segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Terço das Virtudes Vicentinas com Meditações

 




“TERÇO DAS VIRTUDES VICENTINAS”

 

Como rezar:

 

Inicia-se com o sinal da cruz – símbolo dos cristãos que nos exorciza do mal; seguido de um Pai Nosso, “a oração dos pobres” (Papa Francisco, Mensagem para o 1º Dia Mundial dos Pobres), e de uma Ave Maria, em louvor à nossa Mãe. Em seguida, reza-se, no lugar dos cinco Pai Nossos e das 50 Ave Marias do terço, as orações que seguem abaixo, coroando cada mistério com um Glória ao Pai. Finaliza-se o Terço com a oração indicada.

 

·         Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

·         Pai Nosso…

·         Ave Maria…

 

Contas grandes:

Deus, nosso Pai, dai-nos, por intercessão de São Vicente de Paulo, as virtudes missionárias, a fim de melhor seguir vosso filho Jesus Cristo, Evangelizador dos Pobres.

 

Contas pequenas:

Por vossa vida e missão, / morte e ressurreição, / vivamos o zelo, a humildade e a mansidão, / a simplicidade e a mortificação.

 

Conclusão do mistério:

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora é sempre. Amém.

 

Oração conclusiva:

São Vicente de Paulo, exemplo de docilidade ao Espírito, que com, vosso amor afetivo e efetivo, organizastes o serviço dos pobres, promovestes os leigos, renovastes o Clero e a Vida Consagrada, alcançai do Senhor para nós a graça que agora vos pedimos (pedir a graça), e ensinai-nos a crescer na prática das virtudes, seguindo a Jesus Cristo, Evangelizador dos Pobres. Amém

 

Ó Maria concebida, sem pecado. Rogai por nós que recorremos a vós!

 

 

 

Diác. Cleber Teodósio, CM

MISSIONÁRIO VICENTINO

 

TRÊS OPÇÕES DE REFLEXÕES SOBRE AS VIRTUDES VICENTINAS PARA OS MISTÉRIOS DO TERÇO:

 

OPÇÃO 1:

1º mistério – contemplamos a virtude da SIMPLICIDADE

 “A simplicidade é a virtude que mais amo, eu a chamo de meu evangelho.” (SV I, 284)

 

2º mistério – contemplamos a virtude da HUMILDADE

 “Deus abençoa os humildes, está na origem do bem que fazemos, nos chama a fazer grandes coisas.” (SV X, 128)

 

3º Mistério – contemplamos a virtude da MANSIDÃO

“Se não se pode ganhar uma pessoa pela amabilidade e pela paciência, será difícil consegui-lo de outra maneira.” (SV VII, 226)

 

4º Mistério: contemplamos a virtude da MORTIFICAÇÃO

 “A mortificação significa submeter as paixões e os impulsos à razão.” (SV X, 56)

 

5º Mistério – contemplamos a virtude do ZELO APOSTÓLICO

 “Se o amor de Deus é um fogo, o zelo é a sua chama. Se o amor é um sol, o zelo é o seu raio.” (SV XII, 307-308)

 

OPÇÃO 2:

1º mistério – contemplamos a virtude da SIMPLICIDADE

Para São Vicente a virtude da simplicidade educa-nos na capacidade de desenvolver os valores da verdade, da sinceridade, da transparência. Viver plenamente a simplicidade nos ajudará a evitar sermos falsos uns com os outros e muito menos com o povo, por esta virtude somos chamados a ser simples, a dizer as coisas como são, sempre com sinceridade em relação à outra pessoa.

 

2º mistério – contemplamos a virtude da HUMILDADE

São Vicente de Paulo define a Humildade com a virtude que já a característica essencial à nossa missão. A Humildade é a virtude que nos torna capazes de reconhecer e admitir nossas fraquezas e limitações, criando assim a possibilidade de confiar mais em Deus e menos em nós mesmos. A humildade ajuda-nos a nos livrarmos da nossa autossuficiência, a reconhecermos nossa dependência do amor do Criador e nossa interdependência comunitária. Ao mesmo tempo, a humildade nos capacita para reconhecer nossos talentos, que dever ser postos a serviços das outras pessoas. É a virtude que permite aos pobres aproximar-se de nós. É a virtude que nos ajuda a ver com que todos somos iguais aos olhos de Deus. A vivência desta virtude educa-nos e capacita-nos, em contrapartida, para aproximar-nos progressivamente dos pobres.

 

3º Mistério – contemplamos a virtude da MANSIDÃO

Para São Vicente a mansidão se entende como a força, a virtude, que permite a pessoa moderar razoavelmente sua ira e indignação. A mansidão não é agressiva, raivosa, barulhenta. Certamente uma virtude chave na comunidade. É a virtude que ajuda a construir a confiança de uns nos outros, porque, quando somos amáveis, os que são tímidos se abrirão em relação a nós. Por estas razões podemos dizer que a mansidão é a virtude por demais vocacional, como constatou o próprio São Vicente ao escrever: “Se não se pode ganhar uma pessoa pela amabilidade e pela paciência, será difícil consegui-lo de outra maneira”.

 

4º Mistério: contemplamos a virtude da MORTIFICAÇÃO

São Vicente afirma que por esta virtude somos interpelados a morrer para nós mesmos. É a virtude que pede que nos entreguemos totalmente, pensemos primeiro nos outros, pensemos especialmente nos Pobres antes de pensar em nós mesmos. Esta virtude educa-nos para o altruísmo em detrimento do nosso egocentrismo.

 

5º Mistério – contemplamos a virtude do ZELO APOSTÓLICO

Podemos identificar o zelo apostólico com paixão pela humanidade. O zelo é a consequência de um coração verdadeiramente compassivo. Trata-se da paixão por Cristo, paixão pela humanidade e paixão especialmente pelo pobre. O zelo é a virtude verdadeiramente missionária. Expressa-se em forma de disponibilidade, de disposição para o serviço e a evangelização mesmo quando as forças físicas já estão decadentes.

 

OPÇÃO 3:

 

As virtudes vicentinas foram apresentadas por São Vicente como as faculdades da alma de toda a Congregação (RC, II,14). “As cinco limpidíssimas pedras de Davi, com as quais em nome do Senhor dos Exércitos venceremos o infernal Golias” (RC, XII, 12). Conhecer as Cinco Virtudes Vicentinas é essencial para aqueles que desejam trilhar o caminho espiritual de São Vicente de Paulo. A partir da leitura e vivência das máximas do Evangelho, São Vicente selecionou cinco virtudes que devem emoldurar o caráter daqueles que desejam trabalhar na evangelização dos pobres, através do Carisma Vicentino: Simplicidade, Humildade, Mortificação, Mansidão e Zelo Apostólico.

 

 

1º mistério – contemplamos a virtude da SIMPLICIDADE

Para São Vicente a simplicidade educa-nos na capacidade de desenvolver os valores da verdade, da sinceridade e da transparência. Por esta virtude somos chamados a ser simples.

Assim o expressa numa carta a Francisco du Coudray, em 6 de novembro de 1634: “Você sabe que a bondade de seu coração me deu, graças a Deus, a liberdade de lhe falar com toda confiança e sem nada lhe ocultar; creio que sabe disso pela minha conduta com você. Jesus, meu Deus! Terei que reconhecer com pena algo do que disse ou fiz contra a santa simplicidade? Deus me guarde, padre, de agir assim com alguém. É a virtude que mais aprecio e na qual ponho mais atenção em meu proceder, segundo creio; e, se me é permitido dizê-lo, diria que obtive alguns progressos na prática desta virtude, pela misericórdia de Deus” (I, 310s).

“Pelo que se refere a mim, não sei, mas parece-me que Deus me deu um gosto tão grande pela simplicidade, que eu a chamo meu Evangelho. Sinto uma devoção especial e consolo ao dizer as coisas como são” (IX,546).

O missionário, à imitação de Cristo, deve ser simples nos seus discursos, “se quer que o povo o entenda, quando anuncia a Palavra de Deus” (XI,347 – conselhos ao Pe. Antônio Durand, 1656).

 

2º mistério – contemplamos a virtude da HUMILDADE

A humildade, definida do São Vicente, é a virtude que é essencial a missão vicentina. É aquela que torna capaz de reconhecer e admitir nossas fraquezas e limitações, confiando, desta forma, mais em Deus. É a virtude que permite aos pobres aproximar-se de nós. É a virtude que nos ajuda a ver que todos somos iguais aos olhos de Deus.

Escreve a Férmin Get a 8 de março de 1658: “Não digamos: eu fiz tal ato bom, porque devemos fazer tudo em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo” (VII,91). “Tenha muito cuidado em nada atribuir a si mesmo. Se fizer assim, comete latrocínio e causa injúria a Deus, que é o único autor de todo bem”, escreve a Santiago Pesnelle a 15/10/1658 (VII,250).

Em uma carta a Carlos Nacquart de 22/03/1648 escreve falando sobre a graça da vocação: “Somente a humildade é capaz de receber esta graça. A ela deve seguir um total abandono de tudo o que você é e de tudo o que poderia ser junto com uma suprema confiança no soberano Criador” (III,256).

“Concede-nos que a humildade seja a virtude característica da Missão. Oh! virtude santa, como sois bela! Oh! Pequena Companhia, como sois digna de amor, se recebeis a graça de Deus” (XI,489). É também a virtude característica da Filha da Caridade (IX,1069).

“É a virtude de Jesus Cristo, a virtude de sua santa Mãe, a virtude dos maiores santos, e finalmente é a virtude dos missionários” (XI,745).

“Que será da Companhia se viveis em humildade? Fareis desta pequena Companhia um paraíso, e as pessoas dirão que este é um dos grupos mais felizes do mundo” (IX,1000).

“... nossa finalidade são os pobres, a gente vulgar do povo; se não nos acomodamos a eles, não os poderemos servir em nada; o meio pelo qual podemos tornar-nos úteis é a humildade, porque a humildade faz com que nos ‘aniquilemos...’” (XII,305. Conf. De 22/8/1659).

“Já é algo que alguém se afeiçoe particularmente a este desprezo de si mesmo, porém não basta: é necessário afeiçoar-se também ao desprezo pela Companhia. Não basta que aceitemos as humilhações cada qual em particular; devemos aceitá-las em geral, contentes de que se diga que a Missão é inútil na Igreja, que é composta de alguns pobres homens...” (XII, 203 – Conferência de 18/4/1659)

 

3º Mistério – contemplamos a virtude da MANSIDÃO

São Vicente dizia que a mansidão se entende como a força, a virtude que permite a pessoa a moderar, razoavelmente, sua ira e indignação. É a virtude que ajuda a construir a confiança de uns nos outros, porque, quando somos amáveis, os que são tímidos se abrirão em relação a nós.

São Vicente escreve a Luísa de Marillac a 1º de novembro de 1637: “Se a doçura do seu espírito precisa de um pouquinho de vinagre, peça-o emprestado a Nosso Senhor. Oh! Mademoiselle, como Ele sabia encontrar o acridoce, quando necessário!” (I,408).

Escreve a Dionísio Laudin, superior de Lê Mans, a 7 de agosto de 1658: “Assim pois, padre, pode continuar com ele, fazendo-o guardar o que pode do regulamento, conforme o espírito de Nosso Senhor, que é ao mesmo tempo suave e firme. Se não se ganha uma pessoa pela mansidão e pela paciência, será difícil ganhá-la de outro modo” (VII,197)

“Não há pessoas mais constantes e mais firmes no bem do que os que são mansos e pacíficos; pelo contrário, os que se deixam levar pela cólera e pela paixão dos desejos irascíveis, são geralmente muito inconstantes, porque agem pelos ímpetos e impulsos. São como as correntezas, que só têm força e violência nas enchentes e secam logo após ter passado o temporal, enquanto que os rios, que representam as pessoas pacíficas, correm sem ruído, com tranquilidade, sem jamais secar” (XI,752).

“... são as pobres gentes que vem a se confessar, toscos, ignorantes, tão fechados e, por assim dizer, tão animais, que não sabem quantos deuses há e nem quantas pessoas em Deus; ainda que se lhes diga cinquenta vezes, no final continuarão sendo tão ignorantes como no princípio... Se alguém não tem mansidão para aguentar a sua rusticidade, que poderá fazer? Nada; ao contrário, assustará essas pobres gentes” (XII, 305 – Conferência de 22/8/1659).

 

4º Mistério: contemplamos a virtude da MORTIFICAÇÃO

Esta é a virtude que nos pede para que entreguemos ao trabalho vicentino. Devemos nos entregar aos Pobres. Com a mortificação conhecemos o altruísmo.

“Padres, tenhamos sempre este exemplo diante dos nossos olhos e nunca percamos de vista a mortificação do Senhor, e que estamos obrigados a nos mortificar, para podermos segui-lo. Ponhamos nossos afetos sobre os seus, para que seus passos sejam a regra dos nossos no caminho da perfeição. Os santos são santos por terem seguido suas pegadas, por saberem renunciar a eles mesmos e por se terem mortificado em tudo” (XI,524).

“Outro meio, minhas filhas, que as ajudará muito na oração, é a mortificação. São duas irmãs tão estreitamente unidas que nunca estão separadas. A mortificação vai na frente e a oração a segue; de modo que, minhas queridas irmãs, se quereis ser mulheres de oração, como é necessário, tereis que aprender a vos mortificardes” (IX,391).

“Em relação ao que você me propôs a respeito de trabalhar seriamente para mortificar o juízo e a vontade dos seminaristas”, escreve São Vicente a Pedro de Beaumont, “dir-lhe-ei, senhor, que isto não se pode fazer de uma vez, mas pouco a pouco, com mansidão e paciência. A mortificação, como as outras virtudes só se adquire por meio de atos repetidos” (V,415s).

 

5º Mistério – contemplamos a virtude do ZELO APOSTÓLICO

Pode ser identificado como a paixão pela humanidade. É a paixão de Jesus pela humanidade e, em especial, pelo Pobre. O zelo é a virtude missionária, pois expressa a vontade de evangelizar independente das circunstâncias.

“Peçamos a Deus que dê à Companhia esse espírito, esse coração que nos faz ir a qualquer parte, esse coração do Filho de Deus, coração de Nosso Senhor, coração de Nosso Senhor que nos dispõe a ir como ele iria e como teria ido se sua sabedoria eterna tivesse achado conveniente ir para trabalhar pela conversão das pobres nações. Para isso ele enviou seus apóstolos e nos envia como a eles, para levar seu fogo a todas as partes” (XI,190.281.590).

“Vejam, meus padres e irmãos, devemos ter em nosso interior esta disposição, e até este desejo, de sofrer por Deus e pelo próximo, de nos consumirmos por eles. Oh! quão felizes aqueles aos quais Deus concede estas disposições e desejos! Sim, padres, é preciso que nos ponhamos totalmente a serviço de Deus e a serviço do povo; temos de nos entregar a Deus para isto, consumirmos-nos por isto, dar nossas vidas por isto, despojarmos-nos para nos revestirmos de novo; ao menos, querer estar nesta disposição, se ainda não a temos; estar dispostos e preparados para ir aonde Deus quer, seja às Índias ou a outra parte; numa palavra, expormos-nos voluntariamente ao serviço do próximo, a fim de dilatar o reino de Cristo nas almas. Eu mesmo, embora já seja velho e de idade, não deixo de ter dentro de mim esta disposição e estou inclusive disposto a ir às Índias para ali ganhar almas para Deus, mesmo que tenha de morrer no caminho ou no navio” (XI,258.158.292).

Insiste com Luísa de Marillac (I,1158): “Tenha cuidado de conservar sua saúde por amor a Nosso Senhor e de seus pobres membros, e evite trabalhar demasiado. É uma astúcia do diabo que engana muitas almas boas, levando-as a fazerem mais do que podem, para que logo não possam fazer nada”.

 

ORAÇÃO DA FAMÍLIA VICENTINA

Senhor Jesus, Tu que te fizeste Pobre, / Faze que tenhamos os olhos e o coração voltados para os Pobres/ E que possamos reconhecer-Te neles;/ Em sua sede, em sua fome, em sua solidão e em sua dor.

Suscita em nossa Família Vicentina/ A unidade, a simplicidade, a humildade/ E a chama de Caridade que inflamou o coração de São Vicente de Paulo.

Dá-nos a força para que, fiéis à prática dessas virtudes,/ Possamos contemplar-Te e servir-Te na pessoa dos Pobres / E um dia unirmo-nos a Ti e a eles no teu Reino. / Amém

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