"Se alguém quer me seguir,
renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga" (Lc 9,23) “A
linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem. Mas, para aqueles que
se salvam, para nós, é poder de Deus [...] Os judeus pedem sinais e os gregos
procuram a sabedoria; nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, escândalo para
os judeus e loucura para os pagãos” (1 Cor 1,18.22-23).
Por certo, a cruz de Nosso Senhor
Jesus Cristo deve ser a nossa glória, nele está a nossa vida e ressureição; foi
ele que nos salvou e libertou (Gl 6,14). Pelo mistério da cruz, Deus na pessoa
de seu Filho, estabelece uma relação de amor com cada um de nós: “Ele carregou
nossos pecados em seu corpo, no madeiro, a fim de que, mortos para os pecados,
vivamos para a justiça” (1Pd 2,24).
Depois do peixe, ainda nos
primeiros séculos da Era Cristã, a cruz, que teve nela a Salvação do mundo,
ganha um novo significado, passa a ser o símbolo dos cristãos. O que era sinal
de morte, depois de Jesus Cristo, é sinal de vida, perdão e salvação. Sem cruz
não há redenção. Ciente dessa verdade, a Igreja carrega a Cruz e com ela
apresenta ao mundo o Evangelho de Cristo. Como Igreja que somos, e
afeiçoando-nos a Cristo Crucificado, nós os Missionários Vicentinos, na emissão
dos votos de estabilidade, castidade, pobreza e obediência recebemos as Regras
Comuns de nosso Instituto e a Cruz de Cristo como sinal de pertencimento ao
Crucificado.
Em nossa Província, temos a
prática de entregar aos novos coirmãos, cruzes que pertenceram a coirmãos que
já se encontram na Missão do Céu, essa bonita prática se foi arrefecendo com
o tempo. Houve um tempo inclusive, que parece ter havido mais candidatos que
cruzes. Mas o tempo se encarregou de colaborar pelo equilíbrio e pouco a pouco
estamos retomando nossos costumes e tradições. O que nunca faltou, certamente,
foi a luta por sempre e cada vez mais, a exemplo de São Vicente de Paulo, viver
com simplicidade e criatividade o serviço e o anúncio da Boa Nova de Jesus
Cristo aos pobres, nossos mestres e senhores, descendo da cruz o povo
crucificado da história (Jon Sobrino).
Além de Cristo, a cruz nos remete
a tantos irmãos e irmãs perseguidos e mortos por causa de sua fidelidade ao
Evangelho. Com Jesus Cristo, superamos as dificuldades deste mundo. Ele que,
entregando-se à morte de cruz, por seu grande amor, torna-se para nós fonte de
salvação. Hoje, ouvindo e praticando sua Palavra, expressamos ao Senhor sincera
gratidão por tão elevado dom.
Nenhum comentário:
Postar um comentário