terça-feira, 21 de outubro de 2025

POESIA: COROA DA VIDA

Obrigado aos meus anfitriões em Manaus, Nazaré e Barbosa. Ele autor da poesia a seguir, que alude à pandemia de COVID19


O coronavírus trouxe a morte pontualmente na hora incerta. Devastou vidas, trazendo a morte com sua tez fria e perversa.

Sem alforges e sem cavalo preto em fuga

a galope…

Ficamos sem leito e sem oxigênio, como náufragos sem bote.

Veio como um arrastão, levando em turbilhão, faustos e indigentes, santos e pecadores, culpados e inocentes.

A locomotiva do inferno levou em seus vagões boa e má gente em hedionda equidade de repente.

Transformou vidas em números, túmulos em valas, cidades em desertos, amigos em saudade.

A antiga ternura foi sem prazo encarcerada, sem defesa, sem réplica, sem exéquias, sem nada!

Veio com seus vagões de morte, de enfermos lotados, com fome e sede infectados.

As alegrias transformou-as em dores, sorrisos em prantos, vozes em silêncio, cores em luto de horrores.

Nem Dante Alighieri, o Águia Florentino, pensaria em um dantesco e infernal destino!

A hemoptise no pneumotórax à sua maneira foi mais fraterna com Manuel Bandeira.

Mário Quintana, com as aladas asas da Fênix, isolada no ninho, profetizara: Eles passarão, nós passarinho!

E quem sem guerra ou batalha medonha teria vivido semelhante horror em proporção tamanha?!...

Que valente Ulisses, em luta contra titãs, por sua Penélope, enfrentaria macabra Odisseia de volta à Ítaca de sua paixão?!

E agora José?

Que onda viral ainda nos (des)espera?!...

E agora, Drummond, será o fim do caminho?!...

Disse Paulo:

Viver é Cristo e morrer é lucro!...

Pedro em confirmação:

Cristo é ressurreição!

Então digamos sem medo…

Ó morte! Venha tarde, venha cedo, onde está teu galardão?!

José Barbosa de Souza

Dezembro 2020

Manaus

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