domingo, 2 de novembro de 2025

Missão do Japão 02/11/2025: 31º Domingo do Tempo Comum | ANO C (Lc 12,35-40) Homilia




 Queridos irmãos e irmãs,


Hoje, neste Dia de Finados, somos convidados a olhar para o mistério da vida e da morte à luz da fé. Não celebramos a morte, mas proclamamos a vitória da vida! Não recordamos o fim, mas o cumprimento de uma promessa: “Eu sei que o meu Redentor está vivo, e que por fim se levantará sobre o pó” (Jó 19,25). Estas palavras de Jó, pronunciadas em meio à dor, são um hino de esperança. Mesmo sem compreender o sofrimento, ele crê: há um Redentor, há um Deus que não abandona, há uma vida que não termina com a sepultura.


O apóstolo Paulo, na segunda leitura, confirma essa certeza: Cristo ressuscitou! Ele é o primeiro dentre os que morreram, o primogênito dos que dormem. A ressurreição de Jesus é o coração da nossa fé. Sem ela, tudo o que fazemos seria em vão. Mas porque Ele vive, também nós viveremos. E mais: viveremos Nele, com Ele e por Ele. “Quando tudo lhe for submetido, então o próprio Filho se submeterá Àquele que lhe submeteu tudo, para que Deus seja tudo em todos” (1Cor 15,28). Essa é a nossa meta: deixar que tudo em nós esteja centrado em Cristo, o Senhor da vida.


O Evangelho de hoje (Lc 12,35-40) nos convida a vigiar, a manter acesas as lâmpadas do coração, a viver preparados para o encontro com o Senhor. “Felizes os empregados que o Senhor encontrar acordados quando chegar!” (v.37). A morte, para quem vive na vigilância da fé, não é o fim, mas o encontro com o Amado. Viver centrado em Cristo é viver de modo que cada dia se torne uma preparação amorosa para esse encontro.


Celebrar o Dia de Finados é renovar nossa esperança e nosso amor pelos que partiram. Eles não estão ausentes, estão presentes de outro modo. A saudade que sentimos é sinal do amor que permanece, e a oração que fazemos por eles é expressão da fé na comunhão dos santos: nós, que ainda caminhamos; eles, que já contemplam o rosto de Deus.


Cristo ressuscitado é o sol que não se apaga. Nele, a morte se transforma em passagem; o luto, em esperança; a saudade, em promessa. Ele nos ensina a viver de tal forma que a morte não nos surpreenda, mas nos abrace como uma amiga que nos conduz ao Pai.


Queridos irmãos, que neste dia aprendamos com Jó a confiar mesmo nas trevas; com Paulo, a firmar nossa fé na ressurreição; e com o Evangelho, a vigiar e a viver cada instante com o coração voltado para o Senhor. Que nossas lâmpadas estejam acesas, e que a chama da fé jamais se apague.


Rezemos pelos nossos irmãos e irmãs falecidos, para que, purificados pelo amor de Deus, participem plenamente da luz eterna. E peçamos a graça de viver já aqui uma vida centrada em Cristo, para que, quando Ele vier, nos encontre prontos, vigilantes e cheios de esperança.


“Eu sei que o meu Redentor está vivo!”

Que esta certeza seja o canto da nossa alma hoje e sempre. Amém.