério que São Vicente descreve com amorosa admiração e relaciona com a humildade, a comunhão e as orações Ave Maria e Ângelus;
3) Visitação: Parâmetro para todo cristão batizado. Nela o Magnificat (que é tema que estamos discutindo, hoje) revela o atrativo da humildade aos olhos de Deus.

A vivência de Espiritualidade Mariana pela JMV no mundo Maria, Jesus e os demais santos da história do cristianismo que conhecemos são o que são em todos os lugares, porém é verdade que esses são representados de formas distintas, inculturadas, pois a noção de belo, galante ou sublime para nós da JMV Brasil é diferente da mesma noção que têm os jovens de cultura europeia (ainda que também ocidental), africana ou oriental.
Maria, na visão do Pe. Robert Maloney, ex Superior Geral da Congregação da Missão, no artigo: Cinco Rostos de Maria, é “depois de Jesus, o personagem bíblico com mais influência sociocultural em nossos dias”. E conforme a Lumen Gentium, Maria é a melhor e mais perfeita imagem da Igreja. (LG, 8), e como bem sabemos, a Igreja é unidade, mas na diversidade.
De modo que, por exemplo, a JMV da África, ainda que muito influenciada pelos missionários europeus, ver e vive sua Espiritualidade Mariana a partir de uma imagem negra, espelhada na figura da mãe que, mesmo com as limitações do dia a dia, luta com todas as suas forças, para oferecer o que tem de melhor a seus filhos.
A JMV ameríndia, mesmo venerando Nossa Senhora das Graças, identifica Maria como a Moreninha, Virgem de Guadalupe, Caacupé ou Aparecida. Senhoras encarnadas na vida e história dos povos.
Também na Europa, a visão que a JMV tem de Nossa Senhora não é tão homogênea. Sabemos que o rosto marcante de Maria na história da JMV do “Velho Continente” é a Virgem da Medalha Milagrosa, cuja imagem primeira encontra-se na Capela da Casa Mãe das Filhas da Caridade em Paris, França, porém a JMV Portugal tem uma grande devoção a Nossa Senhora de Fátima, a JMV Polônia, à Virgem do Monte Claro (Matka Boska Częstochowska), na JMV Espanha há uma região que venera a Virgem do Pilar, e assim por diante.
Todas essas devoções são fruto das experiências dos povos que se deixam mostrar, e é imitando, ou melhor, seguindo o que essas expressões religiosas ensinam, que a JMV, desses países, vão vivendo sua Espiritualidade Mariana, e por ela sua relação com Deus, pois como sabemos Maria nunca foi e nunca quis ser o fim, mas o meio pelo qual chegamos a Deus, Ela não quer nada para si, mas para seu Filho, por isso tudo que dirigimos a Ela, Ela reporta a Deus por meio de Jesus Cristo.
O Magnificat e a atualidade
O cântico de Maria ressoa citações ou evocações vétero-testamentárias, especialmente em relação ao Cântico de Ana, pronunciado por ocasião do nascimento do filho Samuel (1Sm 2,1-10) e este é o pano de fundo do Magnificat.
Lucas, ao escrever ao “Teófilo” coloca esse cântico, com as devidas adequações, nos lábios de Maria. O Magnificat foi no tempo de Jesus: louvor, ação de graças, elevação dos humildes, crítica ao orgulho da riqueza que impede o acesso ao Reino, convite à humildade, abertura ao pobre, reconhecimento da grandiosidade, misericórdia e amor de Deus pela humanidade.
Toda essa mensagem continua pujante em nossos dias. Também hoje, ao nosso modo, o Magnificat pode e deve ser um hino cantando por cada um de nós, não só com palavras, mas com a vida.
Outra coisa que não podemos deixar passar despercebido é o contexto no qual Maria cantou o Magnificat. Momentos antes, o Anjo Gabriel tinha anunciado que Ela seria a Mãe do Salvador, e na mesma locução também a comunicou que Isabel, sua prima, estava grávida. Maria não se deixa assoberbar com o fato de ter sido escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus, Ela pôs-se a caminho e foi servir Isabel. Isso é um exemplo do que, a partir do Documento de Aparecida (574), a Igreja vem chamado de Discípulo/Missionário e o que o pontificado do Papa Francisco chama “Igreja em Saída”. Ou seja, o Magnificat se faz muito atual e necessário como instrumento de reflexão na vida dos cristãos, especialmente, na nossa, Jovens Marianos Vicentinos.  

Ser JMV em tempos de pandemia.
Como dizíamos anteriormente: a dinâmica é não se acomodar e ser “Igreja em saída”, como sugere o Papa Francisco. Colocando-se a escuta, a serviço e a disposição do outro. Seja um jovem que escuta o outro, que se coloca em seu lugar, que está ao lado, que é solidário com dor ou a carência do outro, como Maria foi com Isabel, que necessitava de ajuda.
Sabemos que o tempo é de riscos, mas a vida mesma é correr riscos. A pandemia não pode nos paralisar. O que devemos fazer é, inspirados em São Vicente de Paulo que nos convida a ser inventivos até o infinito, colocar nossa cabeça para funcionar e refletir de que maneira podemos continuar a viver uma evangelização de palavras e de obras, mesmo com os limites que o tempo atual nos obriga.
Uma saída seria:
a) Estar presente junto àqueles que estão mais próximos: os nossos familiares,
b) Telefonar, usar as redes sociais para se comunicar e anunciar boas notícias, bem como, escutar as pessoas de nosso ciclo de amizade ou não, que moram em outras casas;
c) Publicar em nossas redes sociais mensagens positivas que levem a esperança;
d) Não disseminar correntes ou mensagens que espalham o medo ou fakenews.
e) Orar pelos mais pobres, porém não ficar só na oração. Envolver-se em campanhas de arrecadação de alimentos, produtos de higiene e limpeza ou de algum outro item de primeira necessidade a pessoas ou instituições que carecem dos mesmos. Recolher esses produtos e levá-los, com os cuidados necessários (máscara, álcool gel e distanciamento social), a essas pessoas.
Caso o seu grupo de JMV não possa desenvolver sozinho uma campanha nessa envergadura, pode fazer parceira nas campanhas que outros ramos da FV já vêm desenvolvendo. Basta buscar nos demais ramos que encontrará um modo de servir. Elencaremos aqui três opções:
a) Projeto Compartilhando Esperança, dos estudantes da Congregação da Missão Província do Rio de Janeiro, que trabalham com emissão de vídeos semanais, recolhimento de produtos e entrega dos mesmos, aos mais necessitados na grande Belo Horizonte. (Fale Cleber Teodósio: @clefabiooliveira).
b) Projeto Rede de Afeto da SSVP Brasil, que visa acompanhamento psicológico de pessoas vulneráveis em tempo de pandemia. (Fale com Ada Ferreira: @feereiraada).
c) Projetos Sociais da Famvin Internacional. Conheça os diferentes projetos e ajude aquele que lhe chamar mais a atenção. (www.famvin.net).         

Ver a seguir a webinar completa:




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