Tema: O poder da oração, da intercessão e da perseverança diante de Deus Pai.
Queridos irmãos e irmãs em Cristo,
A liturgia deste 17º Domingo do Tempo Comum nos convida a refletir sobre um dos grandes tesouros da vida cristã: a oração. Mas não qualquer oração; somos chamados hoje a compreender a força da intercessão, a importância da perseverança e a confiança na bondade do Pai que nos escuta sempre.
1. Abraão: um intercessor ousado e perseverante
Na primeira leitura (Gn 18,20-32), vemos uma cena impressionante: Abraão dialoga com Deus como um amigo, intercedendo pelo povo de Sodoma. Ele sabe da gravidade do pecado daquela cidade, mas intercede com coragem, humildade e insistência. De cinquenta justos, chega até dez. Essa passagem nos mostra que a oração pode mover o coração de Deus, porque o Senhor é justo, mas também é misericordioso.
Abraão nos ensina que a oração de intercessão é um ato de amor e de fé. Ele não pede nada para si, mas roga pelos outros. Ele acredita que a presença de poucos justos pode salvar muitos pecadores. Não é isso que Jesus fez por nós? E não é isso que somos chamados a fazer também — interceder pelo mundo, pelos pecadores, pelos nossos irmãos, até mesmo por aqueles que não conhecemos?
2. Jesus ensina a orar: com confiança, insistência e intimidade
No Evangelho (Lc 11,1-13), os discípulos pedem a Jesus: “Senhor, ensina-nos a orar”. E Ele ensina a oração do Pai-Nosso, que é mais do que uma fórmula: é um modelo de relação com Deus como Pai, com simplicidade e confiança.
Jesus nos convida a pedir, buscar, bater. Parece uma repetição? Sim! Porque a oração cristã não é mágica nem imediatismo. É perseverança, relação constante, intimidade que amadurece com o tempo.
E Ele garante: “Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”. Eis o segredo: Deus não nos dá qualquer coisa, Ele nos dá o melhor — o Espírito Santo, a força do amor, o dom maior!
3. A cruz: lugar da oração que nos redime
Na segunda leitura (Cl 2,12-14), São Paulo lembra que, pelo batismo, morremos com Cristo e ressuscitamos com Ele. E como isso aconteceu? “Deus vos deu a vida com Cristo, perdoando todos os pecados”. Essa é a resposta à oração de Abraão: Deus perdoou, não por causa de dez justos, mas por causa de um — Jesus Cristo, o Justo!
A cruz é o maior ato de intercessão. Ali, Jesus orou por nós, entregou-se por nós, perseverou até o fim por amor. A oração do cristão, portanto, não é vazia nem isolada — ela está unida à oração de Cristo, que intercede por nós junto do Pai.
Conclusão: Orai sem cessar
Queridos irmãos, somos chamados hoje a redescobrir o valor da oração na nossa vida.
-
Rezar é conversar com Deus como Abraão, com ousadia e confiança.
-
É pedir com insistência como Jesus ensinou, com fé e perseverança.
-
É viver em comunhão com Cristo, cuja oração na cruz nos deu a vida nova.
Rezemos por nós, mas também pelos outros. Pelos que perderam a fé, pelos que sofrem, pelos que não sabem mais o que pedir. E nunca deixemos de rezar. Porque quem bate, a porta será aberta; quem busca, encontrará; e quem pede, receberá. Deus é Pai, e Pai não decepciona seus filhos.
Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário