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| Obrigado aos meus anfitriões em Manaus, Nazaré e Barbosa. Ele autor da poesia a seguir, que alude à pandemia de COVID19 |
O coronavírus trouxe a morte pontualmente na hora incerta. Devastou vidas, trazendo a morte com sua tez fria e perversa.
Sem alforges e sem cavalo preto em fuga
a galope…
Ficamos sem leito e sem oxigênio, como náufragos sem bote.
Veio como um arrastão, levando em turbilhão, faustos e indigentes, santos e pecadores, culpados e inocentes.
A locomotiva do inferno levou em seus vagões boa e má gente em hedionda equidade de repente.
Transformou vidas em números, túmulos em valas, cidades em desertos, amigos em saudade.
A antiga ternura foi sem prazo encarcerada, sem defesa, sem réplica, sem exéquias, sem nada!
Veio com seus vagões de morte, de enfermos lotados, com fome e sede infectados.
As alegrias transformou-as em dores, sorrisos em prantos, vozes em silêncio, cores em luto de horrores.
Nem Dante Alighieri, o Águia Florentino, pensaria em um dantesco e infernal destino!
A hemoptise no pneumotórax à sua maneira foi mais fraterna com Manuel Bandeira.
Mário Quintana, com as aladas asas da Fênix, isolada no ninho, profetizara: Eles passarão, nós passarinho!
E quem sem guerra ou batalha medonha teria vivido semelhante horror em proporção tamanha?!...
Que valente Ulisses, em luta contra titãs, por sua Penélope, enfrentaria macabra Odisseia de volta à Ítaca de sua paixão?!
E agora José?
Que onda viral ainda nos (des)espera?!...
E agora, Drummond, será o fim do caminho?!...
Disse Paulo:
Viver é Cristo e morrer é lucro!...
Pedro em confirmação:
Cristo é ressurreição!
Então digamos sem medo…
Ó morte! Venha tarde, venha cedo, onde está teu galardão?!
José Barbosa de Souza
Dezembro 2020
Manaus

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