“TERÇO DAS VIRTUDES VICENTINAS”
Como rezar:
Inicia-se com o sinal da cruz – símbolo dos cristãos que nos exorciza
do mal; seguido de um Pai Nosso, “a oração dos pobres” (Papa Francisco,
Mensagem para o 1º Dia Mundial dos Pobres), e de uma Ave Maria, em louvor à
nossa Mãe. Em seguida, reza-se, no lugar dos cinco Pai Nossos e das 50 Ave
Marias do terço, as orações que seguem abaixo, coroando cada mistério com um
Glória ao Pai. Finaliza-se o Terço com a oração indicada.
·
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Amém.
·
Pai Nosso…
·
Ave Maria…
Contas grandes:
Deus, nosso Pai, dai-nos, por
intercessão de São Vicente de Paulo, as virtudes missionárias, a fim de melhor
seguir vosso filho Jesus Cristo, Evangelizador dos Pobres.
Contas pequenas:
Por vossa vida e missão, /
morte e ressurreição, / vivamos o zelo, a humildade e a mansidão, / a
simplicidade e a mortificação.
Conclusão do mistério:
Glória ao Pai, ao Filho e ao
Espírito Santo. Como era no princípio, agora é sempre. Amém.
Oração conclusiva:
São Vicente de Paulo, exemplo
de docilidade ao Espírito, que com, vosso amor afetivo e efetivo, organizastes
o serviço dos pobres, promovestes os leigos, renovastes o Clero e a Vida
Consagrada, alcançai do Senhor para nós a graça que agora vos pedimos (pedir
a graça), e ensinai-nos a crescer na prática das virtudes, seguindo a
Jesus Cristo, Evangelizador dos Pobres. Amém
Ó
Maria concebida, sem pecado. Rogai por nós que recorremos a vós!
Diác. Cleber Teodósio, CM
MISSIONÁRIO
VICENTINO
TRÊS OPÇÕES DE REFLEXÕES SOBRE AS VIRTUDES VICENTINAS PARA OS MISTÉRIOS
DO TERÇO:
OPÇÃO 1:
1º mistério – contemplamos a virtude da SIMPLICIDADE
“A simplicidade é a virtude que mais amo, eu a
chamo de meu evangelho.” (SV I, 284)
2º mistério – contemplamos a virtude da HUMILDADE
“Deus abençoa os humildes, está na origem do
bem que fazemos, nos chama a fazer grandes coisas.” (SV X, 128)
3º Mistério – contemplamos a virtude da MANSIDÃO
“Se não se pode ganhar uma pessoa
pela amabilidade e pela paciência, será difícil consegui-lo de outra maneira.”
(SV VII, 226)
4º Mistério: contemplamos a virtude da MORTIFICAÇÃO
“A mortificação significa submeter as paixões
e os impulsos à razão.” (SV X, 56)
5º Mistério – contemplamos a virtude do ZELO APOSTÓLICO
“Se o amor de Deus é um fogo, o zelo é a sua
chama. Se o amor é um sol, o zelo é o seu raio.” (SV XII, 307-308)
OPÇÃO 2:
1º mistério – contemplamos a virtude da SIMPLICIDADE
Para São Vicente a virtude da
simplicidade educa-nos na capacidade de desenvolver os valores da verdade, da
sinceridade, da transparência. Viver plenamente a simplicidade nos ajudará a
evitar sermos falsos uns com os outros e muito menos com o povo, por esta
virtude somos chamados a ser simples, a dizer as coisas como são, sempre com
sinceridade em relação à outra pessoa.
2º mistério – contemplamos a virtude da HUMILDADE
São Vicente de Paulo define a
Humildade com a virtude que já a característica essencial à nossa missão. A
Humildade é a virtude que nos torna capazes de reconhecer e admitir nossas
fraquezas e limitações, criando assim a possibilidade de confiar mais em Deus e
menos em nós mesmos. A humildade ajuda-nos a nos livrarmos da nossa
autossuficiência, a reconhecermos nossa dependência do amor do Criador e nossa
interdependência comunitária. Ao mesmo tempo, a humildade nos capacita para
reconhecer nossos talentos, que dever ser postos a serviços das outras pessoas.
É a virtude que permite aos pobres aproximar-se de nós. É a virtude que nos
ajuda a ver com que todos somos iguais aos olhos de Deus. A vivência desta
virtude educa-nos e capacita-nos, em contrapartida, para aproximar-nos progressivamente
dos pobres.
3º Mistério – contemplamos a virtude da MANSIDÃO
Para São Vicente a mansidão se
entende como a força, a virtude, que permite a pessoa moderar razoavelmente sua
ira e indignação. A mansidão não é agressiva, raivosa, barulhenta. Certamente
uma virtude chave na comunidade. É a virtude que ajuda a construir a confiança
de uns nos outros, porque, quando somos amáveis, os que são tímidos se abrirão
em relação a nós. Por estas razões podemos dizer que a mansidão é a virtude por
demais vocacional, como constatou o próprio São Vicente ao escrever: “Se não se
pode ganhar uma pessoa pela amabilidade e pela paciência, será difícil
consegui-lo de outra maneira”.
4º Mistério: contemplamos a virtude da MORTIFICAÇÃO
São Vicente afirma que por esta virtude
somos interpelados a morrer para nós mesmos. É a virtude que pede que nos
entreguemos totalmente, pensemos primeiro nos outros, pensemos especialmente
nos Pobres antes de pensar em nós mesmos. Esta virtude educa-nos para o
altruísmo em detrimento do nosso egocentrismo.
5º Mistério – contemplamos a virtude do ZELO APOSTÓLICO
Podemos identificar o zelo
apostólico com paixão pela humanidade. O zelo é a consequência de um coração
verdadeiramente compassivo. Trata-se da paixão por Cristo, paixão pela humanidade
e paixão especialmente pelo pobre. O zelo é a virtude verdadeiramente
missionária. Expressa-se em forma de disponibilidade, de disposição para o
serviço e a evangelização mesmo quando as forças físicas já estão decadentes.
OPÇÃO 3:
As virtudes vicentinas foram apresentadas por São Vicente como as
faculdades da alma de toda a Congregação (RC, II,14). “As cinco limpidíssimas
pedras de Davi, com as quais em nome do Senhor dos Exércitos venceremos o
infernal Golias” (RC, XII, 12). Conhecer as Cinco Virtudes Vicentinas é
essencial para aqueles que desejam trilhar o caminho espiritual de São Vicente
de Paulo. A partir da leitura e vivência das máximas do Evangelho, São Vicente
selecionou cinco virtudes que devem emoldurar o caráter daqueles que desejam
trabalhar na evangelização dos pobres, através do Carisma Vicentino:
Simplicidade, Humildade, Mortificação, Mansidão e Zelo Apostólico.
1º mistério – contemplamos a virtude da SIMPLICIDADE
Para São Vicente a simplicidade
educa-nos na capacidade de desenvolver os valores da verdade, da sinceridade e
da transparência. Por esta virtude somos chamados a ser simples.
Assim o expressa numa carta a
Francisco du Coudray, em 6 de novembro de 1634: “Você sabe que a bondade de seu
coração me deu, graças a Deus, a liberdade de lhe falar com toda confiança e
sem nada lhe ocultar; creio que sabe disso pela minha conduta com você. Jesus,
meu Deus! Terei que reconhecer com pena algo do que disse ou fiz contra a santa
simplicidade? Deus me guarde, padre, de agir assim com alguém. É a virtude que
mais aprecio e na qual ponho mais atenção em meu proceder, segundo creio; e, se
me é permitido dizê-lo, diria que obtive alguns progressos na prática desta virtude,
pela misericórdia de Deus” (I, 310s).
“Pelo que se refere a mim, não
sei, mas parece-me que Deus me deu um gosto tão grande pela simplicidade, que
eu a chamo meu Evangelho. Sinto uma devoção especial e consolo ao dizer as
coisas como são” (IX,546).
O missionário, à imitação de
Cristo, deve ser simples nos seus discursos, “se quer que o povo o entenda,
quando anuncia a Palavra de Deus” (XI,347 – conselhos ao Pe. Antônio Durand,
1656).
2º mistério – contemplamos a virtude da HUMILDADE
A humildade, definida do São
Vicente, é a virtude que é essencial a missão vicentina. É aquela que torna
capaz de reconhecer e admitir nossas fraquezas e limitações, confiando, desta
forma, mais em Deus. É a virtude que permite aos pobres aproximar-se de nós. É
a virtude que nos ajuda a ver que todos somos iguais aos olhos de Deus.
Escreve a Férmin Get a 8 de março
de 1658: “Não digamos: eu fiz tal ato bom, porque devemos fazer tudo em nome de
Nosso Senhor Jesus Cristo” (VII,91). “Tenha muito cuidado em nada atribuir a si
mesmo. Se fizer assim, comete latrocínio e causa injúria a Deus, que é o único
autor de todo bem”, escreve a Santiago Pesnelle a 15/10/1658 (VII,250).
Em uma carta a Carlos Nacquart de
22/03/1648 escreve falando sobre a graça da vocação: “Somente a humildade é
capaz de receber esta graça. A ela deve seguir um total abandono de tudo o que
você é e de tudo o que poderia ser junto com uma suprema confiança no soberano
Criador” (III,256).
“Concede-nos que a humildade seja
a virtude característica da Missão. Oh! virtude santa, como sois bela! Oh!
Pequena Companhia, como sois digna de amor, se recebeis a graça de Deus”
(XI,489). É também a virtude característica da Filha da Caridade (IX,1069).
“É a virtude de Jesus Cristo, a
virtude de sua santa Mãe, a virtude dos maiores santos, e finalmente é a
virtude dos missionários” (XI,745).
“Que será da Companhia se viveis
em humildade? Fareis desta pequena Companhia um paraíso, e as pessoas dirão que
este é um dos grupos mais felizes do mundo” (IX,1000).
“... nossa finalidade são os
pobres, a gente vulgar do povo; se não nos acomodamos a eles, não os poderemos
servir em nada; o meio pelo qual podemos tornar-nos úteis é a humildade, porque
a humildade faz com que nos ‘aniquilemos...’” (XII,305. Conf. De 22/8/1659).
“Já é algo que alguém se afeiçoe
particularmente a este desprezo de si mesmo, porém não basta: é necessário
afeiçoar-se também ao desprezo pela Companhia. Não basta que aceitemos as
humilhações cada qual em particular; devemos aceitá-las em geral, contentes de
que se diga que a Missão é inútil na Igreja, que é composta de alguns pobres homens...”
(XII, 203 – Conferência de 18/4/1659)
3º Mistério – contemplamos a virtude da MANSIDÃO
São Vicente dizia que a mansidão
se entende como a força, a virtude que permite a pessoa a moderar,
razoavelmente, sua ira e indignação. É a virtude que ajuda a construir a
confiança de uns nos outros, porque, quando somos amáveis, os que são tímidos
se abrirão em relação a nós.
São Vicente escreve a Luísa de
Marillac a 1º de novembro de 1637: “Se a doçura do seu espírito precisa de um
pouquinho de vinagre, peça-o emprestado a Nosso Senhor. Oh! Mademoiselle, como
Ele sabia encontrar o acridoce, quando necessário!” (I,408).
Escreve a Dionísio Laudin,
superior de Lê Mans, a 7 de agosto de 1658: “Assim pois, padre, pode continuar
com ele, fazendo-o guardar o que pode do regulamento, conforme o espírito de
Nosso Senhor, que é ao mesmo tempo suave e firme. Se não se ganha uma pessoa
pela mansidão e pela paciência, será difícil ganhá-la de outro modo” (VII,197)
“Não há pessoas mais constantes e
mais firmes no bem do que os que são mansos e pacíficos; pelo contrário, os que
se deixam levar pela cólera e pela paixão dos desejos irascíveis, são
geralmente muito inconstantes, porque agem pelos ímpetos e impulsos. São como
as correntezas, que só têm força e violência nas enchentes e secam logo após
ter passado o temporal, enquanto que os rios, que representam as pessoas
pacíficas, correm sem ruído, com tranquilidade, sem jamais secar” (XI,752).
“... são as pobres gentes que vem
a se confessar, toscos, ignorantes, tão fechados e, por assim dizer, tão
animais, que não sabem quantos deuses há e nem quantas pessoas em Deus; ainda
que se lhes diga cinquenta vezes, no final continuarão sendo tão ignorantes
como no princípio... Se alguém não tem mansidão para aguentar a sua
rusticidade, que poderá fazer? Nada; ao contrário, assustará essas pobres
gentes” (XII, 305 – Conferência de 22/8/1659).
4º Mistério: contemplamos a virtude da MORTIFICAÇÃO
Esta é a virtude que nos pede
para que entreguemos ao trabalho vicentino. Devemos nos entregar aos Pobres.
Com a mortificação conhecemos o altruísmo.
“Padres, tenhamos sempre este
exemplo diante dos nossos olhos e nunca percamos de vista a mortificação do
Senhor, e que estamos obrigados a nos mortificar, para podermos segui-lo.
Ponhamos nossos afetos sobre os seus, para que seus passos sejam a regra dos
nossos no caminho da perfeição. Os santos são santos por terem seguido suas
pegadas, por saberem renunciar a eles mesmos e por se terem mortificado em tudo”
(XI,524).
“Outro meio, minhas filhas, que
as ajudará muito na oração, é a mortificação. São duas irmãs tão estreitamente
unidas que nunca estão separadas. A mortificação vai na frente e a oração a
segue; de modo que, minhas queridas irmãs, se quereis ser mulheres de oração,
como é necessário, tereis que aprender a vos mortificardes” (IX,391).
“Em relação ao que você me propôs
a respeito de trabalhar seriamente para mortificar o juízo e a vontade dos
seminaristas”, escreve São Vicente a Pedro de Beaumont, “dir-lhe-ei, senhor,
que isto não se pode fazer de uma vez, mas pouco a pouco, com mansidão e
paciência. A mortificação, como as outras virtudes só se adquire por meio de
atos repetidos” (V,415s).
5º Mistério – contemplamos a virtude do ZELO APOSTÓLICO
Pode ser identificado como a
paixão pela humanidade. É a paixão de Jesus pela humanidade e, em especial,
pelo Pobre. O zelo é a virtude missionária, pois expressa a vontade de
evangelizar independente das circunstâncias.
“Peçamos a Deus que dê à
Companhia esse espírito, esse coração que nos faz ir a qualquer parte, esse
coração do Filho de Deus, coração de Nosso Senhor, coração de Nosso Senhor que
nos dispõe a ir como ele iria e como teria ido se sua sabedoria eterna tivesse
achado conveniente ir para trabalhar pela conversão das pobres nações. Para isso
ele enviou seus apóstolos e nos envia como a eles, para levar seu fogo a todas
as partes” (XI,190.281.590).
“Vejam, meus padres e irmãos,
devemos ter em nosso interior esta disposição, e até este desejo, de sofrer por
Deus e pelo próximo, de nos consumirmos por eles. Oh! quão felizes aqueles aos
quais Deus concede estas disposições e desejos! Sim, padres, é preciso que nos
ponhamos totalmente a serviço de Deus e a serviço do povo; temos de nos
entregar a Deus para isto, consumirmos-nos por isto, dar nossas vidas por isto,
despojarmos-nos para nos revestirmos de novo; ao menos, querer estar nesta
disposição, se ainda não a temos; estar dispostos e preparados para ir aonde
Deus quer, seja às Índias ou a outra parte; numa palavra, expormos-nos
voluntariamente ao serviço do próximo, a fim de dilatar o reino de Cristo nas
almas. Eu mesmo, embora já seja velho e de idade, não deixo de ter dentro de
mim esta disposição e estou inclusive disposto a ir às Índias para ali ganhar
almas para Deus, mesmo que tenha de morrer no caminho ou no navio”
(XI,258.158.292).
Insiste com Luísa de Marillac
(I,1158): “Tenha cuidado de conservar sua saúde por amor a Nosso Senhor e de
seus pobres membros, e evite trabalhar demasiado. É uma astúcia do diabo que
engana muitas almas boas, levando-as a fazerem mais do que podem, para que logo
não possam fazer nada”.
ORAÇÃO DA FAMÍLIA VICENTINA
Senhor Jesus, Tu que te fizeste
Pobre, / Faze que tenhamos os olhos e o coração voltados para os Pobres/ E que possamos
reconhecer-Te neles;/ Em sua sede, em sua fome, em sua solidão e em sua dor.
Suscita em nossa Família
Vicentina/ A unidade, a simplicidade, a humildade/ E a chama de Caridade que
inflamou o coração de São Vicente de Paulo.
Dá-nos a força para que, fiéis à
prática dessas virtudes,/ Possamos contemplar-Te e servir-Te na pessoa dos
Pobres / E um dia unirmo-nos a Ti e a eles no teu Reino. / Amém
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