quarta-feira, 2 de abril de 2025

Missão do Japão 06/04/2025: 5º Domingo da Quaresma | ANO C (Jo 8,1-11) Homilia



Quando Jesus disse: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”, Jesus queria lembrá-los de que a mulher não era a única pecadora presente naquele momento.

Jesus queria lembrar a todos que, além da mulher que estavam acusando, os demais também eram pecadores.

E por que você acha que Jesus disse isso?

Eu acredito que Ele disse essas palavras não apenas para incomodar a consciência deles, mas para lembrar que eles próprios eram culpados de pecado, talvez eles se vissem na situação da mulher. E talvez, em vez de acusar, fossem mais compreensivos e compassivos com ela.

Não sei exatamente se essa transformação realmente aconteceu em seus corações.

Mas, de acordo com a história do evangelho, ninguém ousou atirar uma pedra e, um a um, dos acusadores deixaram a mulher. /Gostaria de pensar que este modo de agir, foi fruto da aceitação do fato de que eles também tinham pecados.

A mensagem que nosso evangelho gostaria de enfatizar é clara. / Todos nós precisamos de perdão, pois, como qualquer outra pessoa, nós também somos pecadores.

Como qualquer outra pessoa, cometemos alguns erros na vida. /E, de alguma forma, cada um de nós merece ser punido por Deus.

Mas nosso Deus não é assim. Ele não é um Deus punitivo.  /Ele é amoroso e misericordioso.

Isso é o que Jesus quer que entendamos melhor, mesmo que sejamos pecadores, ou quando pecamos, Ele não nos condena nem julga.

Em vez disso, Ele oferece Sua misericórdia e perdão, dando-nos oportunidades de perceber nossas falhas, esperando que O busquemos, arrependidos.

Lembrem-se de que, mesmo na realidade de nossa pecaminosidade, Ele continua a nos agraciar com graças e outras bênçãos para nos inspirar a perceber como Deus é bom para nós, apesar de sermos pecadores.

Para que, em troca, façamos o mesmo com os outros. /Que, em vez de julgar ou condenar os pecadores, ofereçamos compreensão, misericórdia e amor.

Como Jesus para conosco, demos aos pecadores a chance de mudar. 

Amém.

quarta-feira, 26 de março de 2025

I ANEC Summit Comunicação e Marketing, São Paulo - SP, Março 2025



Tive a alegria de participar do I ANEC Summit Comunicação e Marketing. Foi um experiência inesquicível, rica em troca de experiências, conhecimento e fraternidade. Obrigado a todos que fizeram possível minha participação no evento. Que possa gerar frutos para nossa missão na Congregação, Igreja e Sociedade. A seguir o texto resumo do evento, publicado pela propria ANEC. Deus abençoe a todos! 


* * * * * 

ANEC Summit Comunicação e Marketing debate desafios e oportunidades da comunicação educacional católica



 


Nos dias 19 e 20 de março, a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) promoveu o primeiro ANEC Summit Comunicação e Marketing, reunindo profissionais da área de Comunicação e Marketing  para discutir estratégias e desafios enfrentados pelas instituições educacionais católicas. O evento, realizado na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo/SP, lotou o auditório da instituição e teve como foco a importância da comunicação na identidade institucional e no relacionamento com a comunidade, além de estratégias para atender às demandas do mundo atual.


Uma Celebração Eucarística marcou a abertura do evento, em solenidade a São José, celebrado no dia 19 de março. Em seguida, com uma fala de abertura, Pe. João Batista, Presidente da ANEC, afirma que vivemos em um mundo onde a comunicação é essencial para o sucesso e a sustentabilidade das escolas. “A maneira como nos comunicamos com nossos alunos, pais, professores e a comunidade em geral pode fazer total diferença na construção de um ambiente educacional acolhedor e eficaz”, destaca.

Ele ainda destaca que o encontro é uma oportunidade de explorar novas estratégias, ferramentas e abordagens que permitam aprimorar a comunicação. “Vamos discutir como podemos utilizar as redes sociais e enfrentar os desafios atuais, sem esquecer a mídia tradicional e as tecnologias emergentes, para transmitir nossos valores e nossa missão de forma comprometida e impactante”, reafirma.

A abertura do evento também contou com a fala da anfitriã ⁠Ir. Maria Aparecida Matias, conselheira secretária da ANEC e reitora da Faculdade Santa Marcelina, que destacou a importância do evento para a educação católica. Anna Catarina Fonseca, Gerente de Comunicação da ANEC, agradeceu a presença de todos. “Como é bom ver este encontro acontecer. O encontro sonhado por nós, da ANEC, há quase um ano. Este é um momento muito especial para refletirmos juntos, trocarmos experiências e construirmos caminhos relevantes para a comunicação e o marketing educacional”, destacou.


Fortalecendo a identidade da educação católica

A Irmã Carolina Mureb Santos, Diretora 2ª Tesoureira e Diretora do Setor de Animação Pastoral da ANEC, abriu a programação de palestras, conduzindo o momento “Fortalecendo a identidade da educação católica”, em que propôs uma reflexão aos profissionais de Comunicação e Marketing presentes. “Você trabalha ou atua em uma instituição de educação católica. O que isso realmente diz sobre a finalidade dessa instituição? E como você, comunicador ou comunicadora, compreende essa identidade de tal forma que nos ajude a torná-la visível e comunicá-la da maneira mais adequada?”, refletiu.

A palestrante destacou que as escolas católicas possuem uma identidade fundante, que as diferencia de outras instituições de ensino, e convidou os profissionais a refletirem sobre como o setor de comunicação pode contribuir para fortalecer e comunicar essa identidade, despertando consciências e novas possibilidades. 

Por fim, a Irmã Carolina ressaltou que a comunicação deve servir como ponte entre a instituição e a sociedade, promovendo o diálogo e a aproximação entre diferentes realidades. 


Os desafios do marketing educacional orientado para resultados

Na palestra “Os desafios do marketing educacional orientado para resultados”, Tiago Rigo, professor e coordenador de marketing da PUCRS, trouxe reflexões importantes sobre como as instituições de ensino podem alinhar estratégias de marketing com seus propósitos educacionais e missão. Ele iniciou destacando a importância de conciliar gestão e missão, afirmando que “não é uma questão de ‘ou gestão, ou missão’, mas sim ‘gestão e missão’ trabalhando juntas”. 

Um dos pontos centrais da palestra foi a discussão sobre branding e posicionamento. Rigo citou o especialista Arthur Bender, que afirma que “marca serve para criar desigualdade entre coisas que seriam iguais”. “Se perguntarmos para as famílias e estudantes quais palavras definem nossa escola, será que eles vão dizer exatamente aquilo que queremos?”, questionou. O palestrante reforçou que a comunicação precisa ser repetitiva, coerente e bem alinhada entre todos os envolvidos na instituição, desde professores até famílias, para evitar ruídos e garantir uma percepção clara da marca.

Tiago, que é professor de gestão de dados, enfatizou que “não se gerencia o que não se mede”. Ele defendeu o uso de dados para embasar decisões estratégicas, como campanhas de marketing direcionadas e ajustes na comunicação.. 

Por fim, o especialista encerrou com uma reflexão sobre a importância de inovar e não se prender a métodos antigos. “Não tenha medo das novas ideias, tenha medo das antigas, pois são elas que podem sabotar o seu negócio e a sua carreira”, aconselhou. 


Novos cenários para a Assessoria de Imprensa num mundo de influenciadores digitais

Janaína Santos, jornalista e mestre em Comunicação, abordou como a revolução digital transformou a comunicação entre marcas e consumidores. No Brasil, onde 86% da população está conectada à internet, a assessoria de imprensa precisou se adaptar a um cenário em que influenciadores digitais têm um papel importante na percepção e credibilidade das empresas. Antes focada na intermediação com grandes veículos de comunicação, a estratégia agora deve incluir criadores de conteúdo e redes sociais, já que 66% dos brasileiros estão ativos nessas plataformas. A interação direta com o público, mediada por influenciadores, redefine como as informações são divulgadas e absorvidas.

Em vez de depender apenas da mídia tradicional, as empresas estão estabelecendo parcerias estratégicas com criadores de conteúdo para ampliar sua presença digital. Essa abordagem permite um diálogo mais próximo com os consumidores, construindo uma imagem mais autêntica e humanizada. A comunicação, nesse contexto, torna-se uma ferramenta essencial para conectar marcas e público, adaptando-se às demandas de um mundo cada vez mais digital e interconectado.

“O futuro da assessoria de imprensa está intrinsecamente ligado à capacidade de adaptação ao universo digital. O desafio não é apenas acompanhar a transformação do mercado, mas liderar essa mudança, entendendo o papel fundamental dos influenciadores na nova dinâmica da comunicação. Num mundo onde a percepção das marcas é moldada em tempo real, estar presente e bem posicionado nas redes sociais é um fator determinante para o sucesso”, destaca Janaína.


O sucesso da comunicação nas instituições católicas de ensino 

No primeiro dia do evento, o público teve a oportunidade de conhecer cases de boas práticas na Educação Católica, com a apresentação de iniciativas inspiradoras de várias instituições de ensino, abordando o impacto da comunicação estratégica e do protagonismo estudantil no engajamento da comunidade escolar.

Os cases incluíram projetos de escolas, universidades e mantenedoras, como o Colégio Nossa Senhora das Dores, apresentado por Fernanda Madeira e Anna Paula Jardim; a Congregação de Nossa Senhora, da Rede de Educação Notre Dame, apresentado por Erni da Rosa; o Colégio Regina Mundi, por Ricardo Botelho; o Colégio Dom Elizeu, por Carlos Enrique Lima; Rede Filhas de Jesus, por Renata Dantas; Colégio dos Jesuítas, por Mauro Gabriel Fonseca; Colégio Nossa Senhora das Neves, por Cecília Ludmila Marinho; e a Universidade Franciscana, por Carina Bohnert e Bruna Taschetto.


Estratégia e comunicação: planejar e construir o futuro da educação católica

Marcelo Cordeiro, especialista em Estratégia  e Comunicação, abriu o segundo dia do evento destacando a importância do planejamento estratégico nas instituições educacionais. “A comunicação é essencial no processo estratégico. Se as pessoas não conhecem o plano, como vão implementá-lo?”, questionou. 

Assim como a Ir. Carolina Mureb, ele destacou a importância de considerar a identidade confessional das escolas nos planos de comunicação e marketing. “Já vi empresas contratarem consultorias estratégicas que propunham planos baseados apenas na lógica do mercado, focando em concorrência e lucro, mas que falharam por não se alinharem à identidade institucional. Isso reforça a importância de estratégias coerentes com os valores da organização.”

Ele também ressaltou a necessidade de adaptação constante e a importância de estratégias coerentes com os valores da organização. “[A comunicação] tem uma função pedagógica dentro da organização educacional, que é traduzir, muitas vezes, os conceitos e ideias, aquilo que pensamos em termos de teoria da estratégia, para uma linguagem mais coloquial, mais simples, mais informal do cotidiano da educação. Então, é importante fazer essa transposição da linguagem técnica, mais objetiva, para uma linguagem mais acessível e próxima das pessoas”, afirmou. 

O especialista também destacou a importância de envolver todos os colaboradores no processo de planejamento para garantir a implementação eficaz das estratégias.


Gestão de crise: comunicação e cultura do cuidado

Rosângela Florczak — doutora e mestre em Comunicação, especialista em Comunicação Empresarial e decana na PUCRS —, abordou a importância da prevenção e do cuidado na gestão de crises. “Em crises, a comunicação não deve ser tratada como uma mera transferência de informação. Ela deve ser vista como uma negociação de sentido, um processo de construção de significado”, destacou. 

Ela enfatizou a necessidade de mapear riscos e preparar estratégias de comunicação preventiva. “[A crise] não é circunstancial, é um dado do nosso tempo. Vivemos tempos de grandes transformações, e as crises são um reflexo disso. (…) Agora, estamos enfrentando outras transformações, como a inteligência artificial, e precisamos entender que as crises que surgem são apenas sintomas dessa metamorfose”, destacou. 

Em entrevista exclusiva para a ANEC, Rosângela destacou os três principais pontos durante uma gestão de crise, são eles: a preparação das instâncias envolvidas; o cuidado na comunicação interna e externa; e a implementação de boas práticas.

“A comunicação interna deve ser priorizada, com foco nas pessoas diretamente envolvidas no episódio que gerou a crise. Em resumo, a gestão deve estar preparada para enfrentar situações complexas, com protocolos bem definidos, para evitar surpresas e garantir que o tema seja tratado de forma planejada e com a devida seriedade”, concluiu.


LGPD nas instituições educacionais católicas: boas práticas e desafios na proteção de dados

Silvana Lewandoski, advogada especialista em proteção de dados da Rede Jesuítas, abordou os desafios e boas práticas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) nas instituições educacionais. Ela explicou que os dados pessoais são “um ativo dentro da instituição” e devem ser tratados com cuidado para evitar desconfiança e descredibilidade. 

A especialista explica que a LGPD se baseia em dez princípios para o tratamento de dados, no entanto, destacou os quatro principais: finalidade, os dados devem ser coletados para um propósito legítimo e específico; adequação, os dados coletados devem ser apropriados à finalidade proposta; necessidade, deve-se coletar apenas os dados estritamente necessários para o objetivo pretendido; e transparência, de maneira que o titular dos dados deve ter conhecimento claro sobre como suas informações estão sendo utilizadas.

Em entrevista exclusiva para a ANEC, Silvana reforça que um dos maiores desafios é garantir que todas as áreas envolvidas estejam cientes e conscientes da importância da lei. “Para isso, é essencial ter um programa de adequação à lei para que possamos tratar corretamente os dados pessoais em todos os processos da instituição. Isso nos permite identificar lacunas no tratamento dos dados e melhorar procedimentos relacionados ao armazenamento e ao cancelamento de dados.”

Segundo Silvana, por vezes, a LGPD é vista como algo distante, como uma área apenas para resolver problemas, quando, na verdade, seu objetivo é prevenir problemas. “A comunicação eficaz, tanto interna quanto externa, é uma forma importante de evitar incidentes. Estou muito feliz de estar participando deste evento, pois ele contribui para dar mais segurança às instituições, e acredito que a ANEC fez um excelente trabalho ao promover esses debates”, conclui.


Campanha de Matrículas: como o time de marketing pode potencializar a estratégia de captação e retenção.

Na palestra “Campanha de Matrículas: como o time de marketing pode potencializar a estratégia de captação e retenção”, Lucas Faleiro, especialista em comunicação para escolas, trouxe reflexões práticas para instituições de ensino. Ele iniciou destacando a importância de pensar no ciclo de matrículas de forma anual, dividindo-o em duas etapas: planejamento e execução. “O ciclo de matrículas para 2026 já começou. Se não começarmos a planejar agora, vamos ficar atrasados”, alertou. Faleiro enfatizou que o tempo dedicado ao planejamento permite que as ações sejam executadas da melhor forma possível, garantindo maior eficácia na captação e retenção de alunos.

Faleiro também abordou a importância da retenção de alunos, destacando que reter um aluno custa de 5 a 10 vezes menos do que captar um novo. Ele sugeriu a realização de pesquisas de satisfação eficazes, com perguntas objetivas e focadas no que realmente importa para a instituição. “Uma pesquisa bem feita pode ajudar a entender a satisfação dos alunos e das famílias em momentos específicos”, explicou. Além disso, ele recomendou o uso do “funil de rematrícula” como ferramenta para identificar alunos em risco de evasão e desenvolver ações específicas para retê-los. “Foque nos 300 que indicaram interesse em não se rematricular e desenvolvam ações específicas para reverter essa situação”, sugeriu.


Transformação digital e inovação: estratégias avançadas para o marketing educacional

Na palestra “Transformação digital e inovação: estratégias avançadas para o marketing educacional”, Ivan Seidel — cofundador e CPO da Layers Education — compartilhou experiências e estratégias que podem ser aplicadas no marketing educacional, mesmo vindo de um background de tecnologia. Um dos pontos que ele destacou foi a importância de resolver problemas de forma criativa.

O palestrante também abordou a importância de transformar operações repetitivas em ativos intangíveis, como o conhecimento, que pode ser documentado e replicado com menos esforço a cada ano. Ele introduziu os conceitos de Opex (gastos operacionais) e CapEx (gastos de capital), destacando que o tempo das pessoas pode ser convertido em ativos valiosos se bem aplicado. 

Ele sugeriu que as instituições devem focar em criar ações replicáveis que possam ser refinadas e melhoradas ao longo do tempo, economizando tempo e recursos. Ivan exemplificou isso com a estratégia de crescimento da sua empresa, que evoluiu em número de visitantes em eventos de um ano para o outro, sem aumentar significativamente os custos, mas sim refinando as ações básicas.

O palestrante também falou sobre a importância de gerar awareness, ou consciência da marca, antes de focar em vendas. Ele destacou ser crucial conquistar a atenção do público antes de tentar vender, usando estratégias que maximizem o espaço mental e o poder da emoção. Ele concluiu enfatizando a necessidade de basear decisões em dados e métricas para garantir que as estratégias de marketing sejam eficazes e replicáveis.

Comunicar com empatia: estratégias de Inteligência Emocional e Comunicação Não Violenta para impacto e conexão

Na palestra apresentada por Paloma Bastos, foram abordados temas centrais sobre a importância da comunicação empática e não violenta no contexto das relações humanas. Com especialização em educação moderna (PUC-RS), e gerente pedagógica do LIV (Laboratório Inteligência de Vida), destacou que a comunicação é um processo cheio de ruídos, em que muitas vezes o que é dito não é necessariamente o que é entendido. “Como ter certeza de que o que queremos comunicar realmente chegou na pessoa? Não temos essa certeza. Podemos ser o mais claro possível, mais objetivo, seguir técnicas e, ainda assim, qual a garantia de que a pessoa vai entender?”. 

Paloma também destacou a complexidade da comunicação e a necessidade de uma escuta atenta e consciente. Em um dos pontos centrais da palestra, ela explica que conflitos são inevitáveis nas relações humanas, mas não precisam ser violentos. “Conflitos fazem parte das relações humanas, pois elas são compostas de diferenças. Só de eu ser diferente de vocês, isso já inicia um conflito.”

Neste caso, ela enfatizou que a chave para lidar com conflitos de forma saudável está na capacidade de se conectar com o outro, mesmo em meio a discordâncias. “Se conectar é diferente de concordar. Pode ser que você discorde do outro, mas você vai criar uma conexão de escuta e de ouvir aquilo de uma perspectiva, não de julgamento”, afirmou.

Bastos apresentou os componentes da Comunicação Não Violenta (CNV), que incluem: observar fatos, reconhecer sentimentos, identificar necessidades e fazer pedidos claros. Apesar de não ser uma fórmula exata, a aplicação desses princípios auxilia na compreensão e na resolução de conflitos.


No encerramento do evento, Anna Catarina Fonseca, Gerente de Comunicação da ANEC, reforçou os agradecimentos aos palestrantes, participantes, ao GT ANEC Summit (foto), aos patrocinadores, membros da ANEC e da Faculdade Santa Marcelina que colaboraram para o encontro acontecer e destacou a importância dos dois dias de encontro. “Ao longo do evento, vimos como a comunicação pode ser um instrumento potente de evangelização e identidade institucional. Compartilhamos desafios, celebramos conquistas e fortalecemos a rede de profissionais que tem um propósito em comum: potencializar a educação católica por meio da comunicação”, finalizou.

Pe. João Batista proferiu a fala final. “Este evento pode ser considerado uma oportunidade para fortalecer nossos laços e criar uma rede de apoio entre as escolas católicas. Juntos, podemos enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem diariamente em nossas instituições”, reforçou Pe. João Batista, dando a benção final de envio a todos os presentes. 

Para os participantes, o evento foi muito positivo. “Foi incrível! Todas as palestras e cases relevantes para a realidade que vivemos nos colégios. Muito aprendizado e uma reciclagem de conhecimentos. E, principalmente, focado na educação catolica sem esquecer do mundo em que vivemos. Maravilhoso!”, afirma a gerente de Marketing do Colégio Sion, em São Paulo/SP, Andréa Caroline Oliveira.

Agradecimentos 

Nosso agradecimento especial à equipe da Faculdade Santa Marcelina, que apoiou a ANEC em todo o processo de planejamento, organização e realização do evento.

Aos patrocinadores FTD Educação, Book Fair, Edify Education, Editora do Brasil, International School, Isaac, Layers e LIV, nossos agradecimentos por tornar possível a primeira edição do ANEC Summit.

Fonte: https://anec.org.br/noticias/anec-summit-comunicacao-e-marketing-debate-desafios-e-oportunidades-da-comunicacao-educacional-catolica/

terça-feira, 25 de março de 2025

Missão do Japão 30/03/2025: 4º Domingo da Quaresma | ANO C (Lc 15,1-3.11-32) Homilia



Nas diferentes versões em inglês do evangelho segundo Lucas, essa história que temos hoje é intitulada: “a parábola do filho pródigo”.

Mas se olharmos profundamente, o que realmente dá um efeito surpreendente e edificante nessa história é o gesto do pai para com o filho que voltou.

Ela descreve o amor incondicional do pai por um filho que cometeu um erro.

Com essa história, somos informados de que o Pai não é apenas um Deus bom e provedor.  Mais ainda, ela nos diz que nosso Deus é um Pai que tem grande amor por todos, principalmente por pecadores como nós.

Mesmo que, repetidamente, optemos por fugir e seguir nossa própria vontade. /Ele não condena, mas espera pacientemente.

Por meio dessa história do evangelho, somos lembrados de que nosso Pai não mudou o que começou desde o princípio. /Lembrem-se de que Ele nos criou por causa de Seu grande amor.

Agora, mesmo que muitas vezes tenhamos nos tornado infiéis, esse Grande Amor permanece. Nada mudou.   /Por isso, Ele é capaz de aceitar e perdoar qualquer um que retorne.

Neste período de Quaresma, que todos nós reconheçamos e compreendamos esse Grande Amor e Misericórdia do Pai por nós.

Que possamos perceber que, mesmo que tenhamos pecado muito e por mais graves que sejam esses pecados, não há motivo algum para ter medo, vergonha ou desânimo em nosso desejo de voltar para Ele.

Porque a verdade é que nenhum pecado ou erro na vida é imperdoável para nosso Pai Amoroso.  Porque nenhum pecado é maior do que o amor do Pai.

Da mesma forma, ao refletirmos sobre o sofrimento de Jesus, que é o símbolo concreto do Amor de Deus por nós, podemos entender melhor o que é o Amor Cristão.

Da cruz, antes de morrer, Jesus falou com o Pai, dizendo-Lhe que perdoasse aqueles que causaram Seu sofrimento, pois eles não sabiam o que estavam fazendo.

Jesus é, de fato, o reflexo perfeito do Pai.

Que cada um de nós seja abençoado com o perdão de Deus.

E, como Deus, o Pai, e Jesus, nosso Senhor, que também sejamos abençoados com um coração que perdoa.

Amém.

terça-feira, 18 de março de 2025

Missão do Japão 23/03/2025: 3º Domingo da Quaresma | ANO C (Lc 13,1-9) Homilia



É fato que algumas pessoas acham que quando acontecem tragédias, é a ira de Deus. Eles acreditam que Deus está punindo as pessoas. Pior, outros interpretam isso como uma forma de Deus se livrar dos pecadores.

Em resumo, algumas pessoas pensam e acreditam que, quando você é um pecador, automaticamente, como punição de Deus, uma tragédia virá sobre você.

Meus queridos amigos, para Jesus, nosso Senhor, essa crença não tem fundamento.

Nosso Senhor deixou de lado essa crença de que um pecado específico trará uma tragédia específica para a vida de alguém.

E, principalmente, Jesus não concordou com o que algumas pessoas diziam que, embora todos fossem pecadores, outros eram mais pecadores e, portanto, mereciam essas tragédias.  /Jesus não concordou porque, na verdade, havia pessoas igualmente pecadoras tanto quanto as que morreram nessas tragédias na Bíblia.

Portanto, mesmo que estejamos aqui, vivos, fortes e saudáveis, e não sejamos incomodados por nenhum problema, isso não significa que sejamos melhores do que aqueles que estão em meio a dificuldades.

Porque a verdade é que Deus dá bênçãos e graças tanto para os bons quanto para os maus. E é permitido que essas tragédias aconteçam, não para nos punir, mas, por meio delas, para nos ajudar a reconhecer e apreciar o Amor e a Misericórdia de Deus.

O que Cristo afirmou e concordou foi a verdade de que o pecado pode realmente nos levar a uma verdadeira tragédia da vida.

E essa tragédia é a tragédia da condenação eterna, dada àqueles que rejeitam a oferta de salvação e optam por viver nas trevas e em uma vida pecaminosa e tortuosa.

Lembrem-se de que o amor de Deus por nós é profundo e eterno.

Essa é a razão pela qual nosso Senhor Jesus nunca se cansa de nos convidar a nos arrependermos de nossos pecados, a começarmos a renovar nossa vida e a nos esforçarmos ao máximo para tornar nossa vida digna do Reino.

Não vamos nos esquecer da história da figueira. Foi-lhe dada uma segunda chance de viver e dar frutos.

Nós somos iguais. Apesar de sermos pecadores, ainda recebemos bênçãos de Deus. Esperando que, com esses cuidados d’Ele, nos tornemos pessoas melhores e produzamos frutos. 

Amém.

sexta-feira, 14 de março de 2025

Missão do Japão 16/03/2025: 2º Domingo da Quaresma | ANO C (Lc 9,28b-36) Homilia


Antes desse evento da Transfiguração de Jesus, Jesus já havia contado a Seus discípulos sobre Seu sofrimento e morte que se aproximavam.

Poucos dias depois de revelar a eles sobre Seu destino, Jesus levou Pedro, Tiago e João ao monte para orar.

Jesus se transfigurou, eles viram as duas grandes figuras do Antigo Testamento, Moisés e Elias, e ouviram uma voz do céu.

Ele trouxe os três para que fossem testemunhas de um evento incrível, que de alguma forma lhes daria algo a que se apegar.

Ele levou os três ao monte para que pudesse lhes explicar claramente o que queria dizer sobre as bênçãos por trás de Seus sofrimentos e morte.

Porque, na verdade, o que aguarda um discípulo é uma vida de grande celebração e alegria eterna.

Há duas coisas importantes que esse evento gostaria de enfatizar para nós.

Primeiro, Jesus quer dizer não apenas aos primeiros discípulos, mas a nós, seus seguidores dos dias de hoje, que, em momentos de dificuldades e desafios, não há outra pessoa a quem recorrer, a não ser Deus por meio de nossas orações.

Assim como aconteceu com os três apóstolos, quando nos relacionamos com Deus em nossos momentos conturbados e difíceis, nosso espírito será elevado.

Em nosso momento de oração, seremos iluminados e seremos levados a entender nossa condição.

Em nossos momentos de oração, seremos libertados da confusão e da tristeza. Porque quando oramos a Deus, Ele nos concede paz e nos assegura a esperança.

Em segundo lugar, Jesus nos lembra que a verdadeira alegria, depois de todos os sofrimentos, prometida aos primeiros discípulos, também é prometida a nós.

Porque quando Jesus aceitou Sua cruz, Ele aceitou esse sofrimento por todos, inclusive por nós.

E, ao aceitá-lo, Ele alterou a imagem de todo sofrimento.  Que nossos sofrimentos não são apenas sofrimentos que experimentamos.

Mais do que isso, todo sofrimento é um meio de salvação e um caminho para a vida eterna.

Como discípulos de Jesus, o sofrimento não é o nosso fim, se continuarmos a viver em fidelidade a Ele. /Próximo à nossa fidelidade está certamente o recebimento da Felicidade prometida no Reino.

Portanto, neste período da Quaresma, é muito claro que Jesus está nos incentivando a continuar a missão que nos foi dada, independentemente de quão difícil ou desafiadora ela possa parecer.

Pedimos que permaneçamos firmes em nossa escolha de seguir Jesus, mesmo que, às vezes, a vida pareça confusa e frustrante.

Porque, mais tarde, tudo será mudado.  /Jesus transformará tudo em alegria.  /Porque isso é o que Ele promete àqueles que permanecem fiéis até o fim. 

Amém.

quinta-feira, 13 de março de 2025

Reflexão sobre o evangelho da transformação da Água em Vinho



Já ouvimos mais de uma vez, sobre a festa de casamento em Caná. Portanto, sabemos muito bem que esse casamento não foi apenas uma reunião comum de parentes e amigos dos recém-casados. Foi algo muito especial. E especial porque foi na presença de Maria e dos discípulos que Jesus realizou seu primeiro milagre.

Talvez a coisa mais interessante para as pessoas presentes naquele dia, tenha sido o vinho que foi servido no final.

O vinho deve ter tido um sabor maravilhoso. Mas Deus quer que tiremos coisas mais importantes desse casamento em Caná. Deus quer que consideremos lições mais profundas desse evento.

Em primeiro lugar, o milagre da água transformada em vinho aconteceu porque Jesus estava lá. A começar por Caná, diz-se que onde e quando Jesus está, tudo muda.

Sabemos que onde quer que Jesus esteja, há transformação. Por exemplo, pessoas que não podiam ouvir, de repente, ouvem; pessoas que não podiam ver, enxergam.

Os pecados do mundo são perdoados; os cobradores de impostos, que eram pecadores públicos, tornaram-se seguidores devotados de Jesus. O pão e os peixes se multiplicaram aos milhares. Em suma, se quisermos mudar nosso modo de vida e nossa maneira de agir como indivíduos e como comunidade, é importante que Jesus esteja presente em nós e na sociedade, e que o encontremos. É bom que encontremos Jesus.

Se Jesus estiver em nosso coração e em nossa vida diária, não como uma presença física, mas como uma presença espiritual. Ele nos transformará em pessoas melhores. Precisamos da presença de Jesus para nos tornarmos membros de uma igreja que compreenda, ame e cuide melhor uns dos outros.

A segunda é que. foi por meio do cuidado e da intercessão de Maria que esse milagre aconteceu.

O importante papel de Maria como intercessora de seu Filho é claramente demonstrado aqui. Maria é a Mãe de Deus, que cuida de nós, em nossos momentos de dificuldade e angústia. Maria é a primeira pessoa que nos diz para seguirmos as palavras de Jesus, sejam elas quais forem.

Porque Maria sabe que, quando estamos com problemas, a melhor resposta é ouvir Jesus.

Maria sabe claramente que a melhor resposta é seguir Jesus. O envolvimento de Maria no milagre de Caná nos diz essencialmente isso. E sabemos que a intimidade entre Maria e nós é uma promessa de intimidade entre seu Filho e nós.

A terceira é que, por meio do milagre da transformação da água em vinho, os discípulos viram a glória de Jesus e creram n’Ele.

Creram em Jesus. O que não implica dizer que antes eles não lhe davam crédito. Seguramente, antes desse milagre, a fé no poder e na autoridade de Jesus já havia sido nutrida. O milagre em Caná, apenas reforçou o que Jesus havia ensinado aos seus discípulos.

E os discípulos, fortalecidos por este sinal, mantiveram sua fé até a morte. Os milagres acontecem todos os dias em nossa vida cotidiana. Isso significa que há muitas coisas ao nosso redor que fortalecem nossa obediência a Jesus.

A beleza da criação, a excelência da tecnologia, a surpreendente bondade das pessoas e da humanidade. Esses são alguns dos milagres que vemos ao nosso redor. Todos eles revelam a glória de Deus. O importante é a nossa fé de que eles são sinais da misericórdia e do cuidado de Deus. Que Jesus esteja sempre entre nós.

Por meio de Maria, que possamos nos aproximar de Jesus. E que, como seus discípulos, sempre nos lembremos da glória de Jesus. Amém.

domingo, 9 de março de 2025

Missão do Japão 09/03/2025: 1º Domingo da Quaresma | ANO C (Lc 4,1-13) Homilia



Embora tenhamos entrado na disciplina da Quaresma, por meio do jejum, da oração e da esmola, não estamos entrando no tempo da solidão ou da tristeza.

Embora seja verdade que nos seja pedido que façamos alguns sacrifícios e reflexões, na verdade, estamos gradualmente entrando em um período de grande alegria. 

O Grande Dia da nossa Salvação!

A Quaresma é uma oportunidade para nos lembrarmos da verdade de que, mesmo que a vida tenha muitas tentações e decepções do mal, isso não significa que somos perdedores. 

A Quaresma nos lembra das experiências de nosso Senhor e de como Ele enfrentou e superou Seus sofrimentos e Sua morte. 

Nesta Quaresma, há três coisas das quais estamos sendo lembrados para permanecermos em forma de luta contra o mal:

Primeiro, nosso evangelho de hoje nos diz que as tentações estão sendo usadas pelo mal em nossos momentos de necessidade e fraqueza.

Como aconteceu com Jesus. Como Ele estava na escassez e tinha fome, o diabo tentou Jesus a transformar a pedra em pão, para que Ele comesse. /O diabo faz isso conosco todos os dias. 

E, na verdade, as palavras do demônio são doces e convidativas. /Lembre-se de que Jesus não cedeu.

Ele sabia que tudo era apenas para enganá-lo e desviá-lo do que o Pai queria que Ele fizesse.

Em segundo lugar, por meio dessa experiência de Jesus na dificuldade, estamos sendo lembrados de que, durante esses momentos de tentação, nossa defesa mais forte sempre será a Palavra de Deus, que nos levará a orar.

Se observarmos Suas respostas à tentação, Ele sempre respondeu usando a Palavra de Deus. E, de certa forma, Jesus está nos lembrando que, se conhecermos de cor a Palavra de Deus e a vivermos, estaremos armados com a maior arma para combater o mal.

Em terceiro lugar, está claro em nosso evangelho que nossas orações e sacrifícios, juntamente com as boas obras, são nossos melhores meios de combater as tentações e os enganos do mal. /E com isso, Jesus nos lembra que, se conhecermos de cor a Palavra de Deus e a vivermos, estaremos armados com a maior arma para combater o mal.

E, com isso, também somos lembrados que, com nossas orações, juntamente com nossa oferta de sacrifícios, podemos vencer o mal e alcançar nossa vitória. 

A Via Sacra é a bênção oculta que nos foi dada pelo Pai. /Porque é o caminho para nos oferecermos fielmente, de todo o coração, à Sua vontade.

Esta é a Boa Nova que Jesus quer que todos nós entendamos melhor enquanto estamos no período da Quaresma. /Que este tempo, entre outras coisas, é um tempo de alegria.

Porque, durante esse momento, somos lembrados da Esperança que Jesus plantou em cada coração de todos os Seus fiéis. 

Que, apesar da realidade da vida ser difícil e pesada às vezes, nós, como crentes em Jesus, temos a capacidade de rejeitar e vencer o pecado e o mal. 

Por meio de nossos sacrifícios, orações e obras de bondade, podemos contribuir para a destruição do mal.

este período da Quaresma, reconheçamos novamente essa força interior e esse poder contra o mal. /E caminhemos nesta vida armados com essa esperança conquistada por Jesus. Amém.

segunda-feira, 3 de março de 2025

Jornada por América do Norte e Caribe


Amigos são irmãos que Deus nos permite escolher. Pessoas que alegram nosso ser e nos fazem especiais pelo simples ato de existir e partilhar conosco momentos únicos de suas vidas. Assim que começo este relato, agradecendo a Deus e aos meus amigos pelo que somos e por tudo que partilhamos, especialmente, nos últimos dias, nos encontros que tivemos no México, Estados Unidos e Cuba. Em fevereiro de 2025, tive a alegria de estar nos países supracitados: o sentimento de gratidão é imenso, e aqui quero deixar claro, senão pelos amigos, estar ali, não teria o mesmo sentido.


Meu compromisso primeiro foi participar da ordenação presbiteral do Diác. Guillermo Flores, CM no México, porém a ocasião me fez optar por um stopover nos Estados Unidos, onde tive o prazer de encontrar-me com os coirmãos que servem na Paróquia São Vicente de Paulo do Condado de Los Ángeles. O Pe. Toshio, animador vocacional da Província Oeste, buscou-me no aeroporto (LAX) e acolheu com os demais coirmãos na comunidade local (Gary - Americano e Socrate - Haitiano), onde também encontrei dois membros dos Arautos do Evangelho que faziam estágio missionário na região.   


Na tarde do mesmo dia (03/02), saímos para jantar com Jon Stemkoski, criador do grupo missionário Celebrants Singers, com quem partilhei memórias da passagem de seu grupo pelo Brasil 2024, e planejamos um retorno do grupo ao país para 2025. Estar pessoalmente com Jon foi extraordinário. Se Deus quiser, na próxima turnê pelo Brasil, ele estará presente.


No dia seguinte (04/02), depois da missa matinal, Pe. Toshio fez a gentileza de me levar para conhecer outra casa da congregação, onde residem padres idosos, a Catedral Metropolitana de Los Ángeles, o Teatro Chinês - uma das principais atrações de Hollywood - e o Observatório Griffith. Também tentamos ir a Malibu, local atingido por incêndios, mas só tinham acesso ao local, populares ou profissionais da defesa civil.


Era minha primeira vez nos Estados Unidos e estava, por um lado, contente com todo o belo que o local pode oferecer, por outro, reflexivo, com a quantidade de moradores de rua e demais situações limitantes comuns aos grandes centros.


A Catedral de Nossa Senhora dos Anjos em Los Ángeles é moderna e traz nas paredes laterais pinturas de santos de nossa Igreja, porém com rostos de pessoas das ruas da cidade, dentre eles estão São Vicente de Paulo, Santa Luisa de Marillac e Santa Elizabeth Seton.


Visitamos, na imponente cripta da catedral, o jazido de nosso coirmão vicentino, Dom Thaddeus Amat y Brusi (1810-1878), que foi o primeiro bispo de Los Angeles. De seus muitos feitos destacamos a participação do Concílio Vaticano I, criação da Catedral de Santa Vibiana (a primeira de Los Angeles), construção de escolas - Saint Vincent's College (agora conhecido como Loyola Marymount University), fundação de cemitérios e convidou congregações para atuar na sua diocese: Vicentinos, Franciscanos, Filhas da Caridad e Irmãs do Imaculado Coração de Maria.


Estados Unidos da América é originalmente protestante, porém, a região da Califórnia foi evangelizada, no seu tempo, por um frade franciscano: São Junípero Serra que no século XVIII liderou a primeira expedição terrestre à Alta Califórnia, onde fundou 21 missões com comunidades que daria nome das atuais grandes cidades, dentre outras: San Diego, Los Angeles, San Francisco e por elas: Sacramento - capital do Estado.


Ainda no dia 04, tivemos um almoço "poliglota", com fiéis nipo-americanos, onde falamos em japonês, inglês, espanhol e português. A impressão que se dá é que toda a Califórnia domina as línguas inglesa e espanhola. As missas, inclusive, em nossa paróquia (São Vicente de Paulo), são rezadas num ou noutro idioma.


Em 05/02, tive o prazer de conhecer pessoalmente Liliana Castellano, que me levou para conhecer The Strip, principal rua de Las Vegas, no Estado de Nevada. Um local, verdadeiramente, cinematográfico. Na oportunidade, refletirmos sobre o que poderíamos fazer para continuar o legado vicentino desde nossas realidades e firmamos parcerias de trabalhos na linha da vocação, comunicação e família vicentina.


Já era 6 de fevereiro e estava há um dia da ordenação do Memo, dirigi-me, apressadamente ao México, passando por San Diego (USA), com direito às aventuras próprias de um mochileiro em terras estrangeiras: novas amizades, exploração de taxistas, tensões na alfândega, etc. Porém, já em Tijuana (México), na companhia dos coirmãos (Pe. Alonso, Pe. Juan, Pe. Jesus, Pe. Silviano, Diác. Oswaldo e Seminaristas), a viagem recobra seu sentido. Em comboio, dirigimo-nos à Encenada. Ali ficamos hospedados na casa de uma família da AIC (Patrícia e Santiago).


Dia 7, era ordenação do Memo, ele estava, aparentemente, tranquilo, mas já sabemos que não, pois o dia de nossa ordenação, É O DIA! Na igrejinha do bairro, tudo muito bonito e muito singelo. O bispo foi pontual, cerimônia sóbria, típica da simplicidade vicentina. Ali tive a alegria de acolher Guillermo no colégio dos presbíteros. Não eram 19h, e já nos encontrávamos na recepção, celebrando com seus familiares e amigos, a satisfação de ver realizado o sonho, dos outrora amigos virtuais seminaristas vicentinos, e a partir daquele início de noite, missionários vicentinos, presbíteros da Igreja, servidores e evangelizadores dos pobres.


No dia seguinte (08/02), participamos de sua primeira missa - ou "canta missa" como dizem os mexicanos, no mosteiro das irmãs Adoratrices Perpetuas de Ensenada. O almoço foi no vinhedo, a convite da irmã do neossacerdote. De lá, nos dirigimos ao Vale de Guadalupe a fim de aprender um pouco sobre o processo de fabricação de vinhos na bodega do Baron Balche. 


Acompanharam-nos ao local o pe. Silviano, o Diác. Oswaldo e os seminaristas ou estudantes vicentinos: Adrian, Carlos, Armando, Andrés, Roberto e David, que no dia anterior já tínhamos coincidido na Bufadora - um bufão natural, considerado o segundo maior gêiser marítimo do mundo, um dos principais pontos turísticos de Ensenada.


Ainda no México conversamos com o provincial Pe. Juan Gaucín, CM, atual presidente da CLAPVI a quem entreguei o croqui do Simpósio de Comunicação a ser realizado de 27 a 29 de junho de 2025 em Belo Horizonte–MG (Brasil), bem como gravamos um vídeo motivando que as províncias de nossa Conferência enviem seus representantes para o simpósio e vídeo com os estudantes: Carlos, David e Adrian com mensagem vocacional aos candidatos e seminaristas da CM Cuba, meu destino imediato.


Na manhã do dia 09, empreendi viagem à Cuba, passando outra vez por Los Ángeles, onde tive a alegria de encontrar o Pe. Paul (Diocesano), que me convidou a conhecer o Mini Brasil de Los Angeles (espaço com hotel, café restaurante e outros empreendimentos tupiniquins), o pôr-do-sol do pie e a paróquia de Santa Mónica e a famosa Beverly Hills.


Naturalmente, meu voo não foi direto a Havana, mas teve conexão em Panamá, onde comprei a "tarjeta visto de turista", conforme me orientou Frei Beto. No desembarque, porém, descobri que já não era necessária, uma vez que já tinha adquirido, antes de sair do Brasil, o visto eletrônico, mas tudo foi aprendizado. E como foi! Poderia dizer que Cuba me surpreendeu, em todos os aspectos. É um lugar de missão e está de porta e coração abertos para receber os missionários. Pe. Ricardo e o estudante Carlos foram me buscar no aeroporto e, antes de ir ao hotel, passamos nas duas casas dos coirmãos na capital do país, conhecemos as obras (La Milagrosa e La Merced), os projetos que desenvolvem com os idosos e pessoas com deficiência (síndrome de Down).



Ainda na tarde de 11/02, os seminaristas me acompanharam em uma caminhada pelo centro histórico de Havana, repleto de arquitetura colonial espanhola do século XVI e marcos como o Castillo de la Real Fuerza e o Capitólio Nacional. A cidade combina história, cultura e arte, refletidas em museus, murais coloridos e uma vibrante vida musical. O cotidiano dos moradores, com suas histórias e paixões, torna a experiência única, assim como os clássicos carros antigos que circulam pelas ruas. Além disso, a agitada vida noturna, restaurantes, e espetáculos musicais fazem de Havana um dos destinos mais curiosos da América Latina.


No dia seguinte, 12/02, tivemos uma convivência vocacional, com formação, testemunho e partilha, com os estudantes: Abel, José Luís e Carlos, na casa de praia da Congregação na cidade de Guanabo, quando também celebramos o seminarista mártir, beato Jan Havlik. À tarde deu praia, pois se uniram a nós, todos os coirmãos da missão cubana: Pe. Ricardo (Superior), Pe. José (Missionário Mexicano) e Pe. Rowel (Missionário Filipino), com exceção do Pe. Abel (Missionário Colombiano) que estava de férias e do Pe. Dainier, que estava em Santiago de Cuba, substituindo o Pe. Abel.


Na manhã de 13/02, um novo Pe. Cleber regressou ao Brasil. Depois de tudo  vivido, os conceitos eram outros - preconcepções mudadas em novos conceitos, expectativas superadas. A sensação de sonho realizado, missão feita, serviço executado. Nas mãos, uma mala de lembranças e outra de saudades. A todos que encontrei, trouxe comigo na memória do coração, contatos pós-viagem feitos e a certeza de minha oração e carinho a fim de que nossa amizade, missão e vocação possam se fortalecer, frutificar e seguir crescendo. Obrigado por tudo. Deus os abençoe. Rezem também por mim.



 


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Missão do Japão 23/02/2025: 7º Domingo do Tempo Comum | ANO C (Lc 6,27-38) Homilia



A leitura do evangelho de hoje nos fala sobre o mandamento de Jesus de amar o próximo, os inimigos e orar por aqueles que nos perseguem.

 

Certamente, até Jesus concordaria que esse mandamento não é fácil de seguir. De fato, é um mandamento exigente. Porque, a rigor, nossa tendência humana é priorizar a nós mesmos, antes de qualquer outra pessoa.

 

Embora eu concorde que esse mandamento, de amar o próximo como a nós mesmos e amar os inimigos e perseguidores, certamente não é uma coisa fácil de fazer, acredito, porém, que não é impossível.

 

Porque se esse mandamento fosse impossível de ser cumprido, como poderíamos obedecer? Como poderíamos seguir Seus mandamentos?

 

Eu mencionei que, humanamente falando, isso será difícil e aparentemente impossível de ser feito.  /Mas, embora sejamos seres humanos, não nos esqueçamos de que, em virtude de nosso batismo, recebemos as qualidades do Divino.

 

Como Deus está presente em nós, essas qualidades também estão presentes e, portanto, elas nos ajudam a tornar possível em nossa vida o mandamento de amar nosso próximo e nossos inimigos.

 

Somos filhos de Deus. E como Seus filhos, parte de Sua expectativa em relação a nós é que O imitemos. /Se não vivermos de acordo com Seus exemplos, não poderemos ser chamados de verdadeiros filhos d’Ele.

 

Amar nosso próximo como a nós mesmos, creio eu, não significa literalmente comprar coisas materiais ou mimá-los, como talvez demonstremos nosso amor por nós mesmos.

 

Mas, significa respeitá-los da mesma forma que respeitamos a nós mesmos. Tratá-los bem, da mesma forma que tratamos a nós mesmos. Evite machucá-los, porque as pessoas que estão em seu juízo perfeito não machucariam a si mesmas.

 

Da mesma forma, amar seus inimigos não significa literalmente dar uma festa, dar-lhes presentes em ocasiões especiais, etc.

 

Significa, inicialmente, mesmo que eles sejam considerados inimigos, não orar para que algo ruim aconteça a eles.

 

Como cristãos, não devemos amaldiçoar as pessoas quando elas estão contra nós ou nos fizeram algo errado.

 

Não recorramos à vingança ou à violência, mas à oração. Devemos orar por sua conversão, por sua realização e por sua humildade.

 

O amor ao próximo é sempre uma marca distintiva de um cristão. Amém.