terça-feira, 9 de agosto de 2022

Missão do Japão: Homilia: 20º Domingo do Tempo Comum C (Lucas 12,49-53)

 




O Evangelho de hoje não foi escolhido ou lido para causar confusão. No entanto, pode parecer um pouco confuso. Todos sabemos que desde o princípio, nosso Senhor Jesus é o Príncipe da Paz. Ele vem a nós como uma fonte de harmonia. Mas aqui no evangelho segundo Lucas, Jesus proclama fortemente que Ele veio “não para estabelecer a paz, mas a divisão.”

Com as palavras que Jesus usou, Ele honestamente revela que há exigências em segui-Lo. Jesus revela aos seus “pretensiosos” evangelizadores a verdade e o que esperar se eles aceitarem a responsabilidade de se tornarem mensageiros da Boa Nova.

Em certo sentido, Jesus está dizendo a Seus discípulos que, se eles escolherem se tornar Seus instrumentos na divulgação do Evangelho, primeiro, eles devem esperar oposições e críticas. Infelizmente, essas oposições e críticas não são apenas de qualquer estranho, porém ainda mais, das pessoas próximos ou queridos a eles, como suas famílias. Em segundo lugar, de certa forma, Jesus está lhes dizendo que, enquanto proclamam a verdade, denunciam e atacam os males e os valores errados ao redor, aqueles que lhes são queridos, até mesmo suas próprias famílias, podem estar inseridos neste grupo.

Isso é realmente doloroso e difícil. Mas esta é um alerta honesto de Jesus para aqueles que desejam se tornar Seu discípulo.

Isso é inevitável. Já que a mensagem de Jesus não é só “leite e mel”. Não é doçura e luz. Como sabemos, a Palavra de Deus é como uma “espada de dois gumes”. Quando a verdade da Palavra atinge alguém que não está vivendo de acordo com a Palavra, é realmente doloroso.

Continuando nossa reflexão, vemos que, mesmo que a divisão pudesse ser o resultado do trabalho dos discípulos de Jesus, a verdade ainda permanece que Jesus veio trazer a Paz. Mas a Paz que Ele traz não é uma “paz falsa”, assim como a que o mundo nos dá. A Paz de Jesus não se baseia em concessões, barganhas, meias verdades ou equilíbrio de poder. Não é ceder ao errado, quando é conveniente. Não é disposição para acompanhar o mal quando é lucrativo.

É uma paz que avalia e transforma o coração humano. É uma paz que se alcança pela Cruz de Cristo e pela ação purificadora do Espírito. A Paz de Jesus é real, duradoura e pode levar à nossa salvação. Porque esta Paz não vem do egoísmo e nem da ganância.

Talvez a única pergunta para nós neste domingo seja: Estamos todos prontos para aceitar o desafio do discipulado cristão? Estamos preparados para correr o risco de uma possível divisão?

Se estamos, de fato, prontos para nos tornarmos seguidores fiéis e verdadeiros evangelizadores de Jesus, isso significa que estamos “em chamas” e ardendo de amor por Jesus.

Mas se não estivermos, talvez a pergunta seja: O que aconteceu com o “fogo” ateado por Jesus quando fomos batizados? 

Amém.

 

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