A Paróquia N. Sra. Lourdes de Itapuã do Oeste–RO, região
amazônica, conduzida pelos coirmãos, Pe. Paulo Silva, CM (Superior), Pe. Alex
Reis, CM (Pároco) e Pe. Adriano Pires, CM (Ecônomo), recebeu às Santas Missões
Populares Vicentinas como parte da celebração oficial da PBCM dos 400 anos da
fundação da Congregação da Missão.
A missa de acolhida e envio dos missionários
aconteceu dia 16, às 19h30, na igreja de N. Sra. Lourdes em Itapuã. Na
oportunidade, a paróquia acolheu também a relíquia e imagem peregrina de São
Vicente de Paulo, quando eu expliquei que tanto essas missões quanto a visita
da imagem são atividades que aludem aos 400 anos de fundação jurídica da
Congregação da Missão a ser cumprido no próximo dia 17/04/2025, bem como
explicou que o Papa Francisco concedeu à Congregação indulgências plenárias,
podendo adquiri-las os fiéis que realizarem: a) confissão sacramental, b)
comunhão eucarística, c) oração pelas intenções do Sumo Pontífice e d) trazer
no coração verdadeiro arrependimento e recusa de qualquer pecado. Depois da
missa, os missionários: Mirna, Selene, Ir. Janaina, Fráter Dominikus, Pe.
Ezequiel, Pe. Paulo, Pe. Vanderlei e eu (Pe. Cleber), fomos levados até as
comunidades da paróquia, onde desenvolvíamos nossos trabalhos.
Ao Fráter Dominikus e a mim, tocou a zona rural de Itapuã, que, no Estado, é conhecida por “linha.”
- No dia 17/01/2025, acompanhados pelos anfitriões e missionários locais, Lucimar e Dilei, visitamos 10 famílias e à tardinha, rezamos um terço na Comunidade N. Sra. Fátima.
- No dia 18, também acompanhados por Lucimar e Dilei, visitamos 05 famílias, e à noite reunimos os fiéis na capela Cristo Redentor para formação sobre Liturgia com a participação de 12 pessoas.
- No dia 19, rezamos missa, às 10h, seguida de almoço
partilhado, encerrando assim às santas missões na comunidade Cristo Redentor.
Depois do almoço, nos dirigimos para a Comunidade N. Sra. dos Migrantes. Já no
local, rezamos também a missa do domingo, com a comunidade Migrantes, às 17h.
- No dia 20, acompanhados pelo missionário local,
Nelson, visitamos 10 famílias. Às 19h nos reunimos na casa da dona Leide e do
senhor Valdemar para rezar um terço.
- No dia 21, na companhia do senhor Benedito e de sua
filha Neide – coordenadora da comunidade, visitamos 04 famílias, fomos em
outras casas, mas estavam fechadas. Às 19h, ministramos formação sobre a
Liturgia com a participação de 15 pessoas.
- No dia 22, o senhor Odelino nos guiou pela linha azul,
onde visitamos, com sua esposa e nora, 06 famílias, uma casa não podemos
visitar, pois estava fechada. Às 19h, ministramos formação sobre a Celebração
da Palavra em Migrantes, com a participação de 12 pessoas. Momentos em que
também agradecemos a oportunidade de servir e nos despedimos da comunidade.
Neste dia, nos unimos à Leidiane, uma de nossas anfitriãs, na Migrantes, para
rezar um terço pelos jovens. Esse terço é uma atividade pastoral espiritual de
iniciativa do Pe. Alex Reis, CM, pároco de Itapuã, que reúne pessoas de
diferentes locais em “Torres de Intercessão.” As torres ou grupos de
intercessão são formados por pessoas, especialmente convidadas pelo Pe. Alex,
que rezam pedindo por uma dimensão específica da sociedade e/ou da igreja.
Conforme dona Joice: “Cada torre deve ter pelo menos 07 pessoas, de modo que
corresponda um terço por semana. Cada grupo tem a pessoa que é a torre e os
intercessores. Cada torre reza por uma intenção: jovens, vocações, paroquianos,
famílias, etc. Todos rezam e postam no grupo de WhatsApp que cumpriram a
tarefa. A pessoa responsável pela torre e/ou o padre agradece e motiva o grupo
a seguir sua missão.”
- No dia 23, com Nelson, retornamos a duas residências,
uma que estava fechada e outra onde havíamos rezado o terço, ali fizemos a
visita com aspersão de água benta como de costume. Logo tivemos o almoço de
despedida na casa da Natália, foi uma cerimônia mais privada, uma vez que não
se podia fazer na comunidade com a presença de mais pessoas, já que tinham
alguns casos de COVID-19 na região. Às 14h, retornamos à Itapuã.
Os outros três grupos de missionários fizeram um
trabalho semelhante em outras áreas. O grupo que permaneceu na sede paroquial
chegou a formalizar a criação de um núcleo das Missionários Leigos Vicentinos –
MISEVI.
A realidade missionada é
bastante acolhedora. Ainda que tenha uma presença grande de evangélicos, ou por
ser dias feriais e estarem ocupados com seus afazeres. Fomos bem recebidos. Os
residentes são provenientes do Paraná, São Paulo, Minas Gerais ou Bahia. A
região apresenta boa condição social, econômica, cultural e até religiosa;
ainda que também tenha uma realidade de pobreza latente. Um povo trabalhador,
aberto ao novo e agradecido pela presença diferenciada dos Padres e Irmãos
Vicentinos na Paróquia. Encontramos pessoas dispostas a fazer um Reino de Deus
acontecer.
No dia
24/01/2025 a coordenação local preparou para os missionários de fora um passeio
à Porto Velho: visita ao Memorial Rondon, Catedral Diocesana, complexo
Madeira-Mamoré e passeio de barco pelo rio Madeira.
No dia
25, retiramo-nos a um sítio nas imediações da cidade de Itapuã, para fazer a
avaliação das missões, seguida de um almoço no local. À noite, tivemos a missa
de encerramento desse tempo de missões com a presença de representantes de
todas as comunidades ou linhas missionadas, que prestaram uma homenagem aos
missionários. Na missa, o presidente Pe. Adriano fez alusão ao aniversário de
fundação carismática da Congregação da Missão: 408 anos, agradeceu pela visita
da relíquia e imagem peregrinas de São Vicente de Paulo, pedindo que eu
explicasse um pouco sobre a veneração às relíquias.
Em
poucas palavras externei que na Igreja Católica ,as relíquias são objetos
preservados para efeitos de veneração, são partes do corpo de um personagem
sagrado. A primeira relíquia cultuada na história foi a de São Policarpo
(Turquia, 156) Na Idade Média, período de construção de catedrais, o culto das
relíquias atingiu o seu auge. As relíquias são classificadas em 1ª Classe:
parte do corpo de um santo (ossos, cabelo, sangue, etc.); 2ª Classe, objetos
pessoais de um santo (roupa, um cajado, os pregos da cruz, etc.), ou 3ª Classe,
inclui pedaços de tecido que tocaram no corpo do santo ou no relicário onde uma
porção do seu corpo está conservada. É proibido, sob pena de excomunhão,
vender, trocar ou exibir para fins lucrativos relíquias de primeira e segunda
classe. Conclui informando que há muitas relíquias de São Vicente de Paulo
espalhadas pelo mundo: grande parte de seu corpo está na capela da Casa Mãe da
Congregação da Missão em Paris; seu coração, na Capela das Aparições de N. Sra.
das Graças também na França; o fragmento em sangue do Santo, agora em
exposição, foi trazido de Paris (França) ao Brasil pelos Padres Lazaristas
(Missionários Vicentinos), no final do século XIX e atualmente está sobre a
responsabilidade do Colégio São Vicente de Paulo, Rio
de Janeiro - RJ.
Na manhã do dia 26, a primeira leva de missionários retornou às suas casas em Belo Horizonte – MG. Eu, com os demais padres missionários e a Ir. Janaina, FC ficamos um pouco mais, participamos da missa de envio do Pe. Adriano, que passaria a servir na formação dos nossos em Belo Horizonte.
Eu tive a alegria de fazer a homilia dessa missa, discorrendo sobre o Domingo da Palavra de Deus e a Missão de Jesus que também é nossa, bem como agradeci a Deus, a PBCM e a Paróquia de Itapuã pela realização das missões e pela vocação do Pe. Adriano, CM.
A missão popular vicentina nas linhas de Itapuã do Oeste foi uma experiência de fé, partilha e presença do amor de Deus junto a Seu povo. Vimos caridade em tudo, no abraço acolhedor dos coirmãos, na disponibilidade em servir dos missionários locais, nas diferentes iguarias preparadas pelas famílias para alimentar bem os missionários. Acreditamos que nossa presença fortaleceu a esperança do povo em dias melhores; onde a bênção de Deus veio, encontrou lugar e ficou, contemplando com Sua graça a todos que vivem com alegria os jubileus dos 400 anos de fundação jurídica da Congregação da Missão e da Igreja, revestidos de Cristo e peregrinando em Sua esperança.